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Título originaclass="underline" Total Recall

Copyright © 2012 por Fitness Publications, Inc.

Copyright da tradução © 2012 por GMT Editores Ltda.

Publicado mediante acordo com a editora original, Simon & Schuster, Inc.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores.

TRADUÇÃO: Fernanda Abreu

PREPARO DE ORIGINAIS: Cristiane Pacanowski e Taís Monteiro

REVISÃO: Caroline Mori e Luis Américo Costa

PROJETO E DIAGRAMAÇÃO: Marcia Raed

CAPA: Jason Heuer

FOTO DE CAPA: Greg Gorman

FOTOS DE MIOLO: Arnold atravessando a rua: Albert Busek; Arnold de bicicleta: Art Streiber / August

ADAPTAÇÃO DE CAPA: Ana Paula Daudt Brandão

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

S428a

Schwarzenegger, Arnold

Arnold Schwarzenegger [recurso eletrônico] / Arnold Schwarzenegger e Peter Petre [tradução de Fernanda Abreu]; Rio de Janeiro: Sextante, 2012.

recurso digital; il.

Tradução de: Total recall

Formato: epub

Requisitos do sistema: Multiplataforma

Modo de acesso: World Wide Web

ISBN 978-85-7542-872-6 (recurso eletrônico)

1. Schwarzenegger, Arnold. 2. Governadores - Califórnia - Biografia. 3. Atores - Estados Unidos - Biografia 4. Livros eletrônicos. I. Petre, Peter. II. Título.

12-7852

CDD: 923.2794

CDU: 929:32(739.462.5)

Todos os direitos reservados, no Brasil, por

GMT Editores Ltda.

Rua Voluntários da Pátria, 45 – Gr. 1.404 – Botafogo

22270-000 – Rio de Janeiro – RJ

Tel.: (21) 2538-4100 – Fax: (21) 2286-9244

E-maiclass="underline" atendimento@esextante.com.br

www.sextante.com.br

Para minha família

Sumário

  1   Origens austríacas

  2   A construção de um corpo

  3   Confissões de um condutor de tanque

  4   Mister Universo

  5   Saudações de Los Angeles

  6   Preguiçosos caras de pau

  7   Especialistas em mármore e pedra

  8   Aprendendo inglês

  9   O maior show de músculos de todos os tempos

10   O guarda-costas

11    O homem dos músculos de aço

12    Um sonho de mulher

13    Maria e eu

14    O que não nos mata nos fortalece

15    Virando americano

16    O exterminador do futuro

17    Casamento e filmes

18    Em ritmo de comédia

19    A verdadeira vida de um exterminador

20   O último grande herói

21    Questões do coração

22    Um cara família

23    Proposta política

24    A eleição revogatória

25    Governator

26    A volta por cima

27    Quem precisa de Washington?

28    A verdadeira vida de um Governator

29    O segredo

30    A cartilha de Arnold

        Agradecimentos e fontes

Os Estados Unidos eram tudo o que eu sempre sonhara quando criança,

na zona rural da Áustria. Por isso, nem precisei fingir estar feliz ou animado

ao interpretar Hércules em visita à Times Square no meu primeiro filme,

Hércules em Nova York, de 1969. (Cortesia Lionsgate)

CAPÍTULO 1

Origens austríacas

O ANO EM QUE NASCI FOI marcado pela fome: era 1947, e a Áustria estava ocupada pelos Exércitos Aliados que haviam derrotado o Terceiro Reich de Hitler. Em maio, dois meses antes de eu nascer, a falta de comida provocou motins em Viena. Na Estíria, região do sudeste austríaco em que minha família morava, a situação também era dramática. Anos depois, sempre que minha mãe queria me lembrar de quanto ela e meu pai tinham se sacrificado para me criar, ela me contava como costumava percorrer nossa zona rural, indo de fazenda em fazenda para conseguir um pouco de manteiga, um punhado de açúcar, alguns cereais. Às vezes chegava a passar três dias fora de casa. Hamstern era o termo usado para designar essa prática – como um hamster coletando nozes. Tentar achar comida assim era muito comum.

Vivíamos em Thal, um povoado agrícola bem típico onde moravam poucas centenas de famílias cujas casas e fazendas se aglomeravam em pequenos núcleos interligados por trilhas e ruas. A rua principal, sem calçamento, estendia-se por uns 2 ou 3 quilômetros, subindo e descendo morros alpinos cobertos por campinas e florestas de pinheiros.

Quase nunca víamos as forças de ocupação britânicas – um caminhão com soldados passava de vez em quando, mas era só. Mais a leste, porém, eram os russos que dominavam o território, e deles nós tínhamos plena consciência. A Guerra Fria já havia começado e vivíamos com medo de os tanques russos chegarem e sermos engolidos pelo império soviético. Na igreja, os padres assustavam os fiéis com histórias de terror sobre russos que matavam bebês a tiros no colo das mães.

Nossa casa ficava no alto de uma colina junto à estrada e, quando eu era pequeno, era raro ver passar por ali mais de um ou dois carros por dia. Bem na frente, a 100 metros da porta de casa, ficavam as ruínas de um castelo feudal.

No alto da colina seguinte ficavam a prefeitura, a igreja católica onde minha mãe obrigava todos nós a assistir à missa de domingo, a Gasthaus ou hospedaria da região – que era o centro de convivência do povoado – e a pré-escola na qual estudávamos eu e meu irmão, Meinhard, um ano mais velho.

As primeiras lembranças que tenho são de minha mãe lavando roupa e meu pai recolhendo carvão com uma pá. Eu não devia ter mais de 3 anos, mas a imagem que guardo dele é especialmente vívida na minha memória. Era um sujeito grande, atlético, e fazia muitas coisas sozinho. Todos os anos, no outono, recebíamos nosso estoque de carvão para o inverno, um carregamento trazido de caminhão e despejado em uma pilha em frente à casa, e nesse dia específico do qual me lembro meu pai deixou que Meinhard e eu ajudássemos a levar o carvão para o porão de casa. Nós sempre ficávamos muito orgulhosos de ser seus assistentes.

Tanto meu pai quanto minha mãe vinham de famílias da classe trabalhadora mais ao norte do país, em sua maioria operários de fábricas da indústria siderúrgica. No caos que sucedeu a Segunda Guerra Mundial, os dois haviam se conhecido na cidade de Mürzzuschlag, onde Aurelia Jadrny, minha mãe, trabalhava no escritório de um centro de distribuição de alimentos da prefeitura. Aos 20 e poucos anos, a guerra a tornara viúva – perdera o marido apenas oito meses depois do casamento. Certo dia de manhã, quando estava em sua mesa trabalhando, ela reparou no meu pai passando na rua – um homem mais velho, de quase 40 anos, mas alto, bonito e com o uniforme da Gendarmerie, a polícia rural. Minha mãe tinha loucura por homens de uniforme e depois desse dia passou a ficar de olho nele. Descobriu o horário do turno de meu pai para ter certeza de que ela estaria em sua mesa trabalhando. Os dois conversavam pela janela aberta e ela lhe dava um pouco da comida que estivesse disponível no dia.