Выбрать главу

Mais ou menos a sua idade. Talvez um pouco mais velho.

E vocês não comeram eles?

Não.

Vocês não comem gente.

Não. Nós não comemos gente.

E eu posso ir com vocês?

Pode. Pode sim.

Está bem então.

Está bem.

Entraram na floresta e o homem se agachou e olhou para o vulto cinzento e deteriorado sob a folha inclinada de compensado. Estes são todos os cobertores que você tem?

São.

Essa é a sua mala?

É.

Ele se pôs de pé. Olhou para o menino. Por que você não volta para a estrada e espera por mim. Vou levar os cobertores e tudo mais.

E o meu pai?

O que tem ele.

A gente não pode simplesmente deixar ele aqui. Podemos sim.

Não quero que as pessoas vejam ele.

Não tem ninguém aqui para vê-lo.

Posso cobrir ele com folhas?

O vento vai soprá-las para longe.

A gente poderia cobrir ele com um dos cobertores? Vou fazer isso. Agora vá.

Está bem.

Ele esperou na estrada e depois o homem saiu da floresta e estava trazendo a mala e os cobertores estavam sobre seus ombros. Selecionou um entre eles e o entregou ao menino. Tome, disse. Coloque isso em cima de você. Você está com frio. O menino tentou entregar-lhe o revólver mas ele não quis pegá-lo. Você fica com isso, falou.

Está bem.

Sabe como atirar?

Sei.

Está bem.

E o meu pai?

Não há mais nada a ser feito.

Acho que quero dizer adeus a ele.

Você vai ficar bem?

Vou.

Vá em frente. Eu te espero.

Ele voltou para a floresta e se ajoelhou ao lado do pai. Ele estava envolvido por um cobertor como o homem tinha prometido e o menino não o descobriu mas se sentou ao seu lado e chorava e não conseguia parar. Chorou por muito tempo. Vou conversar com você todo dia, sussurrou. E não vou me esquecer. Não importa o que aconteça. Então ele se levantou e se virou e caminhou de volta para a estrada.

A mulher quando o viu passou os braços ao seu redor e o abraçou. Oh, ela disse, estou tão feliz em te ver. Ela às vezes lhe falava sobre Deus. Ele tentava falar com Deus mas a melhor coisa era conversar com seu pai e falava com ele e não se esquecia. A mulher disse que estava tudo bem. Disse que o sopro de Deus era o seu sopro ainda embora passasse de homem para homem ao longo do tempo.

Antes havia trutas nos riachos das montanhas. Você podia vê-las paradas na correnteza cor de âmbar onde as extremidades brancas de suas barbatanas encrespavam de leve a superfície. Tinham cheiro de musgo na mão. Polidas e musculosas e se retorcendo. Em suas costas havia padrões sinuosos que eram mapas do mundo em seu princípio. Mapas e labirintos. De algo que não podia ser resgatado. Não podia ser endireitado. Nos vales estreitos e profundos em que eles viviam todas as coisas eram mais antigas do que o homem e num murmúrio contínuo falavam de mistério.