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— E daí, Casey? Então são trinta milhões, ao invés de vinte e cinco. Nossa projeção ainda é válida.

— É... mas a contabilidade deles... Meu Deus, Linc, se fizéssemos um por cento disso nos Estados Unidos, a SEC¹ nos arrancaria o couro, e acabaríamos passando cinqüenta anos na cadeia.

¹ Comissão de Títulos e Câmbio. (N. da T.)

— É. Mas não é contra a lei deles, e esse é um dos principais motivos para vir para Hong Kong.

— Vinte milhões é demais para começo de conversa.

— Deixo a seu critério, Casey. Basta lembrar que em Hong Kong jogamos pelas regras de Hong Kong... as que forem legais. Quero entrar no jogo deles.

— Por quê? E não me responda "Porra, para o meu prazer".

Linc achara graça.

— Está certo... então, para o seu prazer. Só não deixe de fechar o negócio com a Struan!

A umidade na sala de reuniões aumentara. Gostaria de pegar um lenço de papel, mas ficou quieta, fingindo calma, torcendo para que eles continuassem.

Gavallan rompeu o silêncio.

— Quando o Sr. Bartlett confirmaria a oferta de dezoito milhões... se aceitássemos?

— Está confirmada — disse docemente, ignorando o insulto. — Tenho carta branca para investir até vinte milhões nesta transação sem consultar Linc ou sua junta diretora — falou, dando-lhes deliberadamente espaço para manobrar. A seguir, acrescentou, inocentemente: — Então, tudo acertado? Ótimo. — Começou a mexer na sua papelada. — Próximo assunto: eu...

— Só um momento — disse Gavallan, desconcertado. — Eu... bem... dezoito é... De qualquer modo, temos que apresentar o pacote ao tai-pan.

— Oh — falou ela, fingindo surpresa. — Pensei que estávamos negociando como iguais, que os quatro cavalheiros tinham poderes equivalentes aos meus. Talvez seja melhor eu falar diretamente com o Sr. Dunross, no futuro.

Andrew Gavallan enrubesceu.

— O tai-pan tem a palavra final. Em tudo.

— Folgo muito em sabê-lo, Sr. Gavallan. Eu só tenho a palavra final até vinte milhões. — Abriu-lhes um sorriso. — Bem, apresentem a proposta ao seu tai-pan. E que tal marcarmos um prazo para o período de reflexão?

Novo silêncio.

— O que sugere? — perguntou Gavallan, sentindo-se cair numa armadilha.

— O tempo mínimo de vocês. Não conheço a rapidez com que gostam de trabalhar — replicou Casey.

Phillip Chen disse:

— Por que não deixar para marcar a hora para a resposta depois do almoço, Andrew?

— É... boa idéia.

— Para mim, tudo bem — disse Casey. "Fiz o meu trabalho", pensou. "Vou aceitar vinte milhões, quando podiam ser trinta, e eles são homens e fraquejados e maiores de idade, e pensam que sou uma otária. Mas agora, vou ganhar o meu dinheiro do não enche. Deus do céu, permita que este negócio se realize, para que eu fique livre para sempre.

"Livre para fazer o quê?

"Não importa", falou consigo mesma. "Penso nisso depois."

Ouviu a própria voz continuando no padrão estabelecido:

— Que tal repassarmos os detalhes de como vão querer os dezoito milhões e...

— Dezoito não é suficiente — interrompeu Phillip Chen, mentindo com toda a tranqüilidade. — Há toda a espécie de custos adicionais...

No perfeito estilo de negociações, Casey argumentou e deixou que eles a levassem até vinte milhões, e depois, com relutância aparente, falou:

— Os senhores são homens de negócios excepcionais. Pois bem, vinte milhões.

Notou os sorrisos disfarçados deles, e riu consigo mesma.

— Ótimo — falou Gavallan, muito satisfeito.

— E agora — disse ela, querendo continuar mantendo a pressão —, como querem que seja a estrutura da nossa joint venture? Claro, sujeita à aprovação do seu tai-pan... desculpem, sujeita à aprovação d'o tai-pan — falou, corrigindo-se com a dose certa de humildade.

Gavallan fitava-a, desejando irritado que fosse um homem. "Então, poderia dizer-lhe vá tomar no cu, ou vá à merda, e riríamos juntos, porque você sabe e eu sei que a gente sempre tem que consultar o tai-pan, de uma maneira ou outra... seja ele Dunross, Bartlett, uma junta diretora, ou uma mulher. É, e se você fosse homem, não teríamos esta maldita sexualidade enchendo a sala de reuniões, uma sexualidade que, para começo de conversa, não tem nada que ver com este lugar. Meu Deus, se ainda fosse uma bruxa velha, talvez fizesse diferença, mas, porra, uma uva como você?

"Mas que diabo está dando nas mulheres americanas? Por que, em nome de Deus, não ficam no seu lugar e se satisfazem com aquilo em que são excelentes? Cretinas!

"E é uma cretinice conceder financiamento tão depressa, e cretinice ainda maior dar-nos mais dois milhões, quando dez provavelmente teria sido uma quantia aceitável, para começo de conversa. Pelo amor de Deus, devia ter sido mais paciente, e teria feito um negócio bem melhor. Esse é o problema com vocês, americanos, não têm fines se, nem paciência, nem estilo, e não compreendem a arte da negociação, e você, minha cara moça, está impaciente demais para provar o seu valor. Portanto, agora sei como lidar com você."

Lançou um olhar para Linbar Struan, que observava Casey disfarçadamente, esperando que ele, Phillip ou Jacques continuassem. "Quando eu for tai-pan", pensou Gavallan, sombriamente, "vou destruí-lo, jovem Linbar, destruí-lo ou dar um jeito em você. Precisa ser lançado no mundo por conta própria, para pensar por si próprio, para confiar em si próprio, não no seu nome ou na sua linhagem. É, e com muito trabalho duro, para tirar um pouco do calor do seu yang — quanto mais cedo se casar de novo, melhor."

Voltou os olhos para Jacques de Ville, que sorriu para ele. "Ah, Jacques", pensou, sem rancor, "você é o meu principal adversário. Está fazendo o que costuma fazer: falando pouco, observando tudo, pensando muito... durão e cruel, se for necessário. Mas, o que está achando desta transação? Deixei passar alguma coisa? O que sua astuta mente legal parisiense está prevendo? Ah, mas ela cortou o seu barato com a piada sobre a sua piada sobre a cabeça dela, não foi?

"Também gostaria de ir para a cama com ela", pensou, distraidamente, sabendo que Linbar e Jacques já tinham decidido a mesma coisa. "Claro... quem não o faria?

"E quanto a você, Phillip Chen?

"Ah, não. Você, não. Gosta delas bem mais jovens, e gosta que façam a coisa com você estranhamente, se é que os boatos são verdadeiros, heya?"

Voltou a olhar para Casey. Podia sentir sua impaciência. "Você não parece lésbica", pensou, e gemeu intimamente. "Será esta a sua outra fraqueza? Puxa, mas que terrível desperdício seria!"

— A joint venture deve ser organizada segundo as leis de Hong Kong — disse ele.

— Naturalmente. Há...

— Sims, Dawson e Dick podem aconselhar-nos como agir. Marcarei hora para amanhã ou depois.

— Não será necessário, Sr. Gavallan. Já tenho as possíveis propostas deles, hipotéticas e confidenciais, claro, para o caso de decidirmos concluir o negócio.

— Como?

Eles a fitaram, boquiabertos, enquanto ela apanhava cinco cópias de um contrato legal resumido e entregava uma a cada um deles.

— Soube que eram seus advogados — falou, animada. — Mandei nosso pessoal se informar, e me disseram que eram os melhores, portanto, para nós está tudo bem. Pedi-lhes que considerassem as nossas necessidades hipotéticas conjuntas... tanto as suas quanto as nossas. Algum problema?

— Não — respondeu Gavallan, subitamente furioso porque sua própria firma nada lhes contara sobre as indagações da Par-Con. Começou a passar os olhos pela carta.

"Dew neh loh moh para esta Casey desgraçada, sejam lá quais forem os seus nomes", pensava Phillip Chen, furioso com a desmoralização. "Que a sua ravina dourada murche e seja para sempre seca e cheia de pó, pelos seus modos vulgares e seus hábitos abusados, nojentos, não-femininos!