Выбрать главу

— Srta. Steele, tornamos a nos encontrar.

Grey estende a mão, e eu a aperto, piscando sem parar. Nossa... ele é realmente... Quando encosto na mão dele, tomo consciência daquela corrente deliciosa percorrendo meu corpo, arrebatando-me, fazendo-me corar, e estou certa de que minha respiração irregular deve estar audível.

— Sr. Grey, essa é Katherine Kavanagh — murmuro, fazendo um gesto com a mão na direção de Kate, que se adianta, olhando bem nos olhos dele.

— A tenaz Srta. Kavanagh. Como vai? — Ele abre um sorrisinho, parecendo genuinamente divertido. — Creio que deve estar se sentindo melhor. Anastasia disse que esteve indisposta na semana passada.

— Estou bem, obrigada, Sr. Grey.

Kate aperta a mão dele firmemente sem pestanejar. Lembro-me de que ela estudou nas melhores escolas particulares de Washington. Sua família tem dinheiro, e ela cresceu confiante e segura do seu lugar no mundo. Não aceita desaforo. Sempre fico impressionada.

— Obrigada por arranjar tempo para fazer estas fotos.

Ela lhe dá um sorriso educado e profissional.

— É um prazer — responde ele, voltando o olhar para mim, e eu torno a corar. Droga.

— Este é José Rodriguez, nosso fotógrafo — digo, forçando um sorriso para José, que retribui afetuosamente. Seus olhos esfriam quando ele olha de mim para Grey.

— Sr. Grey — diz, acenando com a cabeça.

— Sr. Rodriguez.

A expressão de Grey também muda ao avaliar José.

— Onde o senhor quer que eu fique? — pergunta Grey.

Seu tom é vagamente ameaçador, mas Katherine não vai deixar José comandar o show.

— Sr. Grey, se puder se sentar aqui, por favor. Cuidado com os cabos de iluminação. E depois faremos algumas fotos em pé, também. — Ela o guia para a cadeira encostada na parede.

Travis acende as luzes, cegando Grey momentaneamente, e murmura um pedido de desculpas. Travis e eu recuamos e observamos José iniciar os cliques. Ele faz várias fotos com a câmera na mão, pedindo a Grey para virar para um lado, depois para o outro, para mexer o braço, depois tornar a abaixá-lo. Depois, com o tripé, José faz ainda mais fotos, e Grey posa sentado, com paciência e naturalidade, por uns vinte minutos. Meu desejo se realizou: posso ficar parada admirando Grey de perto. Por duas vezes, nossos olhos se encontram, e tenho que me desgrudar de seu olhar cinzento.

— Chega de posar sentado. — Katherine se intromete de novo. — Pode se levantar, Sr. Grey? — ela pede.

Ele se levanta e Travis corre para retirar a cadeira. A Nikon de José recomeça a clicar.

— Acho que já temos o suficiente — anuncia José cinco minutos depois.

— Ótimo — diz Kate. — Obrigada mais uma vez, Sr. Grey. — Ela aperta a mão dele, e José faz o mesmo.

— Estou ansioso para ler o artigo, Srta. Kavanagh — murmura Grey, e se vira para mim, que estou parada à porta. — Você me acompanha, Srta. Steele? — pergunta.

— Claro — digo, completamente desconcertada.

Olho aflita para Kate, que encolhe os ombros. Vejo José franzindo a testa atrás dela.

— Um bom dia para vocês — diz Grey ao abrir a porta, chegando para o lado para me deixar passar primeiro.

Que inferno... o que é isso? O que ele quer? Paro no corredor do hotel, inquieta e nervosa enquanto Grey sai da suíte acompanhado pelo Sr. Cabeça Raspada naquele terno elegante.

— Ligo para você, Taylor — murmura ele para o Cabeça Raspada. Taylor segue pelo corredor, e Grey volta seu ardente olhar cinzento para mim. Droga... Será que fiz alguma coisa errada?

— Estava me perguntando se você tomaria um café comigo agora de manhã.

Meu coração quase sai pela boca. Um encontro? Christian Grey está me convidando para sair. Ele está perguntando se você quer um café. Vai ver ele acha que você ainda não acordou, choraminga o meu inconsciente, novamente com desdém. Engulo em seco, tentando controlar o nervosismo.

— Tenho que levar todo mundo para casa — murmuro num tom de desculpas, torcendo as mãos e os dedos na frente do corpo.

Taylor — chama ele, fazendo com que eu dê um pulo.

Taylor, que estava se retirando, dá meia-volta no corredor e caminha em nossa direção.

— Eles moram na universidade? — pergunta Grey, a voz suave e inquisitiva.

Concordo com a cabeça, desnorteada demais para falar.

— Taylor pode levá-los. Ele é meu motorista. Estamos com um 4x4 grande, então vai dar para levar o equipamento também.

— Sr. Grey? — pergunta Taylor quando nos alcança, a expressão neutra.

— Por favor, pode levar o fotógrafo, o assistente dele e a Srta. Kavanagh em casa?

— Claro, senhor — responde Taylor.

— Pronto. Agora você pode vir tomar um café comigo? — Grey sorri como se fosse um assunto liquidado.

Franzo a testa.

— Hum, Sr. Grey, hã, isso realmente... olhe, Taylor não precisa levá-los em casa. — Olho rapidamente para Taylor, que continua estoicamente impassível. — Eu troco de carro com a Kate, se me der um minutinho.

Grey abre um glorioso sorriso, desarmado e espontâneo, mostrando todos os dentes. Ai, meu Deus... Ele abre a porta da suíte para que eu entre. Contorno-o depressa para entrar de novo no quarto, e encontro Kate envolvida numa discussão com José.

— Ana, acho que ele realmente gosta de você — diz ela sem qualquer preâmbulo. José me fuzila com um olhar de desaprovação. — Mas eu não confio nele — acrescenta ela.

Levanto a mão na esperança de que ela pare de falar. Por um milagre, ela para.

— Kate, se você levar o Wanda, posso pegar o seu carro?

— Por quê?

— Christian Grey me convidou para tomar um café com ele.

O queixo dela cai. Kate sem palavras! Saboreio o momento. Ela me agarra pelo braço e me arrasta para o quarto contíguo à sala da suíte.

— Ana, tem algo estranho nele. — A voz de Kate tem um tom de advertência. — Ele é deslumbrante, concordo, mas acho que é perigoso. Especialmente para alguém como você.

— Como assim, alguém como eu? — pergunto, ofendida.

— Uma pessoa inocente como você, Ana. Você sabe o que eu quero dizer — diz ela, um pouco irritada.

Enrubesço.

— Kate, é só um café. Minhas provas começam esta semana e preciso estudar, portanto não vou demorar.

Ela contrai os lábios, como se considerasse meu pedido. Finalmente, pega as chaves do carro no bolso e as entrega a mim. Entrego-lhe as minhas.

— Até mais tarde. Não demore, senão mando uma equipe de busca e resgate.

— Obrigada. — Abraço-a.

Saio da suíte e encontro Christian esperando, encostado na parede, parecendo um modelo posando para uma revista de moda sofisticada.

— Tudo bem, vamos tomar café — murmuro, vermelha como um camarão.

Ele sorri.

— Vá na frente, Srta. Steele.

Ele se endireita, estendendo a mão para que eu vá na frente. Vou andando pelo corredor, as pernas bambas, um frio na barriga, e o coração disparado quase saindo pela boca. Vou tomar café com Christian Grey... e odeio café.

Andamos juntos pelo largo corredor do hotel até os elevadores. O que devo dizer a ele? Meu cérebro está subitamente paralisado de tanta apreensão. Sobre o que vamos conversar? O que diabo tenho em comum com ele? Sua voz suave e quente me desperta do meu devaneio.

— Há quanto tempo conhece Katherine Kavanagh?

Ah, uma pergunta fácil para começar.