VINTE E CINCO minutos depois, ele me deixa em frente à fachada impressionante que é a entrada do Escala.
— Pode entrar, madame — diz, abrindo a porta para mim. — Levo suas malas lá para cima.
Sua expressão é doce, carinhosa, como a de um tio, até.
Putz... Tio Taylor, que ideia.
— Obrigada por ter ido me buscar.
— Foi um prazer, Srta. Steele.
Ele sorri, e entro no prédio. O porteiro acena com a mão e com a cabeça.
Subo para o trigésimo andar sentindo um frio na barriga. Por que estou tão nervosa? E sei que é porque não faço ideia de como estará o humor de Christian quando eu chegar. Minha deusa interior está torcendo por um tipo de humor. Meu inconsciente, como eu, está nervosíssimo.
As portas do elevador se abrem, e estou no hall. É muito estranho não ser recebida por Taylor. Claro, ele está estacionando o carro. Na sala, Christian está no BlackBerry, falando calmamente, olhando pelas janelas enormes para a silhueta de Seattle ao entardecer. Usa um terno cinza, com o paletó aberto, e desliza a mão pelo cabelo. Está agitado, tenso até. Ah, não — o que houve? Agitado ou não, ele ainda é um colírio. Como pode ser tão... fascinante?
— Nenhum vestígio... Ok... Sim.
Ele se vira e me vê, e sua atitude muda totalmente. Passa da tensão ao alívio depois outra coisa: um olhar que fala diretamente à minha deusa interior, um olhar de sensualidade lasciva, apaixonado.
Minha boca fica seca e o desejo desabrocha em meu corpo... nossa.
— Mantenha-me informado — diz, e desliga o telefone ao se encaminhar decidido para mim. Fico paralisada enquanto ele se aproxima, devorando-me com os olhos. Puta merda... Algo vai maclass="underline" a tensão em sua mandíbula, a ansiedade em volta de seus olhos. Ele tira o paletó e a gravata, e os pendura no sofá no caminho. Então, seus braços me envolvem, e ele está me puxando de encontro a ele, com força, depressa, puxando meu rabo de cavalo e me fazendo inclinar a cabeça para trás, beijando-me como se sua vida dependesse disso. O que é isso? Ele tira sem dó nem piedade o elástico do meu cabelo, mas não ligo para a dor. Seu beijo tem um quê de desespero, de primitivo. Ele precisa de mim, seja por qual motivo, exatamente agora, e eu nunca me senti tão desejada nem tão cobiçada. É uma sensação ao mesmo tempo sinistra, sensual e alarmante. Beijo-o com a mesma paixão, meus dedos enrolando e segurando seu cabelo. Nossas línguas se enroscam, nossa paixão e nosso ardor irrompendo entre nós. O gosto dele é divino, quente e sensual, e o cheiro — de sabonete e de Christian — excitante. Ele afasta a boca da minha, e me olha, tomado por uma emoção não especificada.
— O que foi? — sussurro.
— Estou muito feliz por você ter voltado. Venha tomar uma ducha comigo... agora.
Não consigo decidir se isso é um pedido ou uma ordem.
— Sim — sussurro, e ele me leva pela mão para o banheiro da suíte.
Uma vez lá, ele me solta e abre o chuveiro daquele boxe colossal. Depois, olha para mim, a expressão velada.
— Gostei da sua saia. É curta — diz, num tom grave. — Você tem pernas maravilhosas.
Ele tira os sapatos e se abaixa para tirar as meias, sempre me olhando, com uma avidez que me deixa sem fala. Nossa... ser desejada assim por esse deus grego. Imito-o e descalço a sapatilha preta. De repente, ele me pega, me encosta na parede e começa a me beijar toda, no rosto, no pescoço, na boca... deslizando as mãos pelos meus cabelos. Sinto o revestimento liso e frio da parede nas costas enquanto ele me imprensa, e fico espremida entre seu calor e o frio da cerâmica. Timidamente, seguro seus braços, e ele geme quando aperto com força.
— Quero você agora. Aqui... depressa, com força — sussurra, e suas mãos estão nas minhas coxas, levantando minha saia. — Ainda está menstruada?
— Não.
Coro.
— Ótimo.
Ele engancha os polegares na minha calcinha branca de algodão e se ajoelha bruscamente, tirando-a. Minha saia agora está lá em cima, e estou nua da cintura para baixo, arfando de desejo. Ele agarra meus quadris, imprensando-me de novo contra a parede, e me beija no vértice das coxas antes de me abrir as pernas. Dou um gemido alto, sentindo sua língua rodear meu clitóris. Nossa. Automaticamente, inclino a cabeça para trás, gemendo enquanto meus dedos procuram o cabelo dele.
Sua língua é incansável, forte e insistente, golpeando-me— rodando, rodando, sem parar. É uma delícia — a intensidade da sensação quase chega a doer. Começo a estremecer, e ele me solta. O quê? Não! Estou ofegante, arfando, olhando para ele numa expectativa deliciosa. Ele segura firme meu rosto com as duas mãos e me beija com força, enfiando a língua em minha boca para eu saborear minha excitação. Então, abre a braguilha, se solta e me levanta pelas coxas.
— Enrosque as pernas em mim — ordena, a voz urgente, tensa.
Faço isso e abraço seu pescoço, e, com um movimento rápido e certeiro, ele me penetra. Ah! Ele arqueja e eu gemo. Segura minhas nádegas, apertando a pele macia com os dedos, e começa a mexer, primeiro devagar — num ritmo regular... mas à medida que desenvolve o controle, vai acelerando... mais e mais. Ahhh! Inclino a cabeça para trás e me concentro na sensação divina de ser invadida, castigada, empurrada... para a frente, cada vez mais para cima... e quando não aguento mais explodo, caindo na voracidade de um orgasmo intenso e devorador. Ele relaxa com um grunhido fundo e enterra a cabeça no meu pescoço ao se enterrar dentro de mim, gemendo coisas sem nexo durante o gozo.
Sua respiração está irregular, mas ele me beija com ternura, ainda dentro de mim, e pisco olhando os olhos dele, sem enxergar nada. Quando entra em foco, ele sai de dentro de mim com delicadeza, segurando-me firme até eu botar os pés no chão. O banheiro agora está todo enfumaçado... e quente. Sinto-me vestida demais.
— Você parece satisfeito em me ver — murmuro com um sorriso tímido.
Ele dá um sorriso.
— Sim, Srta. Steele. Acho que meu prazer é bastante óbvio. Venha, deixe eu botar você no chuveiro.
Ele desabotoa os outros três botões da camisa, tira as abotoaduras, puxa a camisa pela cabeça e a joga no chão. Então, tira a calça e a cueca e as chuta para o lado. Começa a desabotoar minha blusa enquanto o observo, louca para acariciar seu peito, mas me contenho.
— Como foi a viagem? — pergunta com simpatia. Parece muito mais calmo agora, aquela apreensão desapareceu, diluída na relação sexual.
— Ótima, obrigada — murmuro, ainda ofegante. — Obrigada mais uma vez pela primeira classe. É mesmo uma maneira muito mais agradável de viajar. — Dou um sorriso tímido. — Tenho uma novidade — acrescento nervosamente.
— Ah?
Ele me fita, enquanto acaba de desabotoar minha blusa, tirá-la e jogá-la em cima das suas roupas.
— Arranjei um emprego.
Ele fica imóvel, depois sorri para mim, o olhar meigo e carinhoso.
— Parabéns, Srta. Steele. Agora vai me dizer onde? — brinca.
— Você não sabe?
Ele balança a cabeça, franzindo a testa.
— Por que eu saberia?
— Com as suas habilidades persecutórias, achei que talvez pudesse saber... — deixo a frase inacabada quando seu rosto desaba.
— Anastasia, eu nem sonharia em interferir em sua carreira, a menos que me pedisse, claro. — Ele parece magoado.
— Então você não tem ideia de qual é a empresa?
— Não. Sei que há quatro editoras em Seattle, então imagino que seja uma delas.
— A SIP.
— Ah, a pequena, ótimo. Muito bem. — Ele se inclina e me dá um beijo na testa. — Moça inteligente. Quando começa?
— Segunda-feira.
— Tão cedo, hein? É melhor eu aproveitar você enquanto posso. Vire-se de costas.