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Christian desvia o olhar na direção da moça e franze o cenho, mas vira-se de volta para Stephan com um sorriso.

— Excelente — diz.

Ele pega minha mão e me leva até um dos suntuosos assentos de couro. Deve haver cerca de doze no total.

— Sente-se — diz, tirando o paletó e desabotoando o fino colete de brocado prateado.

Nós nos sentamos em duas poltronas individuais, uma de frente para a outra, com uma mesinha incrivelmente lustrada no meio.

— Bem-vindos a bordo, senhores, e meus parabéns. — Natalia surgiu ao nosso lado e nos oferece uma taça de champanhe rosé.

— Obrigado — diz Christian, e Natalia sorri polidamente ao se retirar para os fundos do avião. — Brindemos a uma feliz vida de casados, Anastasia.

Christian levanta a taça em direção à minha e tocamos de leve as duas. O champanhe é delicioso.

— Bollinger? — pergunto.

— Exato.

— A primeira vez que tomei Bollinger foi em uma xícara de chá. — Sorrio.

— Eu me lembro bem daquele dia. Sua formatura.

— Aonde estamos indo? — Não consigo conter minha curiosidade nem um minuto mais.

— Shannon — responde Christian, os olhos reluzentes de entusiasmo. Parece um menininho.

— Na Irlanda? — Vamos para a Irlanda!

— Para reabastecer — acrescenta ele.

— E depois? — pergunto logo em seguida.

Seu sorriso aumenta e ele balança a cabeça.

— Christian!

— Londres — responde ele, encarando-me com intensidade para avaliar minha reação.

Engulo em seco. Minha Nossa! Achei que talvez estivéssemos indo a Nova York ou Aspen ou ao Caribe. Mal posso acreditar. Durante toda a minha vida eu quis conhecer a Inglaterra. Uma chama se acende dentro de mim; sinto-me incandescente de felicidade.

— Depois, Paris.

O quê?

Depois, sul da França.

Uau!

Sei que você sempre sonhou em conhecer a Europa — diz ele, suavemente. — Quero fazer seus sonhos se tornarem realidade, Anastasia.

— Você é o meu sonho, Christian.

— Digo o mesmo quanto a você, Sra. Grey — sussurra ele.

Ah, nossa…

Aperte o cinto.

Dou um sorriso e obedeço.

Enquanto o avião começa a taxiar na pista, tomamos tranquilamente nosso champanhe, rindo um para o outro sem motivo aparente. Não posso acreditar. Aos vinte e dois anos, finalmente estou partindo dos Estados Unidos em direção à Europa — indo justamente a Londres.

Uma vez no ar, Natalia nos serve mais champanhe e prepara nosso banquete de casamento. É realmente um banquete: salmão defumado, seguido de perdiz assado com salada de feijão-verde e batatas dauphinoise, tudo preparado e servido pela ultraeficiente Natalia.

— Sobremesa, Sr. Grey? — oferece ela.

Ele balança a cabeça em negativa e desliza o dedo pelo lábio inferior ao olhar para mim, a expressão séria e indecifrável.

— Não, obrigada — murmuro, incapaz de desviar o olhar do dele.

Seus lábios se fecham num sorriso pequeno e secreto, e Natalia se retira.

— Ótimo — murmura ele. — Prefiro saborear você como sobremesa.

Opa… aqui?

Venha — diz ele, levantando-se e me oferecendo a mão.

Ele me leva até a parte posterior da cabine.

— Tem um banheiro aqui.

Ele aponta para uma porta pequena e me conduz por um curto corredor, ao final do qual entramos em outra porta.

Caramba… um quarto. A cabine é decorada em tons de creme e marfim, e a pequena cama de casal está coberta de almofadas douradas e acobreadas. Parece muito confortável.

Christian se vira e me puxa para seus braços, com o olhar fixo em mim.

— Pensei em passarmos nossa noite de núpcias a trinta e cinco mil pés de altura. É algo que nunca fiz antes.

Mais uma primeira vez. Olho para ele boquiaberta, meu coração aos pulos… o clube do sexo nas alturas. Já ouvi falar sobre isso.

— Mas primeiro eu tenho que tirar você desse vestido fabuloso.

Os olhos dele brilham, cheios de amor e de algo mais sombrio, que eu adoro… algo que convoca minha deusa interior. Ele me deixa sem fôlego.

— Vire-se.

A voz dele é baixa, autoritária e incrivelmente sensual. Como ele consegue incutir tantas promessas em apenas uma palavra? Obedeço de bom grado, e suas mãos alcançam meu cabelo. Gentilmente ele retira cada grampo, um de cada vez, seus dedos experientes concluindo a tarefa rapidamente. Meu cabelo cai sobre os ombros, uma mecha de cada vez, cobrindo minhas costas e meus seios. Tento ficar imóvel e não me contorcer, mas desejo ardentemente sentir seu toque. Depois de um dia longo e cansativo, embora emocionante, eu quero Christian — quero-o todo para mim.

— Seu cabelo é tão bonito, Ana.

Sua boca está próxima à minha orelha e eu sinto sua respiração, ainda que seus lábios não encostem em mim. Quando não há mais grampos a tirar, ele desliza os dedos pelo meu cabelo, massageando suavemente meu couro cabeludo… meu Deus… Fecho os olhos e aproveito a sensação. Seus dedos se movem para baixo, e ele puxa minha cabeça para trás, expondo meu pescoço.

— Você é minha — sussurra ele, e seus dentes puxam o lóbulo da minha orelha.

Solto um gemido.

— Quietinha agora — adverte ele.

Christian tira meu cabelo de sobre meus ombros e passa um dedo pelas minhas costas, de um ombro ao outro, acompanhando o contorno rendado do vestido. Eu me contorço de expectativa. Ele dá um beijo terno nas minhas costas, acima do primeiro botão do vestido.

— Tão linda — diz, abrindo habilmente o primeiro botão. — Hoje você fez de mim o homem mais feliz do mundo. — Com infinita lentidão, ele abre o vestido, botão por botão, de cima a baixo. — Eu amo tanto você. — Ele me cobre de beijos, desde a minha nuca até a extremidade do meu ombro, e murmura entre cada um deles: — Eu. Quero. Você. Demais. Eu. Quero. Estar. Dentro. De. Você. Você. É. Minha.

Cada palavra me inebria. Fecho os olhos e inclino a cabeça, oferecendo-lhe meu pescoço, e me vejo ainda mais sob o feitiço que é Christian Grey, meu marido.

— Minha — sussurra ele novamente.

Ele faz o vestido deslizar pelos meus braços, de modo que cai nos meus pés como uma nuvem de seda e renda marfim.

— Vire-se — murmura, a voz repentinamente áspera.

Obedeço, e ele engole em seco.

Estou vestindo um corpete apertado de cetim cor-de-rosa, com cinta-liga, calcinha rendada da mesma cor e meias de seda brancas. Seus olhos percorrem meu corpo avidamente, mas ele não diz uma palavra. Apenas me fita, os olhos arregalados de desejo.

— Gostou? — sussurro, já sentindo um rubor tímido subir pelas minhas bochechas.

— Gostar é pouco, meu amor. Você está sensacional. Venha.

Ele me oferece a mão, e, aceitando-a, dou um passo adiante, deixando o vestido para trás.

— Fique parada — murmura ele, e, sem tirar os olhos cada vez mais escuros dos meus, passa o dedo médio sobre meus seios, seguindo a linha do corpete.

Minha respiração fica ofegante, e ele repete o movimento, seu dedo provocante fazendo minha pele formigar por toda a espinha. Ele para e gira o dedo indicador no ar, o que quer dizer que devo me virar.

Nesse momento, eu faria qualquer coisa para ele.

— Pare — diz.

Estou de frente para a cama, afastada dele. Seu braço circunda minha cintura, puxando-me para si, e ele se aninha no meu pescoço. Suavemente, suas mãos cobrem meus seios, brincando com eles, os polegares desenhando círculos sobre meus mamilos até ficarem tesos contra o tecido do corpete.

— Minha — murmura ele.

— Sua — respondo num sussurro.