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— Vista isso! — ordena.

— Christian, não tem ninguém olhando.

— Estão olhando sim. Pode acreditar. Tenho certeza de que Taylor e os seguranças estão adorando o espetáculo! — rosna ele.

Mas que droga! Por que eu sempre me esqueço deles? Agarro meus seios em pânico, escondendo-os. Desde o problema de sabotagem do Charlie Tango, vivemos constantemente sob os olhares dos malditos seguranças.

— Isso mesmo — continua Christian, sem esconder o mau humor. — E vai que alguns malditos paparazzi tiram uma foto sua? Quer aparecer na capa da Star? Nua, dessa vez?

Merda! Os paparazzi! Puta merda! Sinto toda a cor deixar meu rosto quando coloco, apressada e desajeitada, a parte de cima do biquíni. Sinto um arrepio. A desagradável lembrança de ser assediada pelos paparazzi do lado de fora da Seattle Independent Publishing, depois de a notícia do nosso noivado ter vazado, vem à minha mente sem ser convidada — tudo parte do pacote Christian Grey.

L’addition! — diz Christian, rispidamente, para a garçonete que passa. E dirigindo-se a mim: — Estamos indo.

— Agora?

— É. Agora.

Ah, merda, não dá para discutir com ele.

Ele veste a bermuda, mesmo com a sunga ainda molhada, e a camiseta cinza. A garçonete volta em um minuto com o cartão de crédito dele e a conta.

Relutantemente, visto meu leve vestido turquesa e calço os chinelos. Assim que a garçonete se afasta, Christian apanha seu livro e o BlackBerry e esconde sua fúria atrás dos óculos espelhados estilo aviador. Ele está agitado de tensão e raiva. Meu ânimo se esvai. Quase todas as outras mulheres da praia estão fazendo topless — não é um crime assim tão sério. Na verdade, eu é que pareço estranha com a parte de cima do biquíni. Suspiro internamente, meu entusiasmo desaparecendo. Pensei que Christian veria o lado divertido… pelo menos em parte… disso tudo. Talvez se eu tivesse ficado de bruços… Mas não; o senso de humor dele evaporou.

— Por favor, não fique bravo comigo — sussurro, pegando o livro e o BlackBerry das mãos dele e colocando-os na minha mochila.

— Tarde demais — diz ele calmamente… muito calmamente. — Venha.

Pegando minha mão, ele faz um sinal para Taylor e os outros dois sujeitos, os oficiais de segurança franceses Philippe e Gaston. Estranhamente, são gêmeos idênticos. Os três ficaram na varanda pacientemente nos observando e a todas as outras pessoas na praia. Por que insisto em me esquecer da presença deles? Como? Taylor tem uma expressão pétrea por trás dos óculos escuros. Merda, ele também está zangado comigo. Ainda não estou acostumada a vê-lo vestido tão informalmente, de bermuda e camisa polo preta.

Christian me conduz para dentro do hotel, depois passamos pelo saguão e saímos para a rua. Ele permanece calado, emburrado e mal-humorado, e é tudo culpa minha. Taylor e os outros nos seguem como sombras.

— Para onde estamos indo? — pergunto hesitante, erguendo o olhar para ele.

— Vamos voltar para o barco. — Ele não olha para mim.

Não tenho ideia do horário. Acho que deve ser cinco ou seis da tarde. Quando chegamos à marina, Christian me guia até as docas, onde a lancha e o jet ski pertencentes ao Fair Lady estão atracados. Enquanto ele desamarra o jet ski, entrego minha mochila a Taylor. Dou uma olhadela nervosa para ele, mas, assim como Christian, sua expressão não revela nada. Fico ruborizada, pensando no que ele viu na praia.

— Aqui está, Sra. Grey.

Taylor me passa um colete salva-vidas, que eu obedientemente visto. Por que sou a única que tenho que usá-lo? Christian e Taylor trocam um olhar estranho. Céus, será que ele está bravo com Taylor também? Então ele confere se meu colete está bem ajustado, apertando a tira do meio.

— Muito bem — murmura, zangado, ainda sem me encarar. Merda.

Ele se ajeita graciosamente no jet ski e me estende a mão para que eu me instale atrás dele. Seguro-a com firmeza e consigo jogar a perna por cima do banco por trás dele sem cair na água, enquanto Taylor e os gêmeos vão para a lancha. Christian empurra o jet ski para longe do cais e flutuamos suavemente na marina.

— Segure-se — ordena, e eu aperto os braços em volta dele.

Essa é a minha parte preferida de andar de jet ski. Eu o abraço bem de perto, meu nariz colado em suas costas, maravilhada ao lembrar que houve uma época em que ele não toleraria ser tocado dessa maneira. Ele tem um cheiro tão bom… cheiro de Christian e de mar. Perdoe-me, Christian, por favor.

Seu corpo fica rígido.

— Fique firme — pede, e seu tom agora é mais suave.

Beijo suas costas e descanso meu rosto nele, olhando para as docas, onde alguns turistas se juntaram para observar o espetáculo.

Christian gira a chave e o motor desperta com um ronco. Com apenas um giro do acelerador, o jet ski empina para a frente e ganha velocidade na água escura e gelada, cruzando a marina em direção ao centro do porto, onde está o Fair Lady. Eu o seguro com mais força. Adoro isso — é tão emocionante! Sinto cada músculo da estrutura delgada de Christian ao me agarrar a ele.

Taylor emparelha a lancha com o jet ski. Christian dá uma olhada para ele e então acelera de novo. Nós disparamos à frente, chicoteando a superfície da água como uma pedra bem arremessada. Taylor balança a cabeça, irritado mas resignado, e segue direto para o iate, enquanto Christian dispara à frente do Fair Lady e vai em direção ao mar aberto.

A água que o jet ski levanta espirra em nós, o vento quente bate no meu rosto e faz meu rabo de cavalo balançar loucamente. É tão divertido! Talvez essa agitação toda acabe por dissipar o mau humor de Christian. Não consigo ver seu rosto, mas sei que ele está se divertindo — despreocupado, agindo como um homem da sua idade para variar.

Ele pilota em um amplo semicírculo, e eu observo a costa: os barcos na marina, o mosaico de escritórios e apartamentos amarelos, brancos e cor de areia, as montanhas íngremes atrás das construções. Tudo parece muito desorganizado — diferente dos quarteirões uniformes a que estou acostumada —, mas bem pitoresco. Christian me olha por cima do ombro e eu vejo um esboço de sorriso brotar em seus lábios.

— De novo? — grita ele, mais alto que o barulho do motor.

Concordo entusiasmadamente. O sorriso que ele abre em resposta é contagiante, e ele acelera em volta do Fair Lady rumo ao mar aberto mais uma vez… Acho que estou perdoada.

* * *

— VOCÊ SE BRONZEOU — diz Christian com ternura ao desatar as fivelas do meu salva-vidas.

Ansiosamente, tento avaliar seu humor. Estamos no deque a bordo do iate e um dos camareiros está parado ao lado, quieto, esperando para recolher meu colete. Christian o entrega a ele.

— Mais alguma coisa, senhor? — pergunta o jovem.

Adoro seu sotaque francês. Christian me olha, tira os óculos escuros e os pendura na gola da camiseta.

— Quer um drink? — pergunta-me.

— Preciso de um?

Ele inclina a cabeça para o lado.

— Por que está dizendo isso? — Sua voz é calma.

— Você sabe por quê.

Ele franze as sobrancelhas como se ponderasse algo.

Ah, em que será que ele está pensando?

Dois gins-tônica, por favor. E porções de castanhas e azeitonas — solicita ao camareiro, que faz um sinal positivo com a cabeça e rapidamente desaparece.

— Acha que eu vou punir você? — Sua voz soa sedosa.

— Você quer?

— Quero.

— Como?

— Vou pensar em algo. Talvez depois que você acabar a sua bebida. — E é uma ameaça sensual.

Engulo em seco, e minha deusa interior aperta os olhos em sua espreguiçadeira, onde ela está tentando captar os raios de sol com um refletor prateado acomodado no pescoço.