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— Você vai se acostumar — diz Christian, interrompendo meus devaneios ao retomar seu lugar à mesa.

— Vou me acostumar?

— Ao dinheiro — explica ele, revirando os olhos.

Ah, Christian, talvez com o tempo. Empurro o pratinho na direção dele.

— Seus aperitivos, senhor — digo, com a expressão mais indiferente possível, tentando trazer um pouco de bom humor à nossa conversa depois dos meus pensamentos sombrios e do incidente com o biquíni.

Ele dá um sorriso maldoso.

— Eu quero você de aperitivo.

Ele pega uma amêndoa, os olhos brilhando de bom humor e malícia ao entrar na minha brincadeira. Lambe os lábios.

— Termine sua bebida. Vamos para a cama.

O quê?

Beba — ele articula sem som, seus olhos escurecendo.

Meu Deus, o jeito como ele me olha poderia ser o único responsável pelo aquecimento global. Pego meu gim-tônica e esvazio o copo, sem tirar os olhos dele. Sua boca se abre um pouco e eu vejo a ponta da língua entre os dentes. Ele sorri lascivamente. Em um movimento fluido, fica de pé e se inclina sobre mim, repousando as mãos nos braços da minha cadeira.

— Vou fazer você ser um exemplo. Venha. Não faça xixi — sussurra ele no meu ouvido.

Levo um susto. Não faça xixi? Que grosseiro. Meu inconsciente levanta os olhos de seu livro — Obras completas de Charles Dickens, vol. 1 — alarmado.

— Não é o que você está pensando. — Christian sorri maliciosamente, estendendo a mão. — Confie em mim.

Ele parece tão sexy e inteligente… Como resistir?

— Tudo bem.

Dou a mão a ele, porque eu simplesmente lhe confiaria minha vida. O que será que ele planejou? Meu coração começa a bater forte de ansiedade.

Ele me guia pelo deque, depois passamos pelas portas que dão para o lindo salão central, por um corredor estreito e pela sala de jantar, até descermos as escadas que levam à cabine principal.

A cabine já foi limpa desde a manhã, e a cama, feita. É um belo quarto. Com duas escotilhas, tanto a estibordo quanto a bombordo, é elegantemente decorado com móveis de nogueira escura, paredes em tom creme e estofados dourados e vermelhos.

Christian solta a minha mão, tira a camiseta e a joga em uma cadeira. Tira os chinelos, a bermuda e a sunga em um único movimento gracioso. Ai, meu Deus. Será que nunca vou me cansar de vê-lo nu? Ele é completamente lindo, e é todo meu. Sua pele brilha — ele se bronzeou também — e seu cabelo está mais comprido, caindo na testa. Sou uma garota de muita, muita sorte.

Ele pega meu queixo, puxando-o um pouco para baixo para que eu pare de morder o lábio, e passa o polegar pelo meu lábio inferior.

— Assim está melhor.

Ele se vira e vai a passos largos até o imponente armário onde suas roupas estão guardadas. Da gaveta de baixo, tira dois pares de algemas de metal e uma máscara de avião para dormir.

Algemas! Nunca usamos algemas. Olho rápida e nervosamente para a cama. Onde diabo ele vai prender aquilo? Ele se vira e me encara fixamente, os olhos escuros e luminosos.

— Isso pode ser bem doloroso. Elas podem beliscar sua pele se você puxar com muita força. — Ele segura um par. — Mas eu realmente quero usar em você agora.

Cacete. Minha boca fica seca.

— Aqui. — Ele se aproxima sensualmente e me entrega um par. — Quer experimentar antes?

São sólidas, e o metal é gelado. Espero nunca ter que usar uma dessas de verdade.

Christian está me observando atentamente.

— Cadê as chaves? — Minha voz vacila.

Ele mostra a palma da mão, revelando uma pequena chave de metal.

— Serve para as duas. Na verdade, para todas.

Quantas algemas ele tem? Não me lembro de ter visto nada disso em sua cômoda.

Ele toca minha face com o dedo indicador, descendo até minha boca, e se inclina como se fosse me beijar.

— Quer brincar? — pergunta em voz baixa, e todas as partes do meu corpo sucumbem à medida que uma onda de desejo se expande a partir do meu ventre.

— Quero — respondo, com um suspiro.

Ele sorri.

— Ótimo. — Ele me beija na testa, um beijo leve como uma pena. — Vamos precisar de uma palavra de segurança.

O quê?

Pare” não vai ser suficiente, porque você provavelmente vai falar, mas sem querer realmente dizer isso.

Ele roça o nariz no meu: o único contato entre nós.

Meu coração começa a pular no peito. Cacete… Como ele consegue provocar isso só com palavras?

— Não vai doer. Vai ser intenso. Muito intenso, porque eu não vou deixar você se mexer. Tudo bem?

Meu Deus. Parece tão excitante! Minha respiração está ruidosa. Porra, já estou ofegante. Graças aos céus eu sou casada com este homem, senão seria tudo muito constrangedor. Meus olhos descem até a excitação dele.

— Tudo bem. — Minha voz está quase inaudível.

— Escolha uma palavra, Ana.

Ah…

Uma senha — diz ele ternamente.

— Pirulito — digo, ofegante.

— Pirulito? — repete ele, achando graça.

— É.

Ele sorri enquanto inclina o corpo para trás para me olhar melhor.

— Escolha interessante. Levante os braços.

Eu os levanto, ao que ele segura com força a barra da minha saída de praia, tira-a pela minha cabeça e a joga no chão. Ele estende a mão e eu lhe devolvo as algemas. Christian coloca os dois pares na mesa de cabeceira, junto com a máscara, e arranca a colcha da cama, deixando-a cair no chão.

— Vire-se.

Obedeço. Ele desamarra a parte de cima do meu biquíni e a deixa cair também.

— Amanhã eu vou grampear isso em você — murmura ele, e arranca o meu prendedor de cabelo, soltando meu rabo de cavalo.

Ele agarra meu cabelo com uma das mãos e o puxa gentilmente, para que eu dê um passo para trás, encostando nele. Em seu peito. Em sua ereção. Dou um suspiro quando ele inclina minha cabeça para o lado e beija meu pescoço.

— Você foi muito desobediente — murmura ao meu ouvido, provocando arrepios deliciosos pelo meu corpo.

— Fui — sussurro.

— Humm. O que vamos fazer a respeito disso?

— Aprender a superar.

Suspiro. Seus beijos suaves e lânguidos estão me deixando louca. Ele ri contra o meu pescoço.

— Ah, Sra. Grey. Sempre otimista.

Ele se endireita. Agarrando meu cabelo, reparte-o cuidadosamente em três mechas, faz uma trança devagar e então prende a ponta. Agarra a trança com suavidade e se inclina para murmurar em minha orelha:

— Vou lhe ensinar uma lição.

Movendo-se de repente, ele me agarra pela cintura, senta-se na cama, me puxa e me coloca atravessada sobre seus joelhos de tal maneira que sinto sua ereção contra a barriga. Dá uma palmada no meu bumbum uma vez, forte. Eu grito, e logo estou de costas na cama, ele me encarando, os olhos em brasa. Sinto que vou incendiar.

— Você sabe como é bonita?

Com as pontas dos dedos ele percorre minhas coxas, e eu me sinto formigar… em todos os lugares. Sem tirar os olhos de mim, ele se levanta da cama e pega os dois pares de algemas. Segura minha perna esquerda e fecha uma algema em volta do meu tornozelo.

Ah!

Levantando minha perna direita, ele repete o processo, e assim fico com um par de algemas preso em cada tornozelo. Ainda não tenho ideia de onde ele vai prendê-las.

— Sente-se — ordena ele, e eu obedeço imediatamente.

— Agora abrace os joelhos.

Por um instante fico olhando-o sem entender, mas então levanto as pernas de uma maneira que fiquem dobradas na minha frente e as envolvo com os braços. Ele se abaixa, levanta meu queixo e deposita um beijo suave e molhado na minha boca antes de cobrir meus olhos com a máscara. Não posso ver nada; só consigo escutar minha respiração acelerada e o som da água batendo nos dois lados do iate enquanto ele flutua suavemente no mar.