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Copyright © Fifty Shades Ltd 2011

A autora publicou, inicialmente na internet e sob o pseudônimo Snowqueen’s Icedragon, uma versão em capítulos desta história, com personagens diferentes e sob o título Master of the Universe

TÍTULO ORIGINAL

Fifty Shades Darker

CAPA

Jennifer McGuire

IMAGEM

E. Spek/Dreamstime.com

PREPARAÇÃO

Julia Sobral

REVISÃO

Milena Vargas

GERAÇÃO DE EPUB

Intrínseca

E-ISBN

978-85-8057-209-4

Edição digitaclass="underline" 2012

Todos os direitos reservados à

EDITORA INTRÍNSECA LTDA.

Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar

22451-050 – Gávea

Rio de Janeiro – RJ

Tel./Fax: (21) 3206-7400

www.intrinseca.com.br

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Para Z e J

Vocês têm meu amor incondicional, sempre

AGRADECIMENTOS

_________________________________________

Tenho uma grande dívida de gratidão para com Sarah, Kay e Jada. Obrigada por tudo o que fizeram por mim.

Devo também um ENORME obrigada a Kathleen e Kristi, que me salvaram e resolveram um monte de coisas.

Obrigada também a Niall, meu marido, meu amante e meu melhor amigo (a maior parte do tempo).

E um superobrigada a todas as mulheres maravilhosas do mundo inteiro que tive o prazer de conhecer desde que tudo isso começou, e que hoje considero minhas amigas, entre elas: Ale, Alex, Amy, Andrea, Angela, Azucena, Babs, Bee, Belinda, Betsy, Brandy, Britt, Caroline, Catherine, Dawn, Gwen, Hannah, Janet, Jen, Jenn, Jill, Kathy, Katie, Kellie, Kelly, Liz, Mandy, Margaret, Natalia, Nicole, Nora, Olga, Pam, Pauline, Raina, Raizie, Rajka, Rhian, Ruth, Steph, Susi, Tasha, Taylor e Una. E também às muitas e muitas mulheres talentosas, engraçadas e acolhedoras que conheci on-line (e homens também). Vocês sabem quem são.

Obrigada a Morgan e a Jenn por todas as questões ligadas ao Heathman.

E, finalmente, obrigada a Janine, minha editora. Você é o máximo. E isso é tudo.

PRÓLOGO

_________________________________________

Ele voltou. Mamãe está dormindo ou então está doente de novo.

Eu me escondo e me enrosco debaixo da mesa da cozinha. Por entre meus dedos posso ver mamãe. Ela está dormindo no sofá, com a mão sobre o tapete verde e pegajoso, e ele está usando suas botas grandes, com fivelas brilhantes, e está de pé junto dela, gritando.

Ele acerta mamãe com um cinto. Levante-se! Levante-se! Você é uma cadela filha da puta. Você é uma cadela filha da puta. Você é uma cadela filha da puta. Você é uma cadela filha da puta. Você é uma cadela filha da puta. Você é uma cadela filha da puta.

Mamãe soluça. Pare. Por favor, pare. Mamãe não grita. Mamãe se encolhe.

Tapo os ouvidos e fecho os olhos. O barulho para.

Ele se vira, e posso ver suas botas à medida que caminha em direção à cozinha. Ainda está com o cinto. Está me procurando.

Ele se abaixa e sorri. Cheira mal. A cigarro e bebida. Aí está você, seu merdinha.

Um uivo arrepiante o acorda. Meu Deus! Ele está encharcado de suor e seu coração bate muito forte. Que porra é essa? Ele se senta na cama e leva a cabeça até as mãos. Merda. Eles voltaram. O barulho era eu. Respira fundo, tentando afastar da mente e das narinas o cheiro de uísque barato e de cigarros Camel rançosos.

CAPÍTULO UM

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Sobrevivi ao terceiro dia pós-Christian, e ao primeiro dia no emprego. Foi uma distração bem-vinda. O tempo voou numa névoa de rostos novos, trabalho a fazer e a presença do Sr. Jack Hyde. O Sr. Jack Hyde... ele sorri para mim, os olhos azuis cintilantes, ao se recostar contra minha mesa.

— Bom trabalho, Ana. Acho que vamos formar um belo time.

De alguma forma, dou um jeito de curvar os lábios para cima num arremedo de sorriso.

— Acho que já vou indo, se estiver tudo bem para o senhor — murmuro.

— Claro, são cinco e meia. Vejo você amanhã.

— Boa noite, Jack.

— Boa noite, Ana.

Pego minha bolsa, enfio-me no casaco e caminho até a porta. Lá fora, no ar do início de noite de Seattle, respiro fundo. Ele não chega nem perto de encher o vazio em meu peito, um vazio que está ali desde a manhã de sábado, um lembrete oco e doloroso de minha perda. Caminho de cabeça baixa em direção ao ponto de ônibus, olhando para os meus pés e contemplando a vida sem o meu amado Wanda, meu fusca antigo... ou sem o Audi.

Imediatamente bloqueio esses pensamentos. Não. Não pense nele. É claro que tenho dinheiro para comprar um carro — um belo carro novo. Suspeito de que ele tenha sido generoso demais no pagamento, e a ideia deixa um gosto amargo em minha boca, mas eu a afasto e tento manter a cabeça tão vazia e entorpecida quanto possível. Não posso pensar nele. Não quero começar a chorar de novo, não no meio da rua.

O apartamento está vazio. Sinto saudade de Kate, e a imagino deitada numa praia em Barbados, se refrescando com um coquetel. Ligo a tevê de tela plana para que o ruído preencha o vazio e proporcione uma sensação de companhia, mas não a escuto nem olho para ela. Sento-me e encaro a parede de tijolos com um olhar vazio. Estou apática. Não sinto nada além de dor. Por quanto tempo precisarei suportar isso?

A campainha me acorda da prostração, e meu coração dispara. Quem será? Atendo o interfone.

— Entrega para a Srta. Steele — responde uma voz entediada e distante, e a decepção me atinge em cheio.

Entorpecida, desço até o térreo e vejo um rapaz encostado na porta da frente, mascando ruidosamente um chiclete e segurando uma grande caixa de papelão. Assino para receber o pacote e subo com ele. A caixa é enorme e surpreendentemente leve. Dentro dela, duas dúzias de rosas brancas de caule comprido e um cartão.

Parabéns pelo primeiro dia no trabalho.

Espero que tenha corrido tudo bem.

E obrigado pelo planador. Foi muito gentil de sua parte.

Reservei um lugar especial para ele em minha mesa.

Christian

Encaro o cartão digitado, o buraco em meu peito se expandindo. Sem dúvida foi enviado por uma assistente. Christian provavelmente não tem nada a ver com isso. É doloroso demais pensar no assunto. Examino as rosas — são lindas, não consigo jogá-las no lixo. Obediente, vou até a cozinha procurar um vaso.

* * *

E ASSIM UM PADRÃO se estabelece: acordar, trabalhar, chorar, dormir. Bem, tentar dormir. Não consigo fugir dele nem em meus sonhos. Os olhos ardentes de Grey, o olhar perdido, o cabelo macio e brilhoso me perseguem. E a música... tanta música. Não suporto ouvir música alguma. Tenho o cuidado de evitar a todo custo. Mesmo os jingles em comerciais de tevê me deixam trêmula.

Não falei com ninguém, nem mesmo com minha mãe ou Ray. Não estou com cabeça para conversa fiada agora. Não, não quero nada disso. Eu me tornei minha própria ilha. Uma terra destruída e devastada onde nada cresce e os horizontes são sombrios. Sim, essa sou eu. Sou capaz de interagir de forma impessoal no trabalho, mas é só. Se eu conversar com minha mãe, sei que vou me machucar ainda mais e não tenho mais onde me machucar.