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— Não sou tão vingativo, Anastasia — repreende-me. — Não. Vou deixar tudo para ela. Na segunda-feira, eu falo com meu advogado. Devo isso a ela.

Arqueio uma sobrancelha para ele.

— Então, chega de Mrs. Robinson?

Ele contorce a boca, divertido, e balança a cabeça.

— Chega.

Sorrio.

— Sinto muito que você tenha perdido uma amiga.

Ele dá de ombros, em seguida, sorri.

— Sente, é?

— Não — confesso, ficando vermelha.

— Venha. — Ele se levanta e me oferece a mão. — Vamos voltar para a festa em nossa homenagem. Talvez eu até me embebede.

— E você por acaso fica bêbado? — pergunto ao segurar sua mão.

— Não desde que era um adolescente selvagem. — Descemos as escadas. — Você comeu? — pergunta ele.

Ah, droga.

— Não.

— Pois deveria. Pela aparência e pelo cheiro de Elena, aquilo que você jogou nela era um dos coquetéis letais do meu pai. — Ele me olha, tentando afastar o humor de seu rosto, e falhando miseravelmente.

— Christian, eu...

Ele ergue a mão para mim.

— Não tem discussão, Anastasia. Se for para beber e jogar álcool nas minhas ex, então você tem que comer. É a regra número um. Acho que já tivemos essa discussão depois da nossa primeira noite juntos.

Ah, sim. No Heathman.

De volta ao corredor, ele para e acaricia meu rosto, seus dedos deslizando ao longo do meu queixo.

— Fiquei acordado durante horas, assistindo você dormir — murmura. — Talvez eu já amasse você então.

Ah.

Ele se inclina e me beija com carinho, e eu me derreto toda por dentro, a tensão da última hora se esvaindo languidamente de meu corpo.

— Coma — sussurra.

— Certo — aquiesço, porque, neste instante, acho que poderia fazer qualquer coisa por ele. Segurando a minha mão, ele me leva até a cozinha, onde a festa segue a toda.

* * *

— TCHAU, JOHN. Boa noite, Rhian.

— Parabéns mais uma vez, Ana. Vocês vão ficar bem. — Dr. Flynn sorri gentilmente para nós, enquanto caminhamos lado a lado pelo corredor para nos despedir dele e de Rhian.

— Boa noite.

Christian fecha a porta e balança a cabeça. Ele me fita, de repente, os olhos brilhando de excitação.

O que foi?

— Só sobrou a família. Acho que minha mãe passou um pouco da conta na bebida. — Grace está cantando karaokê na sala de jogos. E Kate e Mia estão competindo com ela arduamente.

— E você a culpa por isso? — Sorrio para ele, tentando manter o clima leve entre nós. Funciona.

— Você está rindo de mim, Srta. Steele?

— Estou.

— Foi um dia cheio.

— Christian, ultimamente, todos os dias com você têm sido cheios. — Minha voz é sarcástica.

Ele balança a cabeça.

— Muito bem colocado, Srta. Steele. Venha, quero lhe mostrar uma coisa.

Segurando a minha mão, ele me leva até a cozinha, onde Carrick, Ethan e Elliot estão conversando sobre os Mariners, bebendo os últimos drinques e comendo as sobras da comida da festa.

— Vão dar um passeio? — Elliot provoca sugestivamente assim que atravessamos as portas para o jardim. Christian o ignora. Carrick franze a testa para Elliot, sacudindo a cabeça numa reprovação silenciosa.

À medida que descemos os degraus até o gramado, tiro os sapatos. Uma lua crescente reluz sobre a baía. Está muito brilhante, mergulhando tudo em inúmeros tons de cinza ​​enquanto as luzes de Seattle piscam a distância. As lâmpadas do ancoradouro estão acesas, um farol suave cintilando sob o brilho frio da lua.

— Christian, eu gostaria de ir à igreja amanhã.

— Ah?

— Rezei para que você voltasse vivo, e você voltou. É o mínimo que posso fazer.

— Está bem.

Caminhamos de mãos dadas num silêncio relaxado por alguns momentos. Então, algo me passa pela cabeça.

— Onde você vai colocar as fotos que José tirou de mim?

— Achei que a gente poderia colocar na casa nova.

— Você comprou a casa?

Ele para e me olha, a voz cheia de preocupação.

— Comprei. Achei que você tivesse gostado dela.

— E gostei. Quando você comprou?

— Ontem de manhã. Agora a gente precisa decidir o que fazer com ela — murmura, aliviado.

— Não a derrube. Por favor. É uma casa tão linda. Só precisa de um pouco de amor e carinho.

Christian olha para mim e sorri.

— Certo. Vou falar com Elliot. Ele conhece uma arquiteta muito boa, ela fez umas obras na minha casa de Aspen. E ele pode cuidar da renovação.

Rio de repente, lembrando-me da última vez em que atravessamos esse gramado sob o luar até o ancoradouro. Ah, talvez seja para lá que estamos indo agora. Sorrio.

— O que foi?

— Estou me lembrando da última vez em que você me levou até o ancoradouro.

— Ah, aquilo foi divertido. — Christian ri baixinho. — Aliás... — Ele para de repente e me coloca no ombro, embora não estejamos muito longe. Solto um gritinho.

— Se me lembro bem, você estava com muita raiva — ofego.

— Anastasia, sempre estou com muita raiva.

— Não, não é verdade.

Ele me dá um tapa na bunda assim que para diante da porta de madeira. Então me coloca no chão, deslizando-me sobre o seu corpo, e segura minha cabeça entre as mãos.

— Não, não mais.

Abaixando-se, ele me beija com força. Quando se afasta, estou ofegante e o desejo vara o meu corpo.

Ele me olha, e, sob o brilho do raio de luz que vem de dentro do ancoradouro, vejo que está ansioso. Meu homem ansioso, não um cavaleiro branco ou um cavaleiro das trevas, mas um homem — um homem lindo, e não tão complicado assim — a quem amo. Acaricio seu rosto, correndo os dedos por suas costeletas e ao longo de sua mandíbula até o queixo; em seguida, deixo meu indicador tocar seus lábios. Ele relaxa.

— Tenho uma coisa pra mostrar a você aí dentro — murmura e abre a porta.

A luz dura das lâmpadas fluorescentes ilumina a impressionante lancha atracada no cais, balançando de mansinho na água escura. Ao lado dela, há um barco a remo.

— Venha.

Christian pega a minha mão e me conduz pelos degraus de madeira. Abrindo a porta no topo da escada, ele se afasta para que eu entre.

Fico boquiaberta. O sótão está irreconhecível, inteiramente coberto de flores... flores por todos os cantos. Alguém criou uma câmara mágica, repleta de belas flores do campo, luzes de Natal e pequenas lanternas de papel que lançam um brilho suave e pálido por todo o ambiente.

Viro o rosto para ele, e ele está me observando, a expressão ilegível. Então, dá de ombros.

— Você queria flores e corações — murmura.

Eu pisco para ele, sem acreditar no que estou vendo.

— Você tem meu coração.

E então ele acena em direção ao cômodo.

— E aqui estão as flores — sussurro, completando sua frase. — Christian, é lindo. — Não consigo pensar em mais nada para dizer. Meu coração pula até a boca, e as lágrimas ardem em meus olhos.

Segurando minha mão, ele me puxa para dentro do quarto, e antes que eu perceba, está com um dos joelhos no chão, na minha frente. Minha nossa... Por essa eu não esperava! Prendo a respiração.

Ele retira uma aliança do bolso interno do casaco e ergue o olhar para mim, os olhos brilhantes, cinzentos e inchados, repletos de emoção.

— Anastasia Steele. Eu amo você. Quero amar, adorar e proteger você para o resto da minha vida. Seja minha. Para sempre. Divida minha vida comigo. Case comigo.

Pisco para ele e as lágrimas me escorrem pelo rosto. Meu Cinquenta Tons, meu homem. Eu o amo tanto, e tudo o que posso dizer em meio à onda de emoção que me invade é:

— Sim.

Ele sorri, aliviado, e, lentamente, desliza a aliança pelo meu dedo. É linda, um diamante oval num anel de platina. Uau, o diamante é enorme... Grande, mas simples e deslumbrante em sua simplicidade.