— Ah, Christian — soluço, tomada de súbito pela alegria.
Fico de joelhos diante dele, os dedos em seus cabelos, e o beijo, com todo o meu coração e toda a minha alma. Beijo esse homem lindo, que me ama da mesma forma que eu o amo; e ele me envolve em seus braços, suas mãos subindo até os meus cabelos, sua boca na minha. Sei, no fundo, que sempre serei sua, e ele sempre será meu. Percorremos um longo caminho juntos, e ainda temos muito que caminhar, mas somos feitos um para o outro. Somos almas gêmeas.
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A ponta do cigarro brilha intensamente na escuridão à medida que ele dá uma longa tragada. Solta a fumaça numa longa exalação, terminando com dois anéis que dissolvem diante de si, pálidos e fantasmagóricos sob o luar. Ele se ajeita em seu assento, entediado, e dá um gole rápido de bourbon barato direto do gargalo da garrafa embrulhada em papel pardo amassado, antes de descansá-la de novo entre as coxas.
Mal pode acreditar que ele continue cruzando seu caminho. Sua boca se contorce num riso desdenhoso e sarcástico. O helicóptero fora uma jogada precipitada e ousada. Uma das coisas mais emocionantes que já fizera na vida. Mas não deu certo. Ele revira os olhos com ironia. Quem diria que o filho da puta saberia pilotar aquela merda de verdade?
Ele bufa.
Eles o subestimaram. Se Grey pensou por um instante que ele iria se recolher sob o crepúsculo, choramingando baixinho, aquele babaca não sabia de nada.
Sua vida toda, foi a mesma coisa. As pessoas constantemente o subestimando — só um homem que lê livros. Que se fodam! Um homem com uma memória fotográfica que lê livros. Ah, as coisas que ele aprendeu, as coisas que ele sabe. Ele bufa de novo. Sim, Grey, a seu respeito. As coisas que sei sobre você.
Nada mal para um garoto de um fim de mundo de Detroit.
Nada mal para um garoto que conseguiu uma bolsa de estudos em Princeton.
Nada mal para um garoto que se matou de trabalhar durante toda a faculdade e acabou entrando no mercado editorial.
E agora tudo isso foi por água abaixo, tudo por causa de Grey e daquela vadia dele. Ele franze a testa diante da casa, como se ela representasse tudo o que ele mais despreza. Mas não há nada a fazer. A única confusão é uma loura peituda, toda de preto, cambaleando até a garagem aos prantos antes de entrar num Mercedes-Benz branco e picar a mula.
Ele dá uma gargalhada e estremece. Merda, suas costelas. Ainda estão doloridas do chute ligeiro do capanga de Grey.
Ele reconstrói a cena em sua mente. “Encoste um dedo na Srta. Steele de novo, e eu mato você.”
Aquele filho da puta também vai ter o que merece. É, ele vai ver só.
Ele se recosta contra o banco do carro. Parece que a noite vai ser longa. Mas não vai a lugar nenhum, vai ficar ali, observando e esperando. Dá outro trago em seu Marlboro vermelho. Sua hora vai chegar. Sua hora vai chegar em breve.
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TRILOGIA CINQUENTA TONS DE CINZA
Cinquenta
tons de
liberdade
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CAPÍTULO UM
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Olho para cima, pelas brechas do guarda-sol verde-alga, para o mais azul dos céus: um azul de verão, um azul mediterrâneo, e solto um suspiro de satisfação. Christian está ao meu lado, estirado sobre uma espreguiçadeira de praia. Meu marido — meu belo e sensual marido, sem camisa, uma bermuda feita de calça jeans cortada — está concentrado em um livro que prevê o colapso do sistema bancário ocidental. Pelo que todos comentam, é viciante de ler. Eu nunca o tinha visto tão quieto assim, nunca. Mais parece um estudante do que o bem-sucedido CEO de uma das maiores empresas privadas dos Estados Unidos.
Estamos no final da nossa lua de mel, aproveitando o sol da tarde na praia do Beach Plaza Monte Carlo — um nome bem apropriado —, em Mônaco, embora na verdade não estejamos nesse hotel. Abro os olhos e fito o Fair Lady, ancorado no porto. Naturalmente, estamos hospedados a bordo de um luxuoso iate. Construído em 1928, o Fair Lady flutua majestosamente sobre as águas, soberano em relação a todos os outros iates do porto. Parece um brinquedo de dar corda. Christian o adora; até suspeito de que ele esteja tentado a comprá-lo. Francamente... homens e seus brinquedos.
Recostando-me confortavelmente, escuto a lista de Christian Grey no meu iPod novo e cochilo sob o sol de fim de tarde, relembrando o pedido de casamento. Ah, um pedido dos sonhos, no ancoradouro… Quase consigo sentir o aroma das flores do campo…
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— Podemos nos casar amanhã? — Christian murmura suavemente no meu ouvido.
Estou languidamente recostada no peito dele, na florida cobertura do ancoradouro, satisfeita depois de fazermos amor apaixonadamente.
— Hmm.
— Isso é um sim? — Capto expectativa na voz dele.
— Hmm.
— Um não?
— Hmm.
Sinto seu sorriso.
— Srta. Steele, você é incoerente?
Sorrio também.
— Hmm.
Ele ri e me abraça apertado, beijando o alto da minha cabeça.
— Então está combinado. Vegas amanhã.
Meio dormindo, levanto a cabeça.
— Acho que os meus pais não ficariam muito felizes com isso.
Ele passa os dedos pelas minhas costas nuas, para cima e para baixo, me acariciando ternamente.
— O que você quer, Anastasia? Vegas? Um casamento grande, com tudo a que tem direito? Vamos, diga.
— Grande não… Só os amigos e a família.
Ergo o olhar para ele, enternecida pela súplica silenciosa em seus brilhantes olhos cinzentos. O que ele quer?
— Tudo bem — concorda ele. — Onde?
Dou de ombros.
— Pode ser aqui?
— Na casa dos seus pais? Eles não vão se importar?
Ele resmunga.
— Minha mãe ficaria no sétimo céu.
— Aqui, então. Tenho certeza de que minha mãe e meu pai vão preferir.
Ele acaricia meu cabelo. Eu não poderia estar mais feliz.
— Bom, já resolvemos onde; agora vamos definir quando.
— Você tem que perguntar para a sua mãe, é claro.
— Hmm. — O sorriso dele desaparece. — Posso dar a ela um mês, no máximo. Quero muito você, não posso esperar mais que isso.
— Christian, eu já sou sua. Faz um bom tempo já. Mas tudo bem: um mês está bom.
Eu beijo seu peito, um beijo suave e casto, e sorrio.
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— Você vai se queimar muito — sussurra Christian em meu ouvido, assustando-me no meio do meu cochilo.
— Estou incendiando por dentro só de admirar você. — E abro meu sorriso mais doce.
O sol do fim de tarde mudou de posição, de forma que os fortes raios incidem diretamente sobre mim. Ele sorri maliciosamente e, em um movimento rápido, puxa minha espreguiçadeira de volta para a sombra do guarda-sol.
— Agora está protegida do sol do Mediterrâneo, Sra. Grey.
— Obrigada por seu altruísmo, Sr. Grey.
— O prazer é todo meu, Sra. Grey, e não estou sendo nem um pouco altruísta. Se você se queimar demais, não vou conseguir tocar o seu corpo. — Ele ergue uma sobrancelha, seus olhos brilhando de jovialidade, e meu coração se derrete. — Mas suspeito que você já saiba disso, e está rindo de mim.
— Eeeeeeu? — digo, com um suspiro, fingindo inocência.
— Você sim. Vive rindo de mim. É uma das muitas coisas que amo em você.
Ele se abaixa e me beija, mordendo de leve meu lábio inferior.