— Sobremesa, Sr. Grey? — oferece ela.
Ele balança a cabeça em negativa e desliza o dedo pelo lábio inferior enquanto olha para mim, a expressão séria e indecifrável.
— Não, obrigada — murmuro, incapaz de desviar o olhar do dele.
Seus lábios se fecham num sorriso pequeno e secreto, e Natalia se retira.
— Ótimo — murmura ele. — Prefiro saborear você como sobremesa.
Opa… aqui?
— Venha — diz ele, levantando-se e me oferecendo a mão.
Ele me leva até a parte posterior da cabine.
— Tem um banheiro aqui.
Ele aponta para uma porta pequena, e depois me conduz por um curto corredor, ao final do qual entramos em outra porta.
Caramba… um quarto. A cabine é decorada em tons de creme e marfim, e a pequena cama de casal está coberta de almofadas douradas e acobreadas. Parece muito confortável.
Christian se vira e me puxa para seus braços, com o olhar fixo em mim.
— Pensei em passarmos nossa noite de núpcias a trinta e cinco mil pés de altura. É algo que nunca fiz antes.
Mais uma primeira vez. Olho para ele boquiaberta, meu coração aos pulos... o clube do sexo nas alturas. Já ouvi falar sobre isso.
— Mas primeiro eu tenho que tirar você desse vestido fabuloso.
Os olhos dele brilham, cheios de amor e de algo mais sombrio, algo que eu adoro... algo que convoca a minha deusa interior. Ele me deixa sem fôlego.
— Vire-se.
A voz dele é baixa, autoritária e incrivelmente sensual. Como ele consegue incutir tantas promessas em apenas uma palavra? Consinto de bom grado, e suas mãos alcançam meu cabelo. Gentilmente ele retira cada grampo, um de cada vez, seus dedos experientes concluindo a tarefa rapidamente. Meu cabelo cai sobre os ombros, uma mecha de cada vez, cobrindo minhas costas e meus seios. Tento ficar imóvel e não me contorcer, mas desejo ardentemente sentir seu toque. Depois de um dia longo e cansativo, embora emocionante, eu quero Christian — quero-o todo para mim.
— Seu cabelo é tão bonito, Ana.
Sua boca está próxima da minha orelha e eu sinto sua respiração, ainda que seus lábios não encostem em mim. Quando não há mais grampos a tirar, ele desliza os dedos pelo meu cabelo, massageando suavemente meu couro cabeludo... meu Deus... Fecho os olhos e aproveito a sensação. Seus dedos se movem para baixo, e ele puxa minha cabeça para trás, expondo meu pescoço.
— Você é minha — sussurra ele, e seus dentes puxam o lóbulo da minha orelha.
Solto um gemido.
— Quietinha agora — adverte ele.
Christian tira meu cabelo de sobre meus ombros e passa um dedo pelas minhas costas, de um ombro ao outro, acompanhando o decote rendado do vestido. Tenho um calafrio de expectativa. Ele crava um beijo terno nas minhas costas, acima do primeiro botão do vestido.
— Tão linda — diz, enquanto habilmente abre o primeiro botão. — Hoje você fez de mim o homem mais feliz do mundo. — Com uma infinita lentidão, ele abre o vestido, botão por botão, de cima a baixo. — Eu amo tanto você. — Cobrindo-me de beijos, desde a minha nuca até a extremidade do meu ombro, ele murmura entre cada beijo: — Eu. Quero. Você. Demais. Eu. Quero. Estar. Dentro. De. Você. Você. É. Minha.
Cada palavra me inebria. Fecho os olhos e inclino a cabeça, oferecendo meu pescoço para ele, e me vejo ainda mais sob o feitiço que é Christian Grey, meu marido.
— Minha — sussurra ele novamente.
Ele faz o vestido deslizar pelos meus braços, de modo que cai nos meus pés como uma nuvem de seda e renda marfim.
— Vire-se — murmura ele, a voz repentinamente áspera.
Obedeço, e ele engole em seco.
Estou vestindo um corpete apertado de cetim cor-de-rosa, com cinta-liga, calcinha rendada da mesma cor e meias de seda brancas. Seus olhos percorrem meu corpo avidamente, mas ele não diz uma palavra. Apenas me fita, os olhos arregalados de desejo.
— Gostou? — sussurro, já sentindo um rubor tímido subindo pelas minhas bochechas.
— Gostar é pouco, meu amor. Você está sensacional. Venha.
Ele me oferece a mão, e, aceitando-a, dou um passo para a frente, deixando o vestido para trás.
— Fique parada — murmura ele, e, sem tirar os olhos cada vez mais escuros dos meus, passa o dedo médio sobre meus seios, seguindo a linha do corpete.
Minha respiração fica ofegante, e ele repete o movimento sobre os meus seios, seu dedo provocante fazendo minha pele formigar por toda a espinha. Ele para e gira o dedo indicador no ar, indicando que devo me virar.
Nesse momento, eu faria qualquer coisa para ele.
— Pare — diz.
Estou de frente para a cama, afastada dele. Seu braço circunda minha cintura, me puxando para si, e ele se aninha no meu pescoço. Suavemente, suas mãos cobrem meus seios, brincando com eles, seus polegares desenhando círculos sobre meus mamilos até ficarem tesos contra o tecido do corpete.
— Minha — murmura ele.
— Sua — respondo num sussurro.
Deixando meus seios de lado, suas mãos percorrem minha barriga e minhas coxas, seus polegares passando por meu sexo. Abafo um gemido. Seus dedos deslizam sobre a cinta-liga, e, com sua habitual agilidade, ele desprende as meias dos dois lados simultaneamente. Suas mãos viajam em torno do meu corpo até alcançarem minha bunda.
— Minha — murmura ele, suas mãos se espalmando nas minhas nádegas, as pontas dos dedos roçando meu sexo.
— Ah.
— Shhh.
Suas mãos descem pela parte posterior das minhas coxas, e novamente ele desprende as ligas.
Abaixando-se, ele puxa a coberta da cama.
— Sente-se.
Faço o que ele manda, em transe; ele então se ajoelha aos meus pés e delicadamente descalça cada um dos meus sapatos de noiva Jimmy Choo. Agarra a parte de cima de minha meia esquerda e a despe lentamente, deslizando os polegares pela minha perna... E repete o processo com a outra meia.
— É como abrir os presentes de Natal. — Ele sorri por trás de seus longos cílios negros.
— Um presente que já é seu...
Ele franze o cenho, como em uma reprimenda.
— Ah, não, baby. Desta vez é realmente meu.
— Christian, eu sou sua desde que disse sim. — Avanço em um movimento rápido e seguro seu rosto em minhas mãos, o rosto que tanto amo. — Sou sua. Serei sempre sua, meu marido. Agora, acho que você está usando roupas demais.
Inclino-me para beijá-lo, e ele repentinamente levanta o corpo, me beija na boca e agarra minha cabeça com as mãos, os dedos enroscados no meu cabelo.
— Ana — sussurra ele. — Minha Ana.
Seus lábios procuram os meus novamente, sua língua ao mesmo tempo invasiva e persuasiva.
— Roupas — sussurro, nossas respirações se combinando quando empurro seu colete para baixo e ele o despe, me soltando por um momento. Ele faz uma pausa, olhando para mim; olhos ávidos, desejosos. — Deixe que eu tiro. — Minha voz é suave e firme. Quero despir meu marido, meu Cinquenta Tons.
Ele se senta sobre os tornozelos; inclinando-me para a frente, agarro sua gravata — sua gravata prateada, a minha preferida —, vagarosamente desfaço o nó e a tiro de seu pescoço. Ele levanta o queixo para que eu abra o primeiro botão de sua camisa branca; depois, é hora de dar um jeito nas abotoaduras. As que ele está usando hoje são de platina — gravadas com as letras A e C entrelaçadas —, o presente de casamento que lhe dei. Logo que as retiro, ele as pega de mim e as fecha dentro da mão. Em seguida beija a própria mão fechada e joga as joias no bolso da calça.
— Sr. Grey, tão romântico.
— Para você, Sra. Grey... corações e flores. Sempre.
Seguro sua mão e, vendo-o acima de mim através dos meus cílios, beijo sua aliança de platina toda lisa. Ele geme e fecha os olhos.
— Ana — murmura Christian, como se meu nome fosse uma oração.
Começando pelo segundo botão de sua camisa, repito seu gesto de alguns instantes atrás: dou um beijo terno no seu peito a cada botão que abro, sussurrando, entre um beijo e outro: