- Eu compreendo. - Otto Lewison olhou para o relógio. - Ashley vai demorar um pouco ainda. Por que o senhor não se junta à Senhorita Aniston no jardim? Pedirei a Ashley que os encontre lá quando estiver liberada.
O Dr. Paterson se levantou.
- Obrigado! Eu vou, sim.
Otto Lewison esperou que ele saísse. Mal podia esperar para contar ao Dr. Keller o que acabara de saber.
Victoria Aniston e Katrina estavam esperando por ele.
- Você viu Ashley? - perguntou Victoria.
- Ela virá dentro de poucos minutos - disse o Dr. Paterson, olhou para o enorme jardim ao redor - Isto aqui é muito agradável, não é mesmo?
Katrina correu para perto dele.
- Eu quero ir para o céu de novo.
Ele sorriu.
- Tudo bem. - Ele a pegou nos braços, jogou-a para o alto e pegou-a quando ela caiu.
- Mais alto!
- Está pronta? Vamos lá. - Ele a jogou para o alto novamente e a pegou, e ela gritou, feliz da vida.
- De novo!
O Dr. Paterson estava de costas para a edificação principal, de forma que não viu Ashley e o Dr. Keller saindo.
- Mais alto! - gritou Katrina.
Ashley parou à porta, petrificada. Viu o pai brincando com a garotinha, e o tempo pareceu se fragmentar. Tudo depois disso aconteceu em câmara lenta.
Houve lampejos de uma garotinha sendo jogada para cima... "Mais alto, papai . "
"Está pronta? Vamos lá. "
E depois a menina sendo jogada sobre uma cama...
E uma voz dizendo: "Você vai gostar. . "
A imagem de um homem se deitando ao seu lado na cama. A garotinha estava gritando: "Pare. Não, por favor, Não. "
O homem estava na sombra. Ele a estava segurando com firmeza e acariciando-lhe o corpo. "Não é gostoso?"
E, de repente, a sombra se esvaiu, e Ashley conseguiu ver o rosto do homem. Era o seu pai.
Ao vê-lo ali no jardim agora, brincando com a garotinha, Ashley abriu a boca, começou a gritar e não conseguiu parar.
O Dr. Paterson, Victoria Aniston e Katrina se viraram, assustados.
O Dr. Keller falou rapidamente:
- Eu sinto muitíssimo! O dia não está sendo nada bom. Vocês poderiam voltar outra hora? - Conduziu Ashley de volta para dentro. eles a levaram para uma das salas de emergência.
- A pulsação dela está alta - disse o Dr. Keller - Ela está muito ansiosa. - Ele se aproximou dela e falou: - Ashley, não tenha medo. Está segura aqui. Ninguém vai machucá-la. Escute a minha voz e relaxe. . relaxe... relaxe...
Foi preciso meia hora.
- Ashley, me conte o que aconteceu. O que foi que a perturbou.
- Meu pai e aquela garotinha...
- O que têm eles?
Foi Toni quem respondeu.
- Ela não consegue encarar isso. Está com medo de que ele faça com a garotinha o que fez com ela.
O Dr. Keller ficou olhando fixamente para ela durante um instante.
- O que... o que ele fez com ela?
- Em Londres. Ela estava na cama. Ele se sentou ao lado dela e falou: "Vou deixar você muito feliz, menina", e começou a fazer-lhe cócegas, e ela estava rindo. E então... ele tirou-lhe o pijama e começou a boliná-la. "Não é bom o carinho das minhas mãos?" Ashley começou a gritar: "Pare. não faça isso." Mas ele não parou, segurou-a contra a cama e continuou...
- Essa foi a primeira vez em que aconteceu, Toni? - perguntou o Dr. Keller.
- Foi.
- Quantos anos Ashley tinha?
- Seis.
- E foi aí que você nasceu?
- Foi. Ashley ficou aterrorizada demais para enfrentar a situação.
- O que aconteceu depois disso?
- Papai ia para a cama todas as noites e se deitava junto dela. - As palavras fluíam agora. - Ela não conseguia impedi-lo. Quando eles voltaram para casa, Ashley contou a mamãe o que havia acontecido, e mamãe disse que ela era uma cadela mentirosa. "Ashley ficou com medo de adormecer à noite, pois sabia que papai iria para o seu quarto. Ele costumava fazer com que ela o tocasse e depois ele próprio se masturbava. E dizia para ela: 'Não conte isso para ninguém, senão eu vou deixar de amar você." Ela não podia contar a ninguém. Mamãe e papai viviam brigando, e Ashley achava que era culpa sua. Sabia que tinha feito algo de errado, mas não sabia o quê. Mamãe a odiava.
- Quanto tempo isso durou? - perguntou o Dr. Keller.
- Quando eu tinha oito anos... - Toni parou.
- Continue, Toni.
O rosto de Ashley se modificou, e era Alette quem estava sentada na cadeira agora. Ela falou:
- Nós nos mudamos para Roma, onde ele fez pesquisas para a Policlínica Berto Primo.
- E foi aí que você nasceu?
- Foi. Ashley não conseguiu suportar o que aconteceu uma noite, então eu vim para protegê-la.
- O que aconteceu, Alette?
- Papai entrou no quarto enquanto ela estava dormindo; estava nu. Ele foi para a cama de Ashley e desta vez penetrou-a à força. Ela tentou impedi-lo, mas não conseguiu. Ashley implorava para que ele não fizesse mais aquilo, mas papai voltava toda noite. Ele sempre dizia: "É assim que um homem mostra para uma mulher que a ama, e você é minha mulher, e eu a amo. Você nunca deve contar isso a ninguém. "E ela nunca pôde contar isso a ninguém.
Ashley estava soluçando, as lágrimas escorrendo-lhe pelo rosto.
Gilbert Keller fez o que pôde para não acolhê-la em seus braços e dizer-lhe que a amava e que tudo ia ficar bem. Mas, obviamente, isso era impossível. Eu sou seu médico.
Quando o Dr. Keller voltou para a sala do Dr. Lewison, o Dr. Paterson, Victoria e Katrina haviam ido embora.
- Bem, era isto o que estávamos esperando - disse o Dr. Keller para Otto Lewison. - Finalmente conseguimos uma brecha. Já sei quando Toni e Alette nasceram e por quê. Vamos observar uma grande mudança de agora em diante.
O Dr. Keller estava certo. As coisas começaram a progredir.
Capítulo Vinte e Seis
A sessão de hipnoterapia havia começado. uma vez Ashley estava entregue, o Dr. Keller falou:
- Ashley, fale -me sobre Jim Cleary.
- Eu amava Jim. Nós íamos fugir juntos e nos casar.
- E então...?
- Na festa de formatura, Jim perguntou se eu não gostaria de ir até a sua casa com ele, e eu... eu disse que não. Quando ele me deixou em casa, meu pai estava esperando acordado. Estava furioso. Mandou que Jim fosse embora e não voltasse mais.
- O que aconteceu depois?
- Eu resolvi ir até a casa dele. Fiz a mala e sai para ir até lá. - Ela hesitou. - A meio caminho, mudei de idéia e voltei para casa. Eu...
A expressão de Ashley começou a mudar. Ela começou a relaxar na poltrona, e era Toni quem estava ali sentada.
- Voltou porra nenhuma! Ela foi até a casa dele, doutorzinho. Quando ela chegou à casa de Jim Cleary, estava escuro. Meus pais iam passar o fim de semana fora. Ashley tocou a campainha, minutos depois, Jim Cleary abriu a porta. Estava de pijama.
- Ashley! - Seu rosto se iluminou com um sorriso. - Você resolveu vir - Ele a puxou para dentro.
- Vim porque eu...
- Eu não quero saber por que você veio. Você está aqui. - Ele a abraçou e a beijou. - Que tal uma bebidinha?
- Não. Talvez um pouco de água. - Ela ficou subitamente nervosa.
- Claro! Venha. - Ele a pegou pela mão e a levou até a cozinha. Serviu-lhe um copo de água e esperou que ela terminasse de beber. - Você parece nervosa.
- Eu... eu estou.
- Não há razão para ficar nervosa. Não há possibilidade de os meus pais voltarem. Vamos subir.
- Jim, acho que não devemos.
Ele foi para trás dela e a abraçou, acariciando-lhe os seios. Ela se encolheu.
- Jim...
Os lábios dele foram de encontro aos dela, e ele a estava forçando contra a bancada da cozinha.
- Eu vou deixar você muito feliz, querida. - Era o pai dela dizendo: "Eu vou deixar você muito feliz, querida. "
Ela ficou petrificada. Sentiu que ele estava tirando suas roupas e beijando-a, enquanto ela ficava ali, parada e nua, gritando em silêncio. Uma ira animal tomou conta dela.