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9 — O cassaco de engenho vai amarelamente entre todo esse azul que é Pernambuco sempre. — Mesmo contra o amarelo da palha canavial, ainda é mais amarelo o seu, porque moral. — O cassaco de engenho é o amarelo tipo: — É amarelo de corpo e de estado de espírito. — De onde a calma que às vezes parece sabedoria: — Mas não é calma, nada, é o nada, é calmaria.
14 — O cassaco de engenho é amarelamente mesmo no mundo em cor que bebe na aguardente. — Primeiro, a aguardente lhe dá um certo azul e esquecido o amarelo, ele quer ir-se ao Sul. — Ao cassaco de engenho depois o azul é roxo: — Já em vez de ir-se ao Sul deseja é ir-se morto. — Por fim, inevitável, volta a vida amarela: — No amargor amarelo da ressaca que o espera.
19 — O cassaco de engenho vê amarelamente todo o rosa-Brasil que ele habita e não sente. — Para ele, a água do rio não é azul mas barro, e as nuvens, aniagem, pardas, de pano saco. — Ao cassaco de engenho nunca a terra é de vargem: — E o dia mostra sempre desbotada folhagem. — E outra é a morte que vem retratar seu trespasse: — Não usa pano preto, cobre-se, sim, de cáqui.
5 — O cassaco de engenho quando doente-com-febre: — Não de febre amarela mas da de sezões, verde. — Por fora, se se toca no seu corpo de gente: — Se pensa que a caldeira dele afinal se acende. — Contudo se se toca esse corpo por dentro: — Se vê que, se é caldeira, nem tem assentamento. — Que se é engenho, é de fogo frio ou morto: — Engenho que não mói, que só fornece aos outros.
10 — O cassaco de engenho
quando vai morrendo: — Então seu amarelo se ilumina por dentro. — Adquire a transparência própria ao cristal anêmico: — Aquela de que a cera dá o melhor exemplo. — Adquire a transparência própria de qualquer vela: — Da mesma em cuja ponta plantam a chama que o vela. — A dele, então, é igual à carne dessa vela: — E a chama se pergunta por que não a acendem nela.
15 — O cassaco de engenho quando o carregam, morto: — É um caixão vazio metido dentro de outro. — É morte de vazio a que carrega dentro: — E como é de vazio, ei-lo que não tem dentros. — Do caixão alugado nem chega a ser miolo: — Pois como ele é vazio, se muito, será forro. — O enterro do cassaco é o enterro de um coco: — Uns poucos envoltórios em volta do centro oco.
20 — O cassaco de engenho defunto e já no chão: — Para rápido acabá-lo tudo faz mutirão. — O massapê, piçarra, e a Mata faz Sertão. — E o sol, para ajudar, se é inverno faz verão. — Para roer os ossos os vermes viram cão: — E outra vez vermes, vendo o giz que os ossos são. — E o vento canavial dá também sua demão: — Varre-lhe os gases da alma, levando-a (lavando), são.
Party at the Manor House ( Congressional rhythm; Northeast accent )
1 — The sugar mill worker in a large or small mill — Is the same mill worker with a different rhyme. — The sugar mill worker in a raw mill or refinery: — “Sugar mill worker” is the crucial denominator. — Any sugar mill worker from any Pernambuco: — When he says “sugar mill worker” will have said everything. — Whatever his name, position or salary: — By saying “sugar mill worker,” he will have said it all.
6 — The sugar mill worker in child form — Looks like a cross between reed and cane. — The child mill worker has more of the reed: — Is more like his father, because he is lean. — The sugar mill worker in child form — Is not only reed, he is also cane. — But cane that is weak from overharvesting: — A degenerate breed of the fourth or fifth cutting.
II — The sugar mill worker in female form — Is an empty sack that stands on two feet. — The female mill worker is essentially a sack — Of sugar without any sugar inside. — The sugar mill worker in female form — Is a sack that cannot conserve or contain. — She’s a sack made just to be emptied — Of other sacks made in her nobody knows how.
16 — The sugar mill worker in the form of an old man: — Only by chance does he get that far. — The old mill worker isn’t old by chance: — He’s a young mill worker who hurried up his age. — The sugar mill worker in the form of an old man: — Having gotten that far, he hurries to become a skeleton. — He hurriedly grows lean like a mud wall in ruins: — His flesh is the mud, his skeleton the frame.
2 — The sugar mill worker looks like us from a distance: — Looking closer one sees what sets him apart. — The sugar mill worker up close, to a sharp eye: — Is in all respects human but at half the price. — He is missing nothing that you and I have, down to every detail, like any normal man. — He’s the same, yet seems to have been cut out by the dull scissors of a third-rate tailor.