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— Não tem sido exatamente um piquenique, colega — disse Rony.

— Eu nunca disse que foi, mas não vejo por que não podem confiar na gente. Todos nesta Sala estiveram lutando e acabaram aqui porque estavam sendo caçados pelos Carrow. Todos aqui provaram sua lealdade a Dumbledore, lealdade a você.

— Escute — começou Harry, sem saber o que ia dizer, mas não importava: a porta do túnel acabara de abrir às suas costas.

— Recebemos sua mensagem, Neville! Olá, vocês três, achamos que deviam estar aqui!

Eram Luna e Dino. Simas deu um urro de prazer e correu a abraçar o seu melhor amigo.

— Oi, pessoal! — cumprimentou Luna, feliz. — Ah, que ótimo estar aqui de novo!

— Luna — disse Harry, perturbado —, que está fazendo aqui? Como foi...?

— Pedi a ela para vir — respondeu Neville, mostrando o galeão falso. — Prometi a ela e a Gina que, se você voltasse, eu avisaria. Todos pensamos que a sua volta significaria realmente uma revolução. Que íamos derrubar Snape e os Carrow.

— Claro que é isso que significa — confirmou Luna, animada. -Não é, Harry? Vamos expulsá-los de Hogwarts à força?

— Escutem — disse Harry, com uma crescente sensação de pânico. — Sinto muito, mas não foi para isso que voltamos. Tem uma coisa que precisamos fazer e depois...

— Vocês vão nos deixar nessa confusão? — quis saber Miguel Corner.

— Não! — protestou Rony. — O que estamos fazendo vai acabar beneficiando todo mundo, estamos tentando nos livrar de Você-Sabe-Quem...

— Então nos deixe ajudar! — exclamou Neville, irritado. -Queremos participar!

Houve novo ruído atrás deles, e Harry se virou. Seu coração pareceu parar: Gina vinha agora passando pelo buraco na parede, seguida de perto por Fred, Jorge e Lino Jordan. Gina deu a Harry um sorriso radiante: ele tinha esquecido ou, então, nunca apreciara realmente como era bonita, mas nunca sentira menos satisfação em vê-la.

— Aberforth está ficando meio rabugento — comentou Fred, acenando em resposta aos vários gritos de saudação. — Ele quer dormir, e aquilo virou uma estação de trem.

O queixo de Harry caiu. Logo atrás de Lino Jordan vinha sua antiga namorada, Cho Chang. Ela sorriu.

— Recebi a mensagem — disse ela, erguendo o seu galeão falso, e atravessou a sala para se sentar ao lado de Miguel Corner.

— Então, qual é o plano, Harry? — perguntou Jorge.

— Não há nenhum — respondeu Harry, ainda desorientado pela repentina aparição de tanta gente, incapaz de apreender tudo aquilo, enquanto sua cicatriz continuava a queimar barbaramente.

— Vai improvisar à medida que formos indo, é isso? É o que mais gosto — comentou Fred.

— Você tem que fazer isso parar! — disse Harry a Neville. — Para que chamou todos de volta? Isto é uma insanidade...

— Vamos lutar, não é? — perguntou Dino, tirando do bolso o galeão falso. — A mensagem dizia que Harry tinha voltado e que íamos lutar! Mas vou precisar de uma varinha...

— Você não tem varinha...? — começou Simas.

Rony virou-se subitamente para Harry.

— Por que eles não podem ajudar? — Quê?

— Eles podem ajudar. — Ele baixou a voz para que ninguém mais pudesse ouvir, exceto Hermione, que estava entre os dois. — Não sabemos onde a coisa está. Precisamos encontrá-la depressa. Não temos que dizer a eles que é uma Horcrux.

Harry olhou de Rony para Hermione, que murmurou:

— Acho que Rony tem razão. Nem sabemos o que estamos procurando, precisamos deles. — E, ao ver que Harry parecia em dúvida: — Você não tem que fazer tudo sozinho.

O garoto pensou depressa, sua cicatriz ainda formigando, seu coração ameaçando rachar outra vez. Dumbledore o alertara para não falar sobre as Horcruxes a quem quer que fosse, exceto Rony e Hermione. “Segredos e mentiras, foi assim que fomos criados, e Alvo... tinha um pendor natural...” Estaria virando um Dumbledore, guardando os segredos só para si, com medo de confiar? Mas Dumbledore confiara em Snape, e a que isso levara? A morte no topo da torre mais alta...

— Está bem — disse, em voz baixa, para os dois. — O.k. — dirigiu-se aos que estavam na sala, e todo o barulho cessou. Fred e Jorge que contavam piadas para divertimento dos que estavam mais próximos se calaram, e todos olharam atentos, nervosos.

“Tem uma coisa que precisamos encontrar”, começou Harry. “Uma coisa... uma coisa que nos ajudará a derrubar Você-Sabe-Quem. Está aqui em Hogwarts, mas não sabemos onde. Talvez tenha pertencido a Ravenclaw. Alguém já ouviu falar de um objeto assim? Alguém já topou com algum objeto com uma águia gravada, por exemplo?”

Ele olhou esperançoso para o pequeno grupo de alunos da Corvinal, para Padma, Miguel, Terêncio e Cho, mas foi Luna quem respondeu, empoleirada no braço da poltrona de Gina.

— Bem, tem o diadema perdido. Falei dele para você, lembra, Harry? O diadema perdido de Ravenclaw? Papai está tentando duplicar.

— É, mas o diadema perdido — comentou Miguel Corner, virando os olhos para o teto — está perdido, Luna. Essa é justamente a questão.

— Quando foi perdido? — perguntou Harry.

— Dizem que há séculos — informou Cho, e Harry sentiu desânimo. — O professor Flitwick diz que o diadema desapareceu com a própria Ravenclaw. As pessoas têm procurado, mas — e ela apelou para os colegas da Casa — ninguém encontrou o menor vestígio, não foi? Todos sacudiram a cabeça confirmando.

— Desculpem, mas o que é um diadema? — perguntou Rony.

— É uma espécie de coroa — explicou Terêncio Boot. — Acreditava-se que o da Ravenclaw tinha propriedades mágicas, ampliava a sabedoria de quem o usava.

— Isso, os sifões dos zonzóbulos do papai... Mas Harry interrompeu Luna.

— E nenhum de vocês nunca viu nada parecido?

Todos tornaram a sacudir a cabeça. Harry olhou para Rony e Hermione e viu o próprio desapontamento espelhado no rosto deles. Um objeto que se perdera havia tanto tempo, e aparentemente sem deixar vestígio, não parecia um bom candidato a Horcrux escondida no castelo, porém, Cho retomou a palavra.

— Se você quiser ver que aparência acreditam ter o diadema, eu posso levá-lo à nossa sala comunal e lhe mostrar, Harry. Ravenclaw foi esculpida usando-o.

A cicatriz de Harry queimou outra vez: por um momento a Sala Precisa flutuou à sua frente, e em seu lugar ele viu a terra escura deslizando sob os pés e sentiu a enorme cobra enrolada em seus ombros. Voldemort estava voando outra vez, fosse para o lago subterrâneo fosse para ali, para o castelo, ele ignorava, mas tanto fazia, quase não restava tempo.

— Ele está viajando — disse, em voz baixa, para Rony e Hermione. Harry olhou para Cho e tornou a olhar para os amigos. — Escutem, sei que não é uma grande pista, mas vou dar uma espiada na estátua, para saber ao menos que aparência tem o diadema. Me esperem aqui e segurem, sabem... a outra... bem segura.

Cho se erguera, mas Gina disse meio agressiva.

— Não, Luna levará o Harry, fará isso, não, Luna?

— Aaah, claro, com todo prazer — respondeu ela, alegremente, e Cho tornou a se sentar, desapontada.

— Como saímos? — perguntou Harry a Neville.

— Por aqui.

Ele levou Harry e Luna para um canto, onde um pequeno armário se abria para uma escada íngreme.

— Surge a cada dia em um lugar diferente, por isso, nunca conseguiram encontrá-la. O único problema é que nós nunca sabemos exatamente onde vamos parar quando saímos. Cuidado, Harry, há sempre patrulhas nos corredores à noite.

— Tudo bem. Vemos vocês daqui a pouco.

Ele e Luna subiram correndo a escada, que era longa, iluminada por archotes e fazia curvas inesperadas. Por fim, chegaram ao que lhes pareceu uma parede maciça.

— Entre aqui embaixo — disse Harry a Luna, apanhando a Capa da Invisibilidade e atirando-a sobre os dois. Deu, então, um empurrãozinho na parede.