-Oh, não é necessário-protestou Sara Murchison.-Sinto-me feliz por isso. Não moro longe do apartamento de sua mãe. Gostava muito de conhecêla.
-E estou certo de que elatambém gostaria de conhecê-la-disse Tony Rizzoli com desembaraço. -0 problema é que ela se encontra bastante doente. Mas vai estar lá alguém para receber a mala. Ela eraperfeitapara o trabalho-uma doce avó tipicamente americana. A única coisa do seu contrabando com que a alfândega estaria preocupada seriam as agulhas de crochet. Sara Murchison ia partir para Nova Iorque na manhã seguinte. - Eu venho buscá-la para levá-la ao aeroporto.
-Ora, muito obrigada. Que jovem tão atencioso que você é. A sua mãe deve ter muito orgulho em si.
-Tem, sim. Nós somos muito chegados, -A sua mãe morrera havia dez anos.
Na manhã seguinte, quando Rizzoli se preparava para sair do hotel para o armazém a fim de apanhar a mala, o telefone tocou. -Senhor Rizzoli?
- Sim.
-Aqui fala o doutor Patsaka do banco de urgência do Hospital de Atenas. Temos aqui uma senhora de nome Sara Murchison. Ela ontem à noite tropeçou e caiu, e partiu uma anca. Estava muita ansiosa para que eu lhe dissesse a si o quanto ela lamentava...
Tony Rizzoli bateu o telefone com força. -Merda! Eram duas seguidas. Onde iria ele arranjar outro otário? Rizzoli sabia que tinha de ser cuidadoso. Corria um boato de que um importante agente de narcóticos americano estava em Atenas a trabalhar com as autoridades gregas. Estavam atentos a todas as saídas de Atenas, e aviões e navios eram rotineiramente revistados. Como se isso não bastasse, havia outro problema. Um dos seus informadores-um ladrão que era viciado-dissera-lhe que a polícia ia começar a revistar armazéns, à procura de drogas guardadas e outro contrabando. Eram horas de pôr a Família ao corrente da situação. Tony Rizzoli deixou o hotel e desceu a Rua Patission a caminho da j Central de Telefones. Não tinha a certeza se o telefone do quarto do hotel estava sob escuta, mas não quis correr o risco.
0 número 85 da Rua Patission era um enorme edifício de pedra castanha com uma fila de pilares à frente e uma placa que dizia: O.T.E. Rizzoli atravessou a porta de entrada e olhou em redor. Duas dúzias de cabinas telefónicas alinhavam-se nas paredes com listas telefónicas de todo o mundo. No centro da sala havia uma mesa com quatro empregadas que recebiam os pedidos das chamadas a efectuar. As pessoas aguardavam numa fila a sua ligação. Tony Rizzoli aproximou-se de uma das mulheres que estava atrás da mesa.
- Bom dia - disse ele. - Em que posso servi-lo? -Queria fazer uma chamada para o estrangeiro.
-Vai ter que aguardar meia hora. - Tudo bem.
-Diz-me o país e o número, por favor? Tony Rizzoli hesitou.
- Com certeza. - Entregou um pedaço de papel à mulher. - É a cobrar.
-0 seu nome? -Brown. Tom Brown.
-Muito bem, senhor Brown. Chamá-lo-ei assim que obtiver ligação,
- Obrigado.
Dirigiu-se para um dos bancos situado no outro lado da sala e sentou-se. <~Eu podia tentar esconder a encomenda num automóvel e pagar a alguém que a levasse para o outro lado da fronteira. Mas isso é arriscado; os carros são revistados. Pode ser que eu talvez conseguisse arranjar outro...u
-Senhor Brown,.. Senhor Tom Brown... -0 nome foi repetido duas vezes até que Rizzoli se deu conta de que era com ele. Levantou-se e precipitou-se para a mesa.
-A sua chamada está em linha. Cabina sete, por favor. -Obrigado. Já agora pode dar-me o bocado de papel que lhe dei? Vou precisar do número outra vez.
- Com certeza. - Ela devolveu-lhe o pedaço de papel. Tony Rizzoli entrou na cabina sete e fechou a porta. - Estou.
- Tony?És tu?
-Sim. Como estás, Pete?
Para dizer a verdade, estamos um pouco preocupados, Tony. Os rapazes esperavam que a encomenda já estivesse a caminho. -Tenho tido alguns problemas.
-A encomenda já foi enviada? - Não. Ainda cá está.
Houve um silêncio.
-Nós queríamos que nada lhe acontecesse, Tony.
-Não lhe vai acontecer nada, Só preciso é de arranjar outra maneira de despachá-la. Os gajos dos narcóticos estão em toda a parte. -Estamos a falar de dez milhões de dólares, Tony.
-Eu sei. Não te preocupes, vou arranjar uma solução. -Faz isso, Tony. Arranja uma solução.
A linha morreu.
A conversa ao telefone deixara Tony Riizzoli nervoso. Teve de ir à casa de banho. «0 Pete Lucca que se lixe!p Em frente, na esquina da Praça de Kolonaki, Rizzoli viu uma tabuleta:
APOHORITIRION, W.C. Tanto homens como mulheres atravessavam a porta para usar as mesmas instalações. «E os gregos denominavam-se civilizados>, pensou Rizzoli. «Que nojo!
-Vai ter que aguardar meia hora. -Tudo bem.
-Diz-me o país e o número, por favor? Tony Rizzoli hesitou.
- Com certeza, - Entregou um pedaço de papel à mulher. - É a cobrar.
-0 seu nome? -Brown. Tom Brown.
-Muito bem, senhor Brown. Chamá-lo-ei assim que obtiver ligação.
- Obrigado.
Dirigiu-se para um dos bancos situado no outro lado da sala e sentou-se. «Eu podia tentar esconder a encomenda num automóvel e pagar a alguém que a levasse para o outro lado da fronteira. Mas isso é arriscado; os carros são revistados. Pode ser que eu talvez conseguisse arranjar outro...»
- Senhor Brown... Senhor Tom Brown... - 0 nome foi repetido duas vezes até que Rizzoli se deu conta de que era com ele. Levantou-se e precipitou-se para a mesa.
- A sua chamada está em linha. Cabina sete, por favor. -Obrigado, Já agora pode dar-me o bocado de papel que lhe dei? Vou precisar do número outra vez,
- Com certeza. - Ela devolveu-lhe o pedaço de papel. Tony Rizzoli entrou na cabina sete e fechou a porta. - E stou.
-Tony? És tu?
- Sim. Como estás, Pete?
Para dizer a verdade, estamos um pouco preocupados, Tony. Os rapazes esperavam que a encomenda já estivesse a caminho. -Tenho tido alguns problemas.
-A encomenda já foi enviada? -Não. Ainda cá está.
Houve um silëncio.
-Nós queríamos que nada lhe acontecesse, Tony.
-Não lhe vai acontecer nada. Só preciso é de arranjar outra maneira de despachá-la. Os gajos dos narcóticos estão em toda a parte. -Estamos a falar de dez milhões de dólares, Tony.
- Eu sei. Não te preocupes, vou arranjar uma solução. - Faz isso, Tony. Arranja uma solução.
A linha morreu.
Um homem cinzento estava de olhar atento quando Tony Rizzoli se encaminhnou para a saída. Aproximou-se da mulher que estava atrás da casa.
-Sigm i. Está a ver aquele homem que vai a sair neste momento?
quero saber o número para que ele telefonou.
Lamento muito. Não estamos autorizados a dar essa infor,ção. 0 homem meteu a mão no bolso de trás e tirou uma carteira. Havia um distintivo dourado pregado.
- Polícia. Sou o tenente Tinou. A sua expressão alterou-se.
-Oh. Ele deu-me um número num bocado de papel e depois veio pedi-la.
-Mas a senhora fez o registo? - Oh, sim, fazemos sempre. -Importa-se de me dar o número? - Claro.
Ela escreveu o número num pedaço de papel e entregou-o ao tenente. Ele analisou-o por um momento. 0 indicativo do país era 39 e o prefixo era o 91.Itália. Palermo.
-Obrigado. Por acaso lembra-se do nome que o homem lhe deu? -Sim, lembro-me. Foi Brown. Tom Brown.
A conversa ao telefone deixara Tony Rizzoli nervoso. Teve de ir à casa de banho. «0 Pete Lucca que se lixe!» Em frente, na esquina da Praça de Kolonaki, Rizzoli viu uma tabuleta:
APOHORITIRION, W.C. Tanto homens como mulheres atravessavam a porta para usar as mesmas instalaçôes. «E os gregos denominavam-se civilizados», pensou Rizzoli. «Que nojo!» Havia quatro homens sent..~cíos em redor da mesa de conferência na uilla situada nas montanhas sobre Palermo.