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Não se ouviu mais falar de Joan Sinisi.

Às seis horas da manhã seguinte, Dana assistia ao jornal, enquanto se vestia. -…e a situação na Chechênia piorou. Foram encontrados mais doze corpos e, apesar da garantia do governo russo de que os rebeldes haviam sido derrotados, a luta continua… No noticiário local, uma mulher jogou-se para a morte de seu apartamento de cobertura no trigésimo andar. A vítima, Joan Sinisi, era uma ex-secretária do embaixador Taylor Winthrop. A polícia está investigando o acidente.

Dana ficou ali parada, imóvel.

- Matt, lembra a mulher que eu lhe disse que ia me encontrar, Joan Sinisi, a ex-secretária de Taylor Winthrop?

- Sim. Que tem ela?

- Apareceu no noticiárío esta manhã. Está morta.

- Quê?!

- Ontem de manhã, ela me telefonou e combinou um encontro urgente comigo. Disse que tinha alguma coisa muito importante para me dizer.

Esperei por ela no Zoológico mais de uma hora. Ela não apareceu.

Matt fitava-a.

- Quando falei com ela ao telefone, ela me disse que achava que estava sendo vigiada.

Sentado ali, Matt acariciava o queixo.

- Deus do céu! Que diabo temos aí?

- Não sei. Quero falar com a empregada de Joan Sinisi.

- Dana…

- Que foi?

- Tenha cuidado. Muito cuidado.

Quando Dana entrou no saguão do prédio de apartamentos, encontrou um outro porteiro de serviço.

- Posso ajudá-la?

- Sou Dana Evans. Vim por causa da morte da Srta. Sinisi.

Foi uma terrível tragédia.

A expressão do porteiro entristeceu-se.

- Foi, sim. Ela era uma senhora adorável. Sempre calada e contida.

- Ela recebia muitos visitantes? - perguntou Dana, casualmente.

- Não, na verdade, não. Era muito discreta.

- Estava de serviço quando o… - A língua de Dana tropeçou na palavra -… o acidente aconteceu?

- Não, senhora.

- Então não sabe se tinha alguém com ela?

- Não, senhora.

- Mas tinha alguém de serviço aqui?

- Ah, sim. Dennis. A polícia já o interrogou. Ele tinha saído para dar um recado quando a Srta. Sinisi caiu.

- Eu gostaria de falar com Greta, a empregada da Srta.

Sinisi.

- Receio que seja impossível.

- Impossível? Por quê?

- Ela foi embora.

- Para onde?

- Disse que ia para casa. Ficou terrivelmente consternada.

- Onde ela mora?

O porteiro balançou a cabeça.

- Não faço a mínima idéia.

- Tem alguém no apartamento agora?

- Não, senhora.

Dana pensou rápido.

- Meu chefe gostaría que eu fizesse uma matéria para a WTN sobre a morte da Srta. Sinisi. Será que dava para eu ver mais uma vez o apartamento?

Estive aqui faz poucos dias.

Ele pensou por um momento e encolheu os ombros.

- Não vejo problema algum. Só que vou ter de subir com você.

- Ótimo - disse Dana.

Subiram até a cobertura em silêncio. Quando chegaram ao trigésimo andar, o porteiro pegou uma chave mestra e abriu a porta da Suíte A.

Dana entrou. O apartamento estava exatamente como vira a última vez. Só que sem a Srta. Sinisi.

- Quer ver alguma coisa em particular, Srta. Evans?

- Não - mentiu Dana. - Só quero refrescar minha memória.

Ela atravessou o corredor até a sala de visitas e dirigiu-se ao terraço.

- Foi dali que a pobre senhora caiu - disse o porteiro.

Dana saiu para o terraço e aproximou-se da borda. Um muro de 1,20m percorria todo o contorno do terraço. Era de todo impossível alguém ter caído acidentalmente por cima dele.

Dana olhou a rua embaixo, movimentada com o tráfego de Natal e pensou.

Quem poderia ser implacável o bastante para uma coisa dessas? Sentiu calafrios.

O porteiro viera ficar a seu lado.

- Está tudo bem com você?

Dana respirou fundo.

- Sim, tudo bem. Obrigada.

- Quer ver mais alguma coisa?

- Já vi o bastante.

O vestíbulo das dependências da polícia central apinhava-se de delinqüentes, prostitutas e turistas desesperados, cujas carteiras haviam misteriosamente desaparecido.

- Vim ver o detetive Abrams - disse Dana ao sargento da recepção.

- Terceira porta à direita.

- Obrigada. - Dana atravessou o corredor A porta do detetive Abrams estava aberta.

- Detetive Abrams?

Ele estava em pé diante do armário de arquivos, um homen grandalhão com uma enorme pança e cansados olhos castanhos Voltou-se e viu Dana.

- Sim? - Reconheceu-a. - Dana Evans. Que posso fazer por você?

- Soube que é o encarregado do… -mais uma vez aquela palavra -… acidente da Srta. Sinisi.

- Isso mesmo.

- Pode me dizer alguma coisa sobre o caso? Ele aproximou-se de sua escrivaninha com um punhado de papéis e sentou-se.

- Não há muito o que dizer. Foi um acidente ou um suicídio. Sente-se.

Dana pegou uma cadeira.

- Tinha alguém com ela quando aconteceu?

- Só a empregada. Estava na cozinha na hora. Disse que não havia mais ninguém lá.

- Tem alguma idéia de onde posso encontrar a emprega’ da? - perguntou Dana.

Ele pensou por um momento.

- Ela vai aparecer no jornal esta noite, hem? Dana sorriu-lhe.

- Certo.

O detetive Abrams levantou-se e voltou ao armário do arquivo. Procurou por algumas pastas. Retirou um cartão.

- Aqui vamos nós. Greta Miller. Connecticut Avenue 1.180. Isso resolve?

- Resolve. Obrigada, detetive Abrams.

Vinte minutos depois, Dana seguia ao volante pela Connecticut, verificando os números das casas. 1.120… 1.122.

1.174… 1.176… 1.178…

O 1.180 era um estacionamento.

- Acredita mesmo que a tal Sinisi foi atirada do terraço? Perguntou Jeff.

- Jeff, a gente não dá um telefonema para marcar um encontro importante e depois se suicida. É frustrante. É como o cão dos Baskervilles. Ninguém ouviu o cão latir. Ninguém sabe de nada.

Jeff disse:

- Isso está ficando assustador. Acho que você não devia levar a coisa adiante.

- Não posso parar agora. Tenho de descobrir - Se estiver certa, Dana, seis pessoas foram assassinadas.

Dana engoliu em seco.

- Eu sei. -…e a empregada deu à polícia um endereço falso e desapareceu - dizia Dana a Matt Baker. - Quando falei com Joan Sinisi, ela parecia nervosa, mas certamente não me pareceu suicida.

Alguém a ajudou a pular daquela varanda.

- Mas não temos prova alguma.

- Não. Mas sei que estou certa. Quando a conheci, Joan Sinisi estava ótima até o momento em que mencionei o nome de Taylor Winthrop. Foi aí que ela entrou em pânico. Essa é a primeira vez em que vi uma fenda na deslumbrante lenda que Taylor Winthrop construiu. Um homem como ele não ajustaria contas tão altas com uma secretária, a não ser que ela soubesse alguma coisa realmente grande sobre ele. Matt, conhece alguém que trabalhou com Taylor Winthrop que poderia ter tido um problema com ele, alguém que não tenha medo de abrir o bico?

Matt Baker ficou pensativo por um momento.

- Você poderia procurar Roger Hudson.

Era um nome familiar, mas ela não soube situá-lo.

- Hudson foi o líder da maioria no Senado antes de se aposentar e trabalhou com Taylor Winthrop em um ou dc comitês. Talvez saiba de alguma coisa.

É um homem que não tem medo de ninguém.

- Poderia conseguir um encontro para mim, Matt?

- Verei o que posso fazer Uma hora depois, Matt Baker ligava para ela.

- Marquei um encontro para você conversar com Roger Hudson na quartafeira ao meio-dia, na casa dele em Georgetown.

- Obrigada, Matt. Valeu.

- Devo Lhe avisar uma coisa, Dana…

- O quê?

- Hudson pode ser muito espinhoso.

- Vou tentar não chegar perto demais.