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Kemal estava ao lado.

- Oh, meu Deus - disse Dana, horrorizada. - Me desculpem. Kemal, como você…?

- Foi um acidente.

Dana virou-se para os Hudsons, o rosto vermelho de embaraço.

- Lamento muitíssimo. Claro, faço questão de pagar. Eu…

- Por favor, não se preocupe com isso - disse Pamela Hudson com um sorriso simpático. - Nossos cachorros fazem muito pior.

A expressão de Roger Hudson ficou sinistra. Ele pôs-se a dizer alguma coisa, mas o olhar da esposa o deteve.

Dana baixou os olhos para os restos do vaso. Na certa valia uns dez anos de meu salário, pensou.

- Por que não voltamos para a sala de estar? - sugeriu Pamela Hudson.

Dana seguiu os Hudsons, com Kemal ao lado.

- Não saia de junto de mim - resmungou ela, furiosa.

Os quatro tornaram a sentar-se.

Roger Hudson olhou para Kemal.

- Como perdeu seu braço, filho?

Dana surpreendeu-se com a franqueza da pergunta, mas Kemal respondeu, prontamente:

- Uma bomba.

- Entendo. E seus pais, Kemal?

Desta vez, houve uma ligeira hesitação.

- Os dois foram mortos num ataque aéreo junto com minha irmâ.

Roger Hudson grunhiu.

- Malditas guerras.

Nesse momento, Cesar entrou na sala.

- O almoço está servido.

O almoço foi delicioso. Dana achou Pamela simpática e encantadora e Roger Hudson fechado e retraído.

- Em que está trabalhando agora? - perguntou Pamela Hudson a Dana.

- Estamos em fase de preparação de um novo programa chamado Linha do Crime. Vamos denunciar algumas pessoas que saíram impunes de crimes cometidos e tentar ajudar pessoas na prisão que são inocentes.

Roger Hudson disse:

- Washington é um grande lugar para se começar. Está cheia de hipócritas metidos a íntegros em cargos elevados que já se safaram de todo tipo de crime que se possa imaginar - Roger faz parte de vários comitês de reforma governamental - disse Pamela Hudson, orgulhosa.

- E são muitos os que se dão bem - grunhiu o marido.

- A diferença entre certo e errado parece que passou a ser indistinta. Devia ser ensinada em casa. Nossas escolas, sem dúvida, não a ensinam.

Pamela Hudson olhou para Dana.

- Por falar nisso, Roger e eu vamos dar um jantar sábado à noite. Você estará livre para juntar-se a nós? Dana sorriu.

- Ah, sim, obrigada. Eu adoraria.

- Tem namorado?

- Sim. Jeff Connors.

Roger Hudson perguntou:

- O repórter esportivo na sua estação?

- É.

- Ele não é nada mau. Assisto ao jornal às vezes - disse,

- Eu gostaria de conhecê-lo.

Dana sorríu.

- Tenho certeza que Jeff também adoraria vir.

Quando Dana e Kemal iam saindo, Roger Hudson chamou a jornalista à parte.

- Com todo respeito, Srta. Evans, acho que a sua teoria da conspiração acerca de Winthrop não passa de fantasia. Mas, em consideração a Matt Baker, estou disposto a verificar por ai e ver se descubro algo que talvez possa dar substância a isso.

- Obrigada.

Com todo respeito, Srta. Evans, acho que a sua teoria da conspiração acerca de Winthrop não passa de fantasia. Mas, em consideração a Matt Baker, estou disposto a verificar por aí e ver se descubro algo que talvez possa dar substância a isso.

Obrigada.

Fim da fita Eles estavam no meio da reunião da manhã sobre o Linha do Crime e Dana na sala de conferência, às voltas com meia dúzia de repórteres e pesquisadores da casa.

Olivia enfiou a cabeça pela fresta da porta.

- O Sr. Baker gostaria de ver você.

- Diga a ele que irei num minuto.

- O chefe está à espera.

- Obrigada, Abbe. Você está com uma aparência supersaudável.

Abbe confirmou com a cabeça.

- Finalmente tive uma boa noite de sono. Nos últimos,

- Dana? Venha cá - gritou Matt.

- Continua na próxima - disse Abbe.

Dana entrou no escritório de Matt.

- Como foi o encontro com Roger Hudson?

- Tive a sensação de que ele não ficou interessado. Acha que minha teoria é maluca.

- Eu disse que ele não era o Sr Calor Humano.

- Parece não se impressionar mais com nada. A mulher dele é um amor.

Você precisava ouvi-la sobre o tema da loucura da sociedade de Washington. Falando da maldade das pessoas.

- Eu sei. Ela é uma senhora maravilhosa.

Dana entrou correndo na sala de jantar executiva de Elliot Cromwell.

- Junte-se a mim.

- Obrigada. - Dana sentou-se.

- Como vai Kemal?

Dana hesitou.

- No momento, receio que com um problema.

- É? Que tipo de problema?

- Kemal foi expulso da escola.

- Por quê?

- Se meteu numa briga e mandou um garoto para o hospital.

- Bem, ele fez por merecer - Tenho certeza que a briga não foi culpa de Kemal - disse Dana, defensiva. - Os garotos o vivem provocando porque só tem um braço.

- Acho que deve ser muito difícil mesmo para ele - disse Elliot Cromwell - É, sim. Estou tentando arranjar-Lhe uma prótese. Mas parece que há problemas.

- Em que série Kemal está?

- Sétima.

Ellíot Cromwell ficou pensatívo.

- Conhece a Escola Preparatória Lincoln?

- Oh, sim. Mas sei que é muito difícil entrar - Acrescentou: - E meu medo é que as notas de Kemal não sejam muito boas.

- Tenho alguns contatos lá. Quer que eu fale com alguém?

- Eu… é muito gentil da sua parte.

- Será um prazer.

No dia seguinte, Elliot Cromwell mandou chamar Dana.

- Tenho boas notícías para você. Falei com a diretora da Escola Preparatória Lincoln e ela aceitou matricular Kemal numa base experimental. Pode levá-lo lá amanhã?

- Claro. Eu… - Dana levou algum tempo para absorver a notícia. - Oh, ísso é maravilhoso! Estou tão feliz. Muitíssimo obrigada. Realmente, fico muito grata.

- Quero que saiba que aprecio você, Dana. Acho que foi maravilhoso ter trazido Kemal para este país. Você é uma pessoa muito especial.

- Eu… obrigada.

Quando Dana saiu do escritório, pensou: Isso exigiu muita influência. E muita bondade.

A Escola Preparatória Lincoln era um imponente complexo que consistia num grande prédio eduardiano, três anexos menores, jardins espaçosos e bem-cuidados e campos de esportes extensos com uma grande variedade de equipamentos.

Ao pararem díante da entrada, Dana disse:

- Kemal, esta é a melhor escola de Washington. você pode aprender um montão de coisas aqui, mas precisa ter uma atitude positiva nela. Entende?

- Moleza.

- E não pode se meter em brigas.

Kemal não respondeu.

Os dois foram conduzidos ao escritório de Rowana Trott, diretora da escola, uma mulher com uma aparência atraente e um jeito muito amistoso.

- Bem-vindos-disse ela. Virou-se para Kemal. -Já ouvi falar muito de você, rapaz. Estávamos todos aguardando com impaciência tê-lo aqui conosco.

Dana esperou Kemal dizer alguma coisa. Como ele ficou calado, ela disse:

- Kemal também não vê a hora de começar a estudar aqui.

Ele ficou ali, imóvel, sem nada responder.

Uma senhora idosa entrou no escritório. A Sra. Trott apresentou-os:

- Esta é Becky Becky, este é Kemal. Por que não lhe mostra a escola?

Leve-o para conhecer alguns dos seus futuros professores.

- Claro. Venha por aqui, Kemal.

Kemal lançou um olhar suplicante a Dana e virou-se em seguida, saindo atrás de Becky - Quero explicar a situação de Kemal - começou Dana.

- Ele…

A Sra. Trott interrompeu-a.

- Não precisa, Srta. Evans. Elliot Cromwell me falou da situação, dos antecedentes e de tudo por que ele passou. Sei que sofreu mais que qualquer criança deveria sofrer em toda a vida, e estamos dispostos a fazer concessões por causa disso.