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Rachel leu a cena. Era sobre uma mulher pedindo o divórcio ao marido.

Leu-a mais uma vez.

- Estou pronta.

Rachel foi apresentada a Kevin Webster, que ia contracenar com ela - um belo rapaz nos moldes de Hollywood.

- Tudo pronto - disse Roderick Marshall. - Vamos rodar. Câmera. Ação.

Rachel olhou para Kevin Webster - Falei esta manhã com um advogado especializado em divórcio, Cliff:

- Já me disseram. Não podia ter falado comigo primeiro?

- Mas eu falei com você. Falei de divórcio o ano passado.

Não temos mais um casamento. Só que você não me ouvia, Jeff.

- Corta - disse Roderick. - Rachel, o nome dele é Cliff.

- Desculpe - disse Rachel, sem graça.

- Vamos refazer a cena. Tomada Dois.

A cena é realmente sobre mim e Jeff, pensou Rachel. Não temos mais um casamento. Como poderíamos? Levamos vidas separadas.

Mal nos vemos. Encontramos pessoas atraentes, mas não podemos nos envolver por causa de um contrato que nada mais significa.

- Rachel!

- Desculpe.

A cena recomeçou.

Quando Rachel terminou o teste, havia tomado duas decisões: Hollywood não era o seu lugar.

E ela queria o divórcio…

Deitada agora numa cama no Rio de Janeiro, sentindo-se adoentada e exausta, pensou: Cometi um erro. Jamais devia ter me divorciado de Jeff.

Na terça-feira, após a escola, Dana levou Kemal ao terapeuta com quem ele trabalhava para adaptar-se ao novo braço. Embora artificial, o braço parecia verdadeiro e funcionava bem, mas Kemal achava difícil acostumarse com a prótese, física e psicologicamente.

- O braço vai lhe dar a sensação de que está preso a um objeto estranho - explicou o terapeuta a Dana. - Nosso trabalho é fazer com que ele o aceite como parte do seu próprio corpo. Kemal precisa se habituar a ser mais uma vez ambidestro. A adaptação leva, em geral, um período de dois a três meses. Preciso lhe avisar que às vezes esse período é muito difícil.

- A gente pode dar conta disso - tranqüilizou-o Dana.

Não foi tão fácil assim. Na manhã seguinte, Kemal saiu do quarto sem a prótese.

- Estou pronto.

Dana lançou-lhe um olhar surpreso.

- Cadê o braço, Kemal?

Ele levantou a mão esquerda, desafiante.

- Está aqui.

- Você sabe a que me refiro. Cadê sua prótese?

- É uma aberração. Não vou mais usar - Você vai se acostumar com ele, querido. Prometo. Precisa dar uma chance. Eu vou ajudá-lo a…

- Ninguém pode me ajudar. Sou um aleijado jukati…

Dana foi mais uma vez procurar o detetive Marcus Abrams e, ao entrar, encontrou-o muito ocupado, sentado à escrivaninha, preenchendo relatórios. Ele ergueu os olhos, carrancudo.

- Sabe o que odeio neste maldito trabalho? - Indicou a pilha de papéis. - Isto. Eu podia estar na rua me divertindo, atirando em criminosos. Oh, esqueci. Você é repórter, não é? Não me cite.

- Tarde demais.

- E que posso fazer por você hoje, Srta. Evans?

- Vim para saber do caso Sinisi. Fizeram uma autópsia? -Pro forma. - Ele pegou alguns papéis na gaveta da escrivaninha.

- Encontrou alguma coisa suspeita no relatório? Ela viu o detetive Abrams passar os olhos pelo relatório.

- Sem álcool… sem drogas… Não. - Ergueu os olhos. Parece que a senhora estava deprimida e simplesmente decidiu acabar com tudo. É só isso?

- Só isso - respondeu Dana.,

A parada seguinte de Dana foi no escritório do detetive Phoenix Wilson.

- Bom dia, detetive Wilson.

- E que a traz ao meu humilde escritório?

- Eu gostaria de saber se tem alguma noticia sobre o assassinato de Gary Winthrop.

O detetive Wilson deu um suspiro e esfregou o lado do nariz.

- Nem uma única maldita coisa. Eu imaginava que a essa altura aquelas pinturas já teriam aparecido. Era com o que contávamos.

Dana quis dizer: Se eu fosse você, não imaginaria, mas segurou a língua.

- Sem nenhuma pista de qualquer tipo?

- Nada. Os bandidos se safaram limpos como um assobio. Não temos muitos ladrões de obras de arte, mas o modo de operação é quase sempre o mesmo. Mas esse foi muito surpreendente.

- Surpreendente?

- É. Esse foi diferente.

- Diferente… Como?

- Ladrões de obras de arte não matam pessoas desarmadas, e não havia motivo algum para aqueles caras atirarem em Gary Winthrop a sangue-frio. - Interrompeu-se. - Você tem algum interesse especial nesse caso?

- Não - mentiu Dana. - De jeito nenhum. Só curiosidade. Eu…

- Certo - disse o detetive Wilson. - Eu a manterei informada.

Ao terminar a reunião no escritório do general Booster, na isolada sede da FRA, o general virou-se para Jack Stone e perguntou:

- Que está acontecendo com a tal da Dana Evans?

- Anda por aí fazendo perguntas, mas acho que é inofensiva. Não está chegando a lugar algum.

- Não gosto que ela fique bisbilhotando por aí. Chute-a para o código três.

- Quando quer que eu comece?

- Ontem.

Dana achava-se no meio da preparação para sua próxima transmissão, quando Matt Baker entrou no escritório dela e afundou numa poltrona.

- Acabei de receber um telefonema sobre você.

- Meus fãs nunca se cansam de mim, não é? -disse Dana, sorrindo.

- Esse já ficou farto de você.

- É?

- O telefonema era da FRA. Pedem que pare sua investigação sobre Taylor Winthrop. Nada oficial. Apenas o que chamam de sugestão amistosa.

Parece que querem que você cuide de sua própria vida.

- É mesmo? - exclamou Dana. Travou os olhos com Matt. - Isso faz você se perguntar por que, não faz? Não vou me afastar da matéria só porque uma agência do governo quer.

Tudo começou em Aspen, quando Taylor e a mulher morreram no incêndio. Vou ser a primeira a chegar lá. E se eu descobrir alguma coisa, vai dar um grande pontapé inicial para o Linha do Crime.

- De quanto tempo precisa?

- Não devo levar mais que um ou dois dias.

- Vá atrás dela.

Onze Rachel precisou de um enorme esforço para mover-se. A simples locomoção de um cômodo ao outro em sua casa da Flórida era exaustiva. Não se lembrava de quando se sentira tão cansada. Na certa peguei uma gripe. Jeff tinha razão. Eu devia ir a um médico. Um banho quente vai me relaxar…

Foi enquanto se alongava na reconfortante água quente que ela levou a mão ao seio e sentiu o caroço.

A primeira reação foi de choque. Depois de negação. Não é nada. Não é câncer. Não fumo. Faço exercícios e cuido do meu corpo.

Não há histórico de câncer em minha família. Estou ótima. Vou pedir a um médico que dê uma olhada, mas não é câncer.

Rachel saiu da banheira, enxugou-se e deu um telefonema.

- Agência de Modelos Betty Richman.

- Eu gostaria de falar com betty Richman. Por favor, diga a ela que é Rachel Stevens.

Um momento depois, betty Richman estava na linha.

- Rachel! Que bom ouvir sua voz. Está tudo bem com você?

- Claro que sim. Por que pergunta?

- Bem, você cancevou a filmagem do curta no Rio, e é que talvez…

Rachel riu.

- Não, não. Eu só estava cansada, Betty. Estou louca para voltar a trabalhar.

- Que ótima notícia. Todo mundo tem tentado requisitar você. - bem, estou pronta. Que tem na agenda?

- Espere um minuto.

Um instante depois, Betty Richman voltava à linha.

- A próxima filmagem é em Aruba. Começa semana que vem. Você tem muito tempo até lá. Eles pediram você.

- Adoro Aruba. Pode marcar para mim.

- Já marquei. Fico muito feliz por estar se sentindo melhor.

- Sinto-me esplêndida.

- Vou lhe mandar todos os detalhes.

Às duas horas da tarde seguinte, Rachel tinha uma consulta marcada com o Dr. Graham Elgin.

- Boa tarde, Dr. Elgin.