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Após assinar a ficha e registrar-se, Dana perguntou ao recepcionista:

- Por acaso sabe onde fica a casa de Taylor Winthrop? Ele lançou-lhe um olhar estranho.

- A casa de Taylor Winthrop? Não existe mais. Foi destruída pelo fogo até o chão.

- Eu sei. Só queria ver…

- Não tem mais nada lá, a não ser muitas cinzas, mas, se quiser ver, siga à esquerda até o vale Conundrum Creek. Fica a pouco mais de nove quilômetros daqui.

- Obrigada - disse Dana. - Poderia mandar levar minhas malas para o quarto?

- Claro, Srta. Evans.

Dana saiu e voltou para o carro.

O local da casa de Taylor Winthrop, no vale Conundrum Creek, era cercado por terras da Floresta Nacional. A casa fora uma construção de um andar feita de pedra nativa e sequóia, numa linda e reclusa localização com um enorme lago de castores e um riacho que percorria toda a propriedade.

A vista era espetacular E no meio daquela beleza, como uma cicatriz obscena, viam-se os vestígios do incêndio em que duas pessoas haviam morrido.

Dana passeou pelo terreno, visualizando o que antes existira ali. Sem dúvida, era uma enorme casa de um andar. Devia ter muitas portas e janelas no nível do terreno.

Contudo, os Winthrops não haviam conseguido escapar por nenhuma delas. Acho melhor visitar o corpo de bombeiros.

Quando Dana entrou no prédio do corpo de bombeiros, um homem de seus trinta anos, alto, bronzeado e de porte atlético, aproximou-se dela. Ele na certa vive nas pistas de esqui, pensou Dana.

- Posso ajudá-la, senhorita?

- Li que a casa de Taylor Winthrop foi destruída por um incêndio e fiquei curiosa - disse Dana.

- É. Isso aconteceu há um ano. Talvez a pior coisa que já ocorreu nesta cidade.

- A que horas aconteceu?

Se ele achou a pergunta estranha, não deixou transparecer - No meio da noite. Recebemos o telefonema às três da manhã. Nossos carros chegaram lá por volta das três e quinze, mas era tarde demais. A casa queimava como uma tocha. Só soubemos que tinha alguém dentro depois que extinguimos o fogo e encontramos os dois corpos. Foi um momento muito doloroso, acredite.

- Tem alguma idéia de como o incêndio começou? Ele fez que sim com a cabeça.

- Oh, sim. Foi um problema elétrico.

- Que tipo de problema elétrico?

- Não sabemos exatamente, mas na véspera do incêndio alguém chamou um eletricista para consertar alguma coisa na casa.

- Mas não sabe qual foi o problema?

- Acho que foi algum defeito no sistema de alarme de incêndio.

Dana tentou parecer desinteressada.

- O eletricista que foi consertá-lo… por acaso tem o nome dele?

- Não. Mas acho que a polícia talvez tenha.

- Obrigada.

Ele olhou para Dana, curioso.

- Por que está tão interessada nisso?

- Estou escrevendo um artigo sobre incêndios em estações de esqui de todo o país - respondeu ela, séria.

A delegacia de polícia de Aspen era um prédio de tijolos vermelhos de um andar, situado a dez quarteirões do hotel de Dana.

O policial sentado atrás da escrivaninha ergueu os olhos e perguntou, surpreso:

- Você é Dana Evans, a apresentadora de TV?

- Sou.

- Sou o capitão Turner. Que posso fazer por você, srta. Evans?

- Estou curiosa sobre o incêndio que matou Taylor Vinthrop e sua mulher - Meu Deus, que grande tragédia. O pessoal aqui ainda não se refez do choque.

- Dá para entender.

- É. Foi terrível não terem conseguido salvar o casal.

- Soube que o fogo começou por causa de algum tipo de problema elétrico, não foi?

- Isso mesmo.

- Poderia ter sido premeditado?

O capitão Turner franziu a testa.

- Premeditado? Não, não. Foi um defeito elétrico.

- Eu gostaria de conversar com o eletricista que esteve na casa na véspera do incêndio. Tem o nome dele?

- Com certeza está nos nossos arquivos. Quer que eu verifique?

- Eu Lhe agradeceria.

O capitão Turner pegou o telefone, trocou algumas palavras e virou-se mais uma vez para Dana.

- É a primeira vez que vem a Aspen?

- É.

- Lugar fantástico. Sabe esquiar?

- Não. - Mas Jeff sabe. Quando viermos aqui…

Uma auxiliar de escritório aproximou-se e entregou ao capitão Turner uma folha de papel. Ele passou-a para Dana.a Tinha os seguintes dizeres:

Empresa Elétrica Al Larson. Bill Kelly.

- Fica logo ali nesta rua.

- Muito obrigada, capitão Turner - Foi um prazer Quando Dana saiu do prédio, um homem no outro lado da rua afastou-se e falou num telefone celular A Empresa Elétrica Al Larson ficava num pequeno prédio de cimento cinzento. Sentado a uma escrivaninha, um clone do homem do corpo de bombeiros, bronzeado e de compleição atlética. Levantou-se quando Dana entrou.

- Bom dia.

- Bom dia - disse Dana. - Eu gostaria de falar com Bill Kelly.

O homem grunhiu.

- Eu também.

- Desculpe, o que disse?

- Kelly Desapareceu faz quase um ano.

- Desapareceu?

- É, simplesmente sumiu. Não disse uma palavra. Nem apareceu para pegar seu pagamento.

Dana perguntou, devagar:

- Você se lembra exatamente quando foi?

- Claro que sim. Na manhã daquele incêndio. O grande.

Você sabe, aquele em que morreram os Winthrops.

Dana sentiu um calafrio.

- Entendo. E você tem alguma idéia de onde o Sr Kelly está?

- Não. Como eu disse, ele simplesmente desapareceu.

A distante ilha no extremo da América do Sul fervilhara azafamada durante toda a manhã com a chegada de aviões a jato. Aproximava-se a hora da reunião, e os vinte e tantos participantes já se achavam sentados em poltronas na sala de um prédio recém-construído, fortemente vigiado e programado para ser destruído assim que terminasse a reunião. O orador dirigiu-se para a frente da sala. - bem-vindos. Muito me alegra ver aqui tantos rostos conhecidos e alguns amigos novos. Antes de começarmos nosso trabalho, sei que alguns de vocês estão preocupados com un problema surgido há pouco. Há um traidor entre nós, ameaçando nos denunciar. Não sabemos ainda quem é.

Mas Lhes garanto que ele será logo apanhado e sofrerá o destino de todos os traidores. Nada e ninguém pode se interpor em nosso caminho.

Ouviram-se dos presentes murmúrios de aprovação.

- Agora vamos começar nosso leilão silencioso. Hoje há cinco pacotes.

Comecemos com dois bilhões. Alguém dá o primeiro lance? Dois bilhões de dólares. Alguém dá três…?

Naquela noite, quando Dana voltou para o quarto, pôs-se a andar de um lado para o outro e parou de repente, alarmada.

Tudo parecia igual e no entanto… teve a sensação de que alguma coisa estava diferente. Teriam suas coisas sido vasculhadas?

É a hora do Chicken Little, pensou, fazendo uma careta. Pegou o telefone e ligou para casa.

A Sra. Daley atendeu.

- Residência da Srta. Evans.

Graças a Deus ela continuava lá.

- Sra. Daley..

- Srta. Evans!

- Boa tarde. Como está Kemal?

- Bem, às vezes ele fica meio endiabrado, mas sei dar conta disso. Meus filhos também eram assim.

- Então, está tudo… bem?

- Oh, sim.

O suspiro de Dana foi de puro alívio.

- Posso falar com ele?

- Claro. - Dana ouviu-a chamando: - Kemal, é sua mãe.

- Oi, Kemal. Como é que vão as coisas, amigão?

- Legal.

- E a escola?

- Maneira.

- E você está se saindo bem com a Sra. Daley?

- Estou, ela é um barato.

É mais que um barato, pensou Dana. É um milagre.

- Quando vai voltar para casa, Dana?

- Chegarei aí amanhã. Você já jantou? - já. Na verdade, não estava muito ruim.

Dana sentiu-se tentada a dizer: Esse é você mesmo, Kemal? Ficou emocionada com a mudança que sentiu nele.