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Ela retornou ao computador. Um artigo chamou-lhe a atenção. Paul Winthrop, que morrera num acidente, tinha um passatempo.

Corrida de automóveis.

Quando o avião da Air France pousou no aeroporto de Nice Dana entrou no movimentado terminal e dirigiu-se ao balcão de aluguel de carros.

- Meu nome é Dana Evans. Tenho uma…

O recepcionista ergueu os olhos.

- Ah! Srta. Evans. Seu carro está pronto. - Entregou-lhe um formulário. - Basta assinar aqui.

Isso é que é um verdadeiro serviço, pensou ela.

- Vou precisar de um mapa do sul da França. Por acaso,

- Claro, mademoiselle. - Abaixou-se atrás do balcão escolheu um mapa. - Voilá. - Ficou ali olhando atento Dana partir Na torre executiva da WTN, Elliot Cromwell dizia:

- Onde Dana está, Matt?

- Na França.

- Fez algum progresso?

- Ainda é cedo demais.

- Estou preocupado com ela. Acho que talvez ande viajando demais. Hoje em dia viajar pode ser perigoso. - Hesitou. - Muito perigoso.

O ar em Nice estava frio e seco, e Dana perguntava-se que tempo fazia no dia em que Paul Winthrop morrera. Entrou no Citroën à sua espera e pôs-se a subir a Grande Corniche, passando por pitorescas aldeias ao longo do caminho.

O acidente tinha ocorrido logo ao norte de beausoleil, na rodovia em Roquebrune-Cap-Martin, um balneário que contemplava do alto o mar Mediterrâneo.

Ao aproximar-se da aldeia, diminuiu a velocidade, observando as curvas fechadas, escarpadas, imaginando de qual delas Paul Winthrop teria despencado. Que fazia ele ali? Ia encontrarse com alguém? Participava de uma corrida? Viajava de férias?

A negócios?

Roquebrune-Cap-Martin é uma aldeia medieval com um castelo antigo, uma igreja, grutas históricas e villas luxuosas que pontilham toda a paisagem. Dana dirigiu-se para o centro, parou o carro e foi à procura da delegacia de polícia. Abordou um homem saindo de uma loja.

- Por favor, pode me dizer onde fica a delegacia de polícia?

- Je ne parle pas anglais, j’ai peur de ne pouvoir vous aider mais…

- Police. Police.

- Ah, oui. - Apontou. - La deuxième rue d gauche.

- Merci.

- De rien.

A delegacia de polícia era um velho prédio de paredes brancas malconservadas. Dentro, um homem uniformizado de meia idade sentavase atrás de uma escrivaninha. Ergueu os olhos quando ela entrou.

- Bonjour, madame.

- Bonjour.

- Comment puis je vous aider?

- Fala inglês?

Ele pensou um pouco.

- Sim - disse, relutante.

- Eu gostaria de falar com o responsável pela delegacia.

Ele olhou para ela, uma expressão confusa no rosto. De repente, sorriu.

- Ah, commandant Frasier. Oui. Um momento. - Pegou um telefone e falou com alguém. Fez que sim com a cabeça e virou-se para Dana. Apontou o corredor. -A primeira porta.

- Obrigada. - Ela atravessou o corredor até encontrar a primeira porta. O escritório do comandante Frasier era pequeno e bem-arrumado. Ele, um homem garboso com um bigodinho e olhos castanhos inquisidores.

Levantou-se quando Dana entrou.

- Bonjour, mademoiselle. Em que Lhe posso ser útil?

- Sou Dana Evans. Estou fazendo uma reportagem para a WTN, de Washington D.C., sobre a família Winthrop. Soube que Paul Winthrop morreu num acidente perto daqui.

- Oui. Terrible! Terríble. A gente precisa ter muito cuidado ao dirigir na Grande Comiche. Pode ser très dangereux.

- Soube que Paul Winthrop morreu durante uma corrida de automóveis e…

- Non. Não houve corrida naquele dia.

- Não houve?

- Non, mademoiselle. Eu mesmo estava de plantão quando o acidente ocorreu.

- Entendo. O Sr Winthrop estava sozinho no carro?

- Oui.

- Commandant Frasier, eles fizeram uma autópsia?

- Oui. Claro.

- Encontraram álcool no sangue de Paul Winthrop? O comandante Frasier balançou a cabeça.

- Non.

- Drogas?

- Non.

- O senhor se lembra como estava o tempo naquele dia?

- Oui. Il pleuvait. Chovia.

Dana tinha uma última pergunta, mas a fez sem nenhuma esperança.

- Imagino que não houve testemunhas…

- Mais oui, il y en avait.

Ela fitava-o, a pulsação se acelerando.

- Houve?

- Uma testemunha. Ele estava dirigindo atrás do carro de Winthrop e viu o acidente acontecer Dana teve uma rápida sensação de entusiasmo.

- Eu ficaria muito grata se me desse o nome da pessoa - disse. - Quero falar com ela.

O comandante assentiu com a cabeça.

- Não vejo nenhum mal. - Chamou: - Alexandre! E um instante depois, o assistente entrava às pressas.

- Oui, commandant?

- Apporte-moi le dossier de 1’accident Winthrop.

- Tout de suite. - Saiu da sala, apressado.

O comandante Frasier virou-se para Dana.

- Que família desafortunada. A vida é très fragile.

Olhou para Dana e sorriu. - A gente precisa aproveitar a vida enquanto pode. -Acrescentou, sutilmente: - Ou enquanto ela deixa. Está sozinha aqui, mademoiselle?

- Não, meu marido e filhos estão me esperando.

- Dommage.

O assistente retornou com um maço de papéis e o comandante examinou os documentos, fez que sim com a cabeça ergueu os olhos para Dana.

- A testemunha do acidente era um turista americano Ralph benjamin.

Segundo seu depoimento, ele vinha atrás di Paul Winthrop quando viu un chien, um cão, atravessar na frente do carro de Winthrop. Winthrop girou o volante para não atropelá-lo, entrou numa grande derrapagem, mergulhou do despenhadeiro e caiu no mar. Segundo o relatório do legista Winthrop morreu instantaneamente.

- O senhor tem o endereço do Sr benjamin? - perguntou, esperançosa.

- Oui. - Deu mais uma olhada no papel. - Ele mora na América. Turk Street, 420, Richfield, estado de Utah. - Escreveu o endereço e entregoulhe.

Ela tentava controlar a emoção.

- Muitíssimo obrigada.

- Avec plaisir. - Olhou para o dedo anular sem aliança de Dana. - E, madame?

- Sim?

- Cumprimente seu marído e filhos por mim.

Dana telefonou para Matt.

- Matt - disse, excitada. - Descobri uma testemunha do acidente de Winthrop. Vou entrevistá-lo.

- Mas é fantástico. Onde está ele?

- Em Richfield, no Utah. Devo estar de volta amanhã.

- Tudo bem. Por falar nisso, Jeff telefonou.

- E aí?

- Você sabe que ele está na Flórida com a ex-mulher? Transparecia de sua voz um tom reprovador.

- Eu sei. Ela está muito doente.

- Se Jeff ficar por muito mais tempo, vou ter de lhe pedir que tire uma licença sem vencimentos.

- Tenho certeza que ele voltará logo. - Quisera ela acreditar nisso.

- Certo. Boa sorte com a testemunha.

- Obrigada, Matt.

O telefonema seguinte de Dana foi para Kemal. A Sra. Daley atendeu.

- Residência da Srta. Evans.

- Boa tarde, Sra. Daley. Está tudo bem aí? - Dana prendia a respiração.

- Bem, seu filho quase ateou fogo na cozinha me ajudando a preparar o jantar ontem à noite. - Ela riu. - Mas, fora isso, ele está ótimo.

Dana fez uma oração silenciosa de agradecimento.

Mas é incrível! A mulher é realmente uma milagreira, pensou.

- Você vem direto para casa? Posso preparar o jantar e…

- Tenho de fazer mais uma escala. Só chegarei em casa daqui a dois dias.

Posso falar com Kemal?

- Ele está dormindo. Quer que o acorde?

- Não, não. - Conferiu as horas no relógio de pulso.

Eram só quatro da tarde em Washington. - Ele está tirando um cochilo? - Dana ouviu uma risada calorosa da Sra. Daley.

- É. O rapazinho teve um dia cheio. Está trabalhando e brincando muito.

- Diga a ele que mando meu amor E que logo o verei.

Tenho de fazer mais uma escala. Só chegarei em casa daqui a dois dias.