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Posso falar com Kemal?

Ele está dormindo. Quer que o acorde? Não, não. Ele está tirando um cochilo? É. O rapazinho teve um dia cheio. Está trabalhando e brincando muito.

Diga a ele que mando meu amor. E que logo o verei.

Fim da fita.

Richfield, no Utah, é uma confortável cidade residencial localizada numa depressão de terra no meio da cadeia de montanhas Monroe. Dana parou numa agência de viagens e pegou as direções para o endereço que o comandante Frasier lhe dera.

Ralph Benjamin morava numa casa de um andar, gasta pelas intempéries, situada no meio de um quarteirão de casas idênticas.

Ela estacionou o carro alugado, dirigiu-se à porta da frente e tocou a campainha. A porta abriu-se e apareceu uma mulher grisalha de meíaidade, usando avental.

- Em que posso ajudá-la?

- Gostaria de falar com Ralph benjamin - disse Dana A mulher examinoua, curiosa.

- Ele está à sua espera?

- Não. Eu… eu só passei por acaso, e resolvi dar um pulo até aqui. Ele está?

- Sim. Entre.

- Obrigada. - Dana entrou e seguiu a mulher até a sala de estar.

- Ralph, tem uma visita para você.

Ralph benjamin levantou-se de uma cadeira de balanço e veio em direção a Dana.

- Como vai? Eu a conheço?

Dana ficou ali parada, imóvel. Ralph benjamin era cego.

Dana e Matt Baker conversavam na sala de reuniões da Wtn - Ralph Benjamin estava na França visitando o filho - explicava Dana. - Um dia, sua pasta desapareceu do hotel.

Reapareceu no dia seguinte, mas faltava o passaporte. Matt, o homem que roubou o passaporte pegou a identidade de Benjamin e disse à polícia que era uma testemunha do acidente.

Quem assassinou Paul Wínthrop?

Matt Baker ficou calado por um longo tempo.

- É hora de pôr a polícia nisso, Dana - acabou dizendo - Se você tiver razão, estamos procurando um homem insensível que assassinou a sangue-frio seis pessoas. Não quero que seja a sétima. Elliot também está preocupado com você. Acha que está indo fundo demais.

- Não podemos pôr a polícia nisso ainda - protestou Dana. - Tudo é circunstancial. Não temos nenhuma prova Nem sequer a menor idéia de quem é o assassino, e também não sabemos o motivo.

- Estou com um pressentimento muito ruím com toda essa história.

Também está ficando perigosa demais. Não quero que aconteça alguma coisa com você.

- Nem eu - disse Dana, veemente.

- Qual vai ser seu próximo passo?

- Descobrir o que aconteceu realmente com Julie Winthrop.

- A operação foi um sucesso.

Deitada numa cama branca estéril de hospital, Rachel abriu os olhos, devagar. Tentava focalizar os olhos injetados em Jeff:

- Já tiraram?

- Rachel…

- Tenho medo de apalpar o lugar - Reprimia as lágrimas. - Não sou mais uma mulher. Nenhum homem jamais vai me amar de novo.

Ele tomou-lhe as mãos trêmulas nas dele.

- Está enganada. Nunca amei você por causa dos seus seios, Rachel. Amei pelo que você é, um ser humano afetuoso, maravilhoso.

Rachel esboçou um pequeno sorriso.

- Nós nos amamos de verdade, não, Jeff?

- É.

- Eu queria… - Ela baixou o olhar para o peito e o rosto contraiu-se.

- Falaremos disso depois.

Ela apertou-lhe a mão com mais força.

- Não quero ficar sozinha, Jeff. Não antes disso acabar Por favor, não me deixe.

- Rachel, eu tenho de…

- Não vá, ainda não. Não sei o que farei se você for embora.

Uma enfermeira entrou no quarto do hospital.

- Poderia nos dar licença, Sr Connors? Rachel não queria soltar a mão de Jeff.

- Não vá.

- Eu volto.

Mais tarde naquela noite, o celular de Dana tocou. Ela atravessou a sala correndo para pegá-lo.

- Dana. - Era Jeff.

Ela sentiu uma pequena emoção ao ouvir sua voz.

- Alô. Como vai você, querido? - bem.

- E Rachel? “ - A operação correu bem, mas Rachel está com idéia suicidas.

- Jeff… uma mulher não pode julgar a si mesma por seu seios, ou…

- Eu sei, mas Rachel não é uma mulher do seu gabarito.

Tem sido julgada pela beleza desde os quinze anos. É uma das modelos mais bem pagas do mundo. Agora acha que tudo acabou para ela. Sente-se como uma aberração. Acha que não terá mais nada por que viver - Que é que você vai fazer?

- Vou ficar com ela mais alguns dias e ajudá-la a estabelecer-se em casa.

Falei com o médico. Ele ainda está esperando os resultados dos exames para ver se conseguiram tirar tudo.o Acham que ela precisa de acompanhamento com tratamento de quimioterapia.

Não havia nada que Dana pudesse dizer - Sinto sua falta - disse Jeff:

- Eu também sinto sua falta, meu adorado. Comprei alguns presentes de Natal para você.

- Guarde-os para mim.

- Vou guardar - Já se livrou de todas as viagens?

- Ainda não.

- Não esqueça de deixar o celular ligado - disse Jeff: Pretendo lhe dar alguns telefonemas obscenos.

Dana sorriu.

- Promete?

- Prometo.

- Cuide bem de você, querida.

- Você também. - A conversa terminou. Dana desligou e ficou ali sentada por um longo tempo, pensando em Jeff e Rachel. Depois levantou-se e foi até a cozinha.

A Sra. Daley dizia a Kemaclass="underline"

- Mais panquecas, querido?

- Quero, obrigado.

Dana ficou olhando os dois. Naquele curto período que a Sra. Daley passara ali, Kemal tinha mudado muito. Estava calmo, relaxado e feliz.

Sentiu uma pontada aguda de ciúmes.

Talvez eu seja a pessoa errada para ele. Culpada, lembrou-se dos longos dias até tarde da noite no estúdio. Talvez alguém como a Sra. Daley devesse tê-lo adotado. Qual o problema comigo? Kemal me ama.

Sentou-se à mesa.

- Ainda gostando da nova escola, Kemal? - perguntou.

- É legal.

Dana pegou-lhe a mão.

- Kemal, lamento, mas vou ter de viajar mais uma vez.

Ele disse, indiferente:

- Tudo bem.

A pontada de ciúmes voltou.

- Para onde vai agora, Srta. Evans? - perguntou a Sra.

Daley.

- Alasca.

A Sra. Daley ficou pensativa alguns instantes.

- Cuidado com aqueles ursos enormes e ferozes - aconselhou.

O vôo de Washington a Juneau, no Alasca, levou nove horas com uma escala em Seattle. Dentro do aeroporto de Juneau Dana foi até o balcão de aluguel de carros.

- Meu nome é Dana Evans. Eu…

- Sim, Srta. Evans. Temos um belo Land Rover â sua espera. Vaga dez.

Basta assinar aqui.

O funcionário entregou-lhe aschaves e Dana dirigiu-se ao estacionamento atrás do prédio. Havia uma dezena de carros em vagas numeradas. Ela foi até a número dez. Ajoelhado perto da traseira do carro, um homem trabalhava no cano de descarga de um Land Rover branco. Ergueu os olhos quando Dana se aproximou.

- Só ajustando o cano de descarga, senhorita. Já está todo pronto. - Levantou-se.

- Obrigada - disse Dana.

No subsolo de um prédio do governo, um homem examinava um mapa digital no computador. Viu o Land Rover branco fazer uma curva à direita.

- O alvo está se dirigindo para Starr Hill…

Juneau foi uma surpresa para Dana. À primeira vista, parecia uma cidade grande, mas as ruas estreitas e sinuosas davam à capital do Alasca a atmosfera de uma cidade pequena aninhada no meio de uma imensidão florestal do período glacial.

Dana registrou-se na popular Pousada do Cais do Porto, um ex bordel localizado no centro da cidade.

- Chegou na melhor época para esquiar - disse o recepcionista do hotel. - Este ano a temporada de neve está ótima.

Trouxe seus esquis?

- Não, eu…

- Bem, tem uma loja de esqui logo aqui ao lado. Tenho certeza que podem equipá-la com tudo que precisar - Obrigada - disse Dana. Um bom lugar para se começar.

Desfez a mala e foi para a loja de esqui.

O vendedor falava sem parar. No momento em que ela entrou, ele disse: