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- Oi. Sou Chad Donohoe. Bem, você veio ao lugar certo.

- Indicou uma fileira de esquis. -Acabamos de receber esses Freeriders. São uns bebês que dão conta mesmo de solavancos e saltos. - Apontou para outra seção. - Ou… esses são os Salomon X-Scream 9’s. Estão tendo uma grande saída. No ano passado ficamos sem e não conseguimos mais repôlos.

- Percebeu a expressão impaciente de Dana e apressou-se para o grupo seguinte. - Se preferir, temos o Vocal Vertigo G30 ou o Atomic 10.20. - Olhou para Dana, com expectativa. - Qual deles gosta…

- Vim em busca de informação.

Um olhar de decepção atravessou o rosto do vendedor - Informação?

- Sim. Julie Winthrop alugava esquis aqui? Ele examinou Dana mais de perto.

- Sim. Na verdade, ela usava a linha mais cara de esquis da loja, os Volant Ti Pover. Adorava-os. Uma coisa terrível o que aconteceu com ela em Eaglecrest.

- A Srta. Winthrop era uma boa esquiadora?

- Boa? Era a melhor. Tinha um console de lareira cheio de prêmios.

- Sabe se ela estava sozinha aqui?

- Pelo que sei, estava. - Ele balançou a cabeça. - O que é muito surpreendente é que ela conhecia Eaglecrest como a palma da mão.

Esquiava aqui todo ano. A gente imagina que um acidente como aquele jamais poderia ter acontecido com ela, não é?

- É o que eu imaginava - disse Dana, devagar O Departamento de Polícia de Juneau ficava a dois quarteirões da Pousada do Cais do Porto.

Dana entrou num pequeno escritório de recepção com três bandeiras: a do estado do Alasca, a de Juneau e a dos Estados Unidos. Tinha um tapete azul, um sofá azul e uma poltrona azul.

Um funcionário uniformizado perguntou-lhe:

- Posso ajudá-la?

- Eu gostaria de informação sobre a morte de Julie Winthrop.

Ele franziu as sobrancelhas.

- O homem com quem deve falar é Bruce Bowler. Ele é chefe do Resgate Sea Dog. Tem um escritório aqui no segundo andar, mas não se encontra agora.

- Sabe onde posso encontrá-lo?

O policial olhou para o relógio de pulso.

- Nesse momento, talvez ainda o pegue no Hanger On The Wharf. Fica a dois quarteirões daqui, no Passeio da Marina.

- Muito obrigada.

O Hanger On The Wharf era um restaurante enorme, entupido de gente para almoçar ao meio-dia.

A recepcionista disse a Dana:

- Lamento, mas não temos uma mesa para já. Haverá uma espera de vinte minutos se…

- Estou procurando o Sr Bruce Bowler. Você o conhece…

A recepcionista fez que sim com a cabeça.

- Bruce? Está ali naquela mesa.

Dana olhou. Era um homem de seus quarenta e poucos anos, com a expressão agradável num rosto curtido, sentado sozinho.

- Obrigada. - Ela foi até a mesa. - Sr Bowler? Ele ergueu os olhos.

- Sim.

- Sou Dana Evans. Preciso de sua ajuda.

Ele sorriu.

- Você está com sorte. Temos um quarto disponível. Vou telefonar para Judy Dana olhou para ele, sem entender - Como disse?

- Não é você que queria saber sobre a Cozy Log, nossa pousada com quarto e café da manhã?

- Não. Eu queria conversar com você sobre Julie Winthrop.

- Oh. - Ele ficou sem graça. - Desculpe. Por favor, sente-se. Judy e eu temos uma pequena pousada fora da cidade.

Achei que estava procurando um quarto. Já almoçou?

- Não, eu…

- Então me faça companhia. -Tinha um sorriso simpático.

- Obrigada.

Depois que ela pediu a comida, Bruce Bowler perguntou:

- Que quer saber sobre Julie Winthrop?

- É sobre a morte dela. Há alguma chance de não ter sido um acidente?

Bruce Bowler franziu as sobrancelhas.

- Está perguntando se ela pode ter-se suicidado?

- Não. Estou perguntando se… se alguém poderia tê-la assassinado.

Ele piscou os olhos.

- Assassinado Julie? Nenhuma chance. Foi um acidente.

- Pode me contar o que aconteceu?

- Claro. - Bruce Bowler ficou pensativo por um momento, perguntando-se por onde começar - Temos três diferentes conjuntos de pistas aqui. As dos iniciantes, Muskeg, Dol’ Varden e Sourdough… As mais difíceis, Sluice Box, Mother Lod e Sundance… As realmente duras, Insane, Spruce Chute e HanTen… E depois as Quedas vertiginosas, que são mais abruptas - E Julie Winthrop esquiava nas…?

- Nas Quedas Vertiginosas.

- Então ela era uma esquiadora tarimbada?

- Claro que era - respondeu Bruce Bowler. Hesitou. Por isso é que foi tão surpreendente.

- O quê?

- Bem, temos esqui noturno todas as quintas-feiras das quatro da tarde às nove da noite. Tinha muitos esquiadores naquela noite. Todos estavam de volta às nove, com exceção de Julie. Fomos à sua procura. Encontramos o corpo atirado en cheio contra uma árvore. A pancada deve tê-la matado instantaneamente.

Dana fechou os olhos por um instante, sentindo o horror e a dor do choque.

- Então… ela estava sozinha quando aconteceu o acidente?

- É, estava. Os esquiadores em geral esquiam juntos, mas às vezes os melhores gostam de fazer façanhas arriscadas sozinhos. Temos um limite de área demarcado aqui, e todo mundo que esquia fora desse limite o faz por sua própria conta e risco Julie Winthrop esquiava fora desse limite, numa pista fechada Levamos muito tempo para encontrar seu corpo.

- Sr Bowler, qual o procedimento quando um esquiador desaparece?

- Assím que é dada a informação de que alguém desapareceu, começamos uma busca safada.

- Busca safada?

- Telefonamos aos amigos para saber se o esquiador está com eles.

Ligamos para alguns bares. É uma busca rápida e improvisada. Isso para poupar às nossas equipes de resgate o problema de fazer uma busca completa de algum bêbado sentado de porre num bar - E se alguém estiver realmente perdido? - perguntou Dana.

- Obtemos uma descrição física do esquiador desaparecido, de sua capacidade de esquiar, e do último lugar em que foi visto. Sempre perguntamos se eles levavam uma câmera.

- Por quê?

- Porque, quando eles as levam, as imagens nos dão uma pista para as áreas pitorescas para onde talvez tenham ido. Verificamos quais planos o esquiador poderia ter tido para o transporte de volta à cidade. Se não encontrarmos nada em nossa busca nas pistas, deduzimos que o esquiador desaparecido está fora do limite da área demarcada de esqui. Notificamos os soldados da Busca e Resgate do Estado do Alasca e eles põem um helicóptero no ar. Há quatro pessoas em cada grupo de busca, e a patrulha aérea civil também participa.

- Isso é muito potencial humano.

- Claro que é. Mas lembre-se… temos uns duzentos hectares de área de esqui aqui, e fazemos uma média de quarenta buscas por ano. A maioria é bem-sucedida. - Bruce Bowler olhou pela janela o frio céu de ardósia. - Eu gostaria que aquela também tivesse sido. - Voltou-se para Dana. - De qualquer modo. A patrulha de esqui faz uma busca diária depois que os teleféricos fecham.

- Soube que Julie Winthrop estava acostumada a esquiar no alto de Eaglecrest.

Ele fez que sim com a cabeça.

- É verdade. Mas mesmo assim não há garantia alguma Nuvens podem surgir, a pessoa às vezes fica desorientada, ou tem apenas falta de sorte.

- Como encontraram o corpo dela?

- SOS a encontrou.

- SOS?

- É o nosso cão especial. A patrulha de esqui trabalha com labradores e pastores pretos. Os cães são mesmo incríveis. Trabalham a favor do vento, captam o cheiro humano, sobem até a borda da zona do cheiro e fazem o gradeamento pra cima e pra baixo. Mandamos um bombardeiro para o local do acidente, e quando…

- Bombardeiro?

- Nossa máquina de limpar neve. Trouxemos de volta o corpo de Julie Winthrop numa liteira motorizada. A equipe da ambulância de três homens examinou-a com um monitor de eletrocardiograma, depois bateu fotos e chamou um legista.

Levaram o corpo para o Hospital Regional Bartlett.

- E ninguém sabe como aconteceu o acidente? Ele encolheu os ombros.