AGRADECIMENTOS...
Nossos merecidos agradecimentos vão à toda nossa equipe de tradução da .mafia dos livros e de seu Departamento#01 que esteve empenhada na conclusão de mais esse projeto.
Obrigado à vocês, tradutores, revisores e organizadores que desprenderam de seu tempo para uma atividade na qual não esperam nada além de respeito e admiração e é esse o sentimento que temos para com vocês, por isso e graças a vocês somos uma equipe tão forte!
Parabéns por terem nos presenteado com tamanha dedicação e para alguns casos destaco um comprometimento incrível...
Parabéns e Obrigado...
Aos Tradutores: Mayara, Sara, Junior, Edna Paula, Luis Paulo, José, Orlando, Lia, Luis, Alice, Bel, Priscila – Muito Obrigado!
Aos Digitalizadores: Gisely e Gabriel – Muito Obrigado!
Aos Revisores: Edna Paula, Paulo, Priscila Caldas, Pedro, Gabriel, Priscila, Thayson, Guii, Alexandre, Marlon, Corbal, Caio Javor, Rafaela, Alex, Estefano, Felipe, Maidana W., – Muito Obrigado!
Aos Revisores Finais: Orlando, Esaú – Muito Obrigado!
À Organização da .mafia dos livros. e do Departamento#01 : Ricardo Pereira, Laila
E a Organização da tradução em si: Ricardo Pereira, Laila
PRÓLOGO
— Dragões — disse Mollander. Pegou numa maçã estragada que estava no chão e a jogou de uma mão para a outra.
— Atire a maçã — pediu Alleras, o Esfinge. Puxou uma seta da aljava e prendeu-a na corda do arco.
— Eu gostaria de ver um dragão. — Roone era o mais novo do grupo, um rapaz atarracado ainda a dois anos de se fazer homem. — Gostaria muito mesmo.
E eu gostaria de dormir com os braços da Rosey à minha volta, pensou Pate. Mexeu-se inquieto no banco. De manhã a garota podia bem ser sua.
Vou levá-la para longe de Vilavelha, para o outro lado do mar estreito até uma das Cidades Livres. Lá não havia meistres, não existia ninguém que o acusasse.
Ouvia as gargalhadas de Emma, vindas de uma janela fechada por cima da sua cabeça, misturadas com a voz mais profunda do homem que estava recebendo. Era a mais velha das mulheres que serviam no Pena e Caneca, tinha pelo menos quarenta anos, mas ainda era bonita ao seu jeito carnudo. Rosey era sua filha, com quinze anos e acabada de florir.
Emma decretara que a virgindade de Rosey custaria um dragão de ouro. Pate poupara nove veados de prata e um cântaro de estrelas e dinheiros de cobre, mas isso de nada lhe serviria. Teria tido mais chance de trazer ao mundo um dragão verdadeiro do que de poupar moedas suficientes para um de ouro.
— Nasceu tarde demais para dragões, moço — disse a Roone Armen, o Acólito. Armen usava uma tira de couro em volta do pescoço, amarrada com elos de peltre de estanho, chumbo e cobre, e tal como a maioria dos acólitos, parecia pensar que os noviços tinham nabos crescendo entre os ombros no lugar das cabeças. — O último morreu durante o reinado do Rei Aegon Terceiro.
— O último dragão em Westeros — insistiu Mollander.
— Atire a maçã — voltou a pedir Alleras. Era um jovem bem apessoado, o Esfinge. Todas as criadas tinham um fraco por ele. Até Rosey lhe tocava por vezes no braço quando lhes trazia vinho, e Pate tinha de ranger os dentes e fingir não ver.
— O último dragão em Westeros foi o último dragão — disse Armen com teimosia. — Isso é bem sabido.
— A maçã — disse Alleras. — A menos que queira comer ela.
— Aqui. — Arrastando a perna de pau, Mollander deu um curto salto, rodopiou e arremessou horizontalmente a maçã para as névoas que pairavam sobre o Vinhomel. Se não fosse o pé, teria sido um cavaleiro como o pai. Tinha a força necessária naqueles braços grossos e ombros largos. A maçã voou para longe rápido…
… mas não tão rápido como a seta que assobiou no seu encalço, um metro de haste de madeira dourada com penas escarlates. Pate não viu a seta atingir a maçã, mas ouviu-a. Um tchunc suave ecoou por sobre o rio, seguido por um esparrinhar de água.
Mollander assobiou.
— Mesmo em cheio. Boa.
Nem de perto tão boa como Rosey. Pate adorava os seus olhos cor de avelã e os seus seios em botão, e o modo como ela sorria sempre que o via.
Adorava as covinhas no seu rosto. Ela por vezes andava descalça enquanto servia, para sentir a erva sob os pés. Também adorava isso. Adorava o cheiro limpo e fresco que ela exalava, o modo como o cabelo se lhe curvava sob as orelhas. Até adorava os seus dedos dos pés. Uma noite deixara-o esfregar-lhe os pés e brincar com eles, e ele inventara uma história divertida para cada dedo, a fim de pô-la aos risinhos.
Talvez fizesse melhor em permanecer deste lado do mar estreito.
Podia comprar um burro com o dinheiro que poupara, e ele e Rosey podiam montá-lo por turnos enquanto vagueavam por Westeros. Ebrose podia não o achar merecedor da prata, mas Pate sabia como endireitar um osso e curar uma febre com sanguessugas. O povo ficaria grato pela sua ajuda. Se conseguisse aprender a cortar cabelo e a fazer barbas, podia mesmo tornar-se barbeiro. Isso seria o bastante, disse a si próprio, desde que tivesse a Rosey.
Rosey era tudo o que desejava no mundo.
Nem sempre fora assim. Em tempos sonhara em ser um meistre num castelo, ao serviço de qualquer senhor generoso que o honrasse pela sua sabedoria e lhe concedesse um belo cavalo branco a fim de lhe agradecer pelos seus serviços. E quão alto o montaria, quão nobremente, concedendo sorrisos aos plebeus quando passasse por eles na estrada… Uma noite na sala comum do Pena e Caneca, após a segunda caneca de uma cidra terrivelmente forte, Pate gabara-se de que não seria noviço para sempre.
— É verdade — gritara o Leo Preguiçoso. — Vais ser um antigo noviço, criando porcos.
Ele esvaziou sua caneca. A varanda iluminada pelos archote do Pena e Caneca era naquela manhã uma ilha de luz num mar de névoa. Rio abaixo, o distante brilho de uma alta torre, flutuava no relento da noite como uma lua alaranjada e brumosa, mas a luz pouco fez para lhe melhorar o estado de espírito. O Arquimeiestre já devia ter chegado há esta hora. Teria sido tudo alguma despedida cruel, ou teria algo acontecido ao homem? Não seria a primeira vez que a sorte cobria Pate de amargura. Uma vez achara-se sortudo por ter sido escolhido para ajudar o velho Arquimeistre Walgrave com os corvos, sem sonhar que em breve estaria também buscando as refeições do homem, varrendo os seus aposentos e a vestindo-o todas as manhãs.
Todos diziam que Walgrave esquecera mais da criação de corvos do que a maior parte dos meistres achava, portanto Pate assumira que um elo negro de ferro era o mínimo que poderia esperar, mas acabara por descobrir que Walgrave não poderia dar. O velho continuava a ser arquimeistre apenas por cortesia. Por maior que tivesse sido como meistre, agora o mais frequente era que as suas vestes escondessem a roupa interior emporcalhada, e meio ano antes um grupo de acólitos tinha-no encontrado chorando na Biblioteca, sem ser capaz de encontrar o caminho de volta aos seus aposentos. Era o Meistre Gormon que se sentava sob a máscara de ferro no lugar de Walgrave, o mesmo Gormon que um dia acusara Pate de roubo.