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- Tenho de levar.

- Não me diga o que você tem de fazer, Oliver. - O senador Davis inclinou-se para a frente.

- Eu lhe direi o que tem de fazer. Não esqueça de quem o pôs nessa cadeira.

- Todd, você pode não me respeitar, mas tem de respeitar este cargo - declarou Oliver, muito calmo.

- Independente de quem me pôs aqui, sou o presidente.

O senador Davis levantou-se.

- O presidente? Você não passa de uma porra de um boneco, Oliver! O meu fantoche! Recebe ordens, não as dá. Oliver fitou-o em silêncio por um longo momento.

- Quantos campos de petróleo você e seus amigos possuem, Todd?

- Isso não é da porra da sua conta. Se insistir nessa loucura, estará liquidado. Está me entendendo? Eu lhe dou vinte e quatro horas para recuperar o bom senso!

Ao jantar, naquela noite, Jan disse:

- Papai me pediu para conversar com você, Oliver. Ele está muito transtornado.

Ele olhou para a esposa através da mesa e pensou: Terei de brigar com você também.

- Ele me contou o que está acontecendo.

- É mesmo?

- É, sim. - Jan inclinou-se através da mesa.

- E acho maravilhoso o que você vai fazer.

Oliver demorou um pouco para absorver.

- Mas seu pai é contra.

- Sei disso. E ele está errado. Se eles querem promover a paz... você tem de ajudar.

Oliver estudou Jan. Pensou no quanto ela se saíra bem como primeira-dama. Envolvera-se em importantes obras de caridade e era defensora de meia dúzia de grandes causas. Era linda, inteligente e interessada... e foi como se Oliver a visse pela primeira vez. Por que fico dando voltas por aí?, pensou ele. Tenho tudo que preciso aqui mesmo.

- Terá uma longa reunião esta noite?

- Não - respondeu Oliver, falando bem devagar.

- Vou cancelá-la. Ficarei em casa.

Naquela noite, Oliver fez amor com Jan pela primeira vez em semanas e foi maravilhoso. E pela manhã ele pensou: Pedirei a Peter para devolver o apartamento.

O bilhete estava em sua mesa na manhã seguinte.

Quero que saiba que sou um grande fã seu, e não faria coisa alguma para prejudicá-lo. Eu estava na garagem do Monroe Arnis no dia 15, e fiquei muito surpreso ao vê-lo ali. No dia seguinte, quando li sobre o assassinato da garota, compreendi por que voltou para limpar suas impressões digitais dos botões do elevador. Tenho certeza de que todos os jornais estariam interessados em minha história e me pagariam um bocado de dinheiro. Mas, como disse, sou seu fã. Não ia querer fazer coisa alguma que pudesse prejudicá-lo. Mas bem que preciso de alguma ajuda financeira e, se estiver interessado, isso ficará apenas entre nós dois. Entrarei em contato daqui a alguns dias, dando tempo para que pense a respeito.

Sinceramente,

Um amigo.

Essa não! - murmurou Sime Lombardo.

- Isso é incrível! Como foi entregue?

- Veio pelo correio - informou Peter Tager.

- Endereçado ao presidente, "pessoal".

- Pode ser apenas algum maluco que está tentando...

Não podemos correr nenhum risco, Sime. Não acredito por um minuto sequer que seja verdade, mas se um único sussurro dessa história transpirar, destruiria o presidente. Temos de protegê-lo.

- E como faremos isso?

- Para começar, precisamos descobrir quem mandou esta carta.

Peter Tager estava na sede do FBI, na esquina da rua 10 com a Pennsylvania Avenue, conversando com o agente especial Clay Jacobs.

- Disse que era urgente, Peter?

- Disse.

Peter Tager abriu sua pasta e tirou uma única folha de papel. Clay Jacobs pegou e leu em voz alta:

- "Quero que saiba que sou um grande fã seu, Entrarei em contato daqui a alguns dias, dando tempo para que pense a respeito."

Todo o resto entre essas duas frases fora apagado. Jacobs levantou os olhos.

- O que é isto?

- Envolve a mais alta segurança - disse Peter Tager.

- O presidente me pediu que tentasse descobrir quem mandou. Pede que vocês verifiquem as impressões digitais.

Clay Jacobs tornou a estudar o papel, franzindo o rosto.

- Isso é bastante estranho, Peter.

- Por quê?

- A impressão é de que há alguma coisa errada.

- O presidente pede apenas que lhe dêem o nome da pessoa que escreveu.

- Presumindo que tenha deixado suas impressões digitais no papel.

Peter Tager acenou com a cabeça.

- Isso mesmo.

- Espere aqui.

Jacobs levantou-se e deixou a sala. Peter Tager olhou pela janela, pensando na carta e nas possíveis conseqüências. Clay Jacobs voltou exatamente sete minutos depois.

- Você está com sorte.

O coração de Peter Tager disparou.

- Descobriram alguma coisa?

- Descobrimos. - Jacobs entregou a Tager um pedaço de papel. - O homem que você procura esteve envolvido num acidente de trânsito há cerca de um ano. Seu nome é Carl Gorman. Trabalha no Monroe Arms. - Ele estudou Tager por um momento, antes de acrescentar:

- Há mais alguma coisa que gostaria de me dizer a respeito, Peter?

- Não - respondeu Peter Tager, com toda sinceridade - Não há.

- Frank Lonergan está na linha três, srta. Stewart. Ele diz que é urgente.

- Vou atender. - Leslie pegou o fone e apertou um botão.

- Frank?

- Está sozinha?

- Estou.

Ela ouviu-o respirar fundo.

- Muito bem, aqui vamos nós.

E Lonergan falou sem interrupção pelos dez minutos seguintes.

Leslie Stewart entrou apressada na sala de Matt Baker.

- Precisamos conversar, Matt. - Ela sentou-se na frente da mesa.

- E se eu lhe dissesse que Oliver Russell está envolvido no assassinato de Chloe Houston?

- Para começar, eu diria que é paranóica e passou dos limites.

- Frank Lonergan acaba de me telefonar. Ele conversou com a governadora Houston, que não acredita que Paul Yerby tenha matado sua filha. E falou com os pais de Paul Yerby. Eles também não acreditam.

- Eu não esperaria que eles acreditassem - comentou Matt Baker.

- Se é apenas isso...

- Isso é apenas o começo. Frank foi ao necrotério e falou com a médica-legista. Ela informou que o cinto do garoto estava tão apertado que tiveram de cortá-lo de seu pescoço.

Matt Baker escutava com a maior atenção agora.

- E ... ?

- Frank foi pegar os pertences de Yerby. O cinto estava lá. Intacto.

Matt Baker respirou fundo.

- Está me dizendo que ele foi assassinado na cadeia e houve um acobertamento?

- Não estou dizendo nada, apenas relato os fatos. Oliver Russell tentou me fazer usar ecstasy uma ocasião. Quando ele era candidato a governador, uma mulher que era secretária no legislativo estadual morreu de uma overdose de ecstasy. Quando

ele era governador, sua secretária foi encontrada num parque em coma induzido por ecstasy. Lonergan descobriu que Oliver telefonou para o hospital e sugeriu que desligassem os aparelhos de sustentação da vida. - Leslie fez uma pausa, inclinou-se para a frente.

- Houve um telefonema da Suíte Imperial para a Casa Branca na

noite em que Chloe Houston foi assassinada. Frank verificou os registros telefônicos do hotel. A página referente ao dia 15 fora arrancada. A secretária de agenda do presidente informou a Lonergan que Oliver teve uma reunião com o general Whitman naquela noite. Não houve essa reunião. Frank falou com a governadora Houston e ela disse que Chloe visitara a Casa Branca e que combinara um encontro de sua filha com o presidente.

Houve um silêncio prolongado.

- Onde Frank Lonergan está agora? - perguntou Matt Baker.

- Procurando Carl Gorman, o recepcionista do hotel que fez a reserva da Suíte Imperial.

- Sinto muito, mas não damos informações pessoais sobre os nossos empregados - disse Jeremy Robinson.

Frank Lonergan insistiu:

- Só estou pedindo o endereço de sua casa para poder...

- Não adiantaria. O sr. Gorman viajou em férias.