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- Voarei de volta a Washington esta noite, e assim...

- Posso ir encontrá-lo em qualquer lugar. É muito importante.

O senador Davis hesitou só por mais um instante.

- Se é tão importante, minha jovem, posso dar um jeito de recebê-la. Partirei para a minha fazenda dentro de poucos minutos. Quer se encontrar comigo ali?

- Seria ótimo.

- Eu a verei dentro de uma hora.

- Obrigada.

Davis desligou o telefone e olhou para Tager

- Eu estava enganado a respeito dela. Pensei que fosse mais esperta. Deveria ter me pedido dinheiro antes de Jan e Oliver casarem. - Ele ficou pensativo por um momento, depois seu rosto se desmanchou num lento sorriso.

- Essa não!

- O que é, senador?

- Acabo de perceber o motivo dessa urgência toda. A srta. Stewart descobriu que está grávida de Oliver e vai precisar de uma pequena ajuda financeira. É o golpe mais antigo do mundo.

Uma hora depois, Leslie entrava com seu carro no terreno de Dutch Hill, a fazenda do senador. Um guarda esperava diante da casa principal.

- Srta. Stewart?

- Sou eu.

- O senador Davis a espera. Venha comigo, por favor.

Ele entrou com Leslie na casa, conduziu-a por um corredor largo que levava a uma vasta biblioteca, atulhada de livros. O senador Davis estava à sua mesa, folheando um livro. Ergueu os olhos e se levantou quando Leslie entrou.

- É um prazer tornar a vê-la, minha cara. Sente-se, por favor.

Leslie sentou-se.

O senador levantou o livro que tinha na mão.

- Isto é fascinante. Relaciona os nomes de todos os vencedores do Derby de Kentucky, do primeiro ao último. Sabia quem foi o vencedor do primeiro Derby do Kentucky?

- Não.

- Aristides, em 1875. Mas tenho certeza que você não veio aqui para conversar sobre cavalos. - Ele largou o livro.

- Disse que queria um favor.

O senador especulou como ela iria formular. Acabei de descobrir que vou ter um filho de Oliver e não sei o que fazer.. não quero causar um escândalo, mas... estou disposta a criar a criança, mas não tenho dinheiro suficiente...

- Conhece Henry Chambers? - perguntou Leslie.

O senador Davis piscou rapidamente, apanhado de surpresa.

- Se eu... Henry? Claro que conheço. Por quê?

- Agradeceria muito se pudesse me apresentar a ele. O senador Davis fitou-a nos olhos, apressando-se em reorganizar seus pensamentos.

- É esse o favor? Quer conhecer Henry Chambers?

- Isso mesmo.

- Infelizmente, srta. Stewart, ele não está mais aqui. Mudou-se para Phoenix, Arizona.

- Sei disso. Estou partindo para Phoenix pela manhã. Achei que seria ótimo se conhecesse alguém por lá.

O senador Davis estudou-a por um momento. Seu instinto lhe dizia que havia alguma coisa naquela história que não compreendia. Ele formulou a pergunta seguinte com extrema cautela:

- Sabe alguma coisa sobre Henry Chambers?

- Não. Só sei que ele é do Kentucky.

O senador fez uma pausa, enquanto tomava a decisão. Ela é muito bonita, pensou ele. Henry me deveria um favor.

- Darei um telefonema.

Cinco minutos depois, ele estava falando com Henry Chambers.

- Henry, sou eu. Todd. Tenho certeza de que você lamentará saber que comprei Sail Away esta manhã. Se você estava de olho nela. - Ele escutou por um momento depois soltou uma risada.

- Eu podia apostar nisso, que se divorciou de novo. É uma pena. Eu gostava de Je...

Leslie ficou ouvindo, enquanto a conversa se prolongou por mais alguns minutos. Ao final, o senador Davis disse:

- Henry, vou lhe prestar um favor. Uma amiga minha vai para Phoenix amanhã e não conhece ninguém por aí. Eu agradeceria se você ficasse de olho nela...

- Como ela é?

O senador olhou para Leslie e sorriu, antes de acrescentar:

- Até que não é tão feia assim. Mas não fique com idéias

Ele escutou por um instante, tornou a olhar para Leslie.

- A que horas seu avião chega lá?

- Duas e cinqüenta. Vôo 159 da Delta.

O senador repetiu a informação pelo telefone.

- O nome dela é Leslie Stewart. Vai me agradecer por isso. Agora é com você, Henry. Voltarei a entrar em contato. Ele desligou.

- Obrigada - disse Leslie.

- Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você?

- Não. Isso é tudo o que eu preciso.

Por quê? Afinal, o que Leslie Stewart queria com Henry Chambers?

O fiasco público com Oliver Russell fora cem vezes pior que qualquer coisa que Leslie poderia ter imaginado. Um pesadelo interminável. Por toda parte para onde ia, Leslie ouvia os sussurros.

- É aquela ali. Foi praticamente abandonada no altar;

- Estou guardando meu convite de casamento como souvenir...

- O que será que ela vai fazer com o vestido de noite?

As fofocas aumentavam a angústia de Leslie, a humilhação era insuportável. Nunca mais confiaria num homem.

Mas nunca mesmo. Seu único consolo era que algum dia, de alguma forma, faria Oliver Russell pagar pelo ato imperdoável que cometera contra ela. Não sabia como. Com o senador Davis a apoiá-lo, Oliver teria dinheiro e poder. Neste caso, preciso encontrar um meio de ter mais dinheiro e mais poder, pensou Leslie. Mas como? Como?

A cerimônia de posse foi realizada no jardim da assembléia estadual, em Frankfort, perto do requintado relógio de flores de dez metros.

Jan postou-se ao lado de Oliver, orgulhosa, observando seu belo marido prestar juramento como governador do Kentucky.

Se Oliver se comportasse direito, a próxima parada seria a Casa Branca, o pai lhe assegurara. E Jan tencionava fazer tudo ao seu alcance para que nada saísse errado. Absolutamente nada.

Depois da cerimônia, Oliver e o sogro sentaram na biblioteca do Palácio do Executivo, um lindo prédio que imitava o Petit Trianon, a residência de Maria Antonieta perto do palácio de Versalhes. O senador Davis correu os olhos pela luxuosa sala e acenou com a cabeça em satisfação.

- Vai se dar bem aqui, filho. Muito bem.

- Devo tudo a você - declarou Oliver, efusivo. - E não esquecerei isso.

O senador Davis acenou com a mão para descartar o assunto.

- Não pense nisso, Oliver. Você está aqui porque merece. Talvez eu tenha ajudado um pouco, é verdade. Mas deve pensar que isto é apenas o início. Estou na política há muito tempo, filho, e aprendi algumas coisas.

Ele olhou para Oliver, esperando.

Respeitoso, Oliver murmurou:

- Eu adoraria ouvi-las, Todd.

- As pessoas não entendem direito como funciona explicou o senador Davis.

- O importante não é quem você conhece, mas sim o que sabe sobre quem conhece. Todo mundo tem algum segredo enterrado em algum lugar. Tudo o que você precisa fazer é desenterrá-lo, e ficará surpreso ao descobrir como os outros terão o maior prazer em ajudá-lo em qualquer coisa que precisar. Por acaso sei que há um congressista em Washington que passou um ano numa instituição para doentes mentais. Um representante de um estado do Norte passou uma temporada num reformatório por roubar. Pode compreender os prejuízos que eles teriam na carreira política se esses fatos fossem divulgados? Mas constituem uma arma que podemos usar.

O senador abriu uma pasta de couro, tirou um maço de papéis e entregou a Oliver.

- Estas são as pessoas com as quais você vai lidar aqui no Kentucky. São homens e mulheres poderosos, mas todos têm seu calcanhar-de-aquiles. - O senador sorriu.

- Até o prefeito tem seu calcanhar-de-aquiles. Ele é um travesti.

Oliver folheava os papéis, com os olhos arregalados.

- Guarde isto trancado a sete chaves, está bem? É uma mina de ouro.

- Não se preocupe, Todd. Terei o maior cuidado.

- E mais uma coisa, filho... não pressione demais essas pessoas quando precisar de alguma coisa. Não as quebre, apenas as dobre um pouco. - O senador fez uma pausa, estudando Oliver.

- Como você e Jan estão se dando?

- Muito bem.