Começava a doer-lhe a cabeça. A sala enchia-se lenta e gradualmente de fantasmas. Jamie McGregor, Margaret - bela como sempre - e Banda sorriam-lhe.
E o querido e maravilhoso David apertava -a nos braços. Kate sacudiu a cabeça para desanuviar o espírito. Ainda não se achava preparada para se lhes reunir.
“Em breve”, admitia. “Dentro de pouco tempo…”
Havia mais um membro da família na sala, e ela voltou-se para o neto.
- Vem cá, meu filho.
Robert aproximou-se e pegou-lhe na mão.
- Foi uma festa de anos de arromba, bisavó.
- Obrigada, Robert. Alegra-me que te agradasse. Como vais na escola?
- Obtenho as melhores classificações, como recomendaste. Estou no primeiro lugar do quadro de honra.
Kate virou-se para Templeton.
- Devem mandá-lo para o Colégio Wharton, quando tiver idade suficiente. É o melhor…
- Nunca desiste, hem? - atalhou o psiquiatra, rindo. - Ele fará exactamente o que preferir. Revela inclinação extraordinária para a música e quer tornar-se intérprete de peças clássicas. Escolherá a sua própria vida.
- Assim é que deve ser - redarguiu ela, imperturbável. - Uma velha como eu não tem o direito de interferir. Se quer
434
tornar-se músico, façam-lhe a vontade - concentrou-se de novo no garoto, os olhos dominados por um clarão de afecto. - Embora não possa prometer nada, tentarei ajudar-te. Conheço uma pessoa amiga íntima de Zubin Mehta…