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5Unidades Monetárias: Nenhuma.

Na realidade há três moedas livremente correntes na Galáxia, mas nenhuma delas conta. O Dólar Altairiense entrou em colapso recentemente, a Baga Flainiana só é intercambiável por outras Bagas Flainianas, e o Pu Trigânico tem seus próprios problemas muito específicos. Sua taxa de câmbio de oito Ningis por cada Pu é bastante simples, mas como cada Ningi é uma moeda triangular de borracha de seis mil e oitocentos quilômetros de lado, ninguém jamais as juntou em número suficiente para possuir um Pu. Ningis não são moedas negociáveis, porque os Bancos Galácticos recusam-se a lidar com trocados. Partindo-se dessa premissa básica, é muito simples provar que os Bancos Galácticos também são produto de uma imaginação perturbada. 6 — Arte: Nenhuma.

A função da arte é portar o espelho da natureza, e simplesmente não existe um espelho que seja grande o bastante vide ponto um. 7 — Sexo: Nenhum.

Bem, para dizer a verdade tem uma porção, amplamente devido à total falta de dinheiro, comércio, bancos, arte ou qualquer outra coisa que pudesse man- ter ocupadas todas as pessoas não-existentes do Universo. Todavia, não vale a pena embarcar numa discussão sobre isso porque seria terrivelmente complicada. Para maiores informações veja os capítulos do Guia de números sete, nove, dez, onze, catorze, dezesseis, de-zessete, dezenove, vinte e um e oitenta e quatro inclusive, e a bem da verdade quase todo o resto do Guia.

CAPÍTULO 20

O Restaurante continuou a existir, mas todo o resto parou. A relaestática temporal o mantinha e o protegia dentro de um nada que não era meramente um vácuo, era simplesmente nada — nada havia em que se pudesse dizer que havia um vácuo.

O domo, protegido pelo campo de força, tornara-se novamente opaco, a festa terminara, os comensais se retiravam, Zarquon desaparecera junto com o resto do Universo, as Turbinas do Tempo se preparavam para puxar o Restaurante de volta por sobre a margem do tempo para a hora de servir o almoço, e Max Quordlepleen estava de volta a seu camarim acortinado tentando falar com seu agente ao tempofone.

No estacionamento estava a nave negra, fechada e silenciosa. Entrou no estacionamento o falecido Sr. Hotblack Desiato, empurrado pela esteira rolante por seu guarda-costas.

Desceram por um dos tubos. Ao se aproximarem da nave-limusine uma escotilha se abriu, acoplou-se às rodas da cadeira de rodas e a puxou para dentro. O guarda-costas acompanhou, e depois de ver seu patrão seguramente instalado em seu sistema de manutenção de morte, dirigiu-se à cabine. Dali operou o sistema de controle remoto que ativava o piloto automático da nave negra, estacionada ao lado da limusine, propiciando assim um grande alívio a Zaphod Beeblebrox, que vinha tentando dar a partida há mais de dez minutos. A nave negra deslizou suavemente para fora de sua vaga. Virou, e moveu-se pelo corredor central do estacionamento silenciosamente. No final dele, acelerou rapidamente, mergulhou na câmara de lançamento temporal e iniciou a longa viagem de volta ao passado distante.

O Cardápio do Milliways cita, com a autorização devida, um trecho do Guia da Galáxia para Caronas. O trecho é o seguinte: A história de toda civilização galáctica tende a atravessar três fases distintas

e

identificáveis,

as

da

Sobrevivência,

Interrogação

e

Sofisticação, também conhecidas como as fases do Como, a do Porquê e a do Onde.

Por exemplo, a primeira fase é caracterizada pela pergunta: "Como vamos poder comer?". A segunda pela pergunta: "Por que comemos?". E a terceira, pela pergunta: "Onde vamos almoçar? ". O cardápio segue em frente sugerindo que o Milliways, o Restaurante do Fim do Universo, seria uma resposta agradável e sofisticada para a terceira pergunta.

O que ele não diz é que embora uma grande civilização leve milênios para passar pelas fases do Como, do Porquê e do Onde, pequenos agrupamentos sociais podem passar por elas com extrema rapidez.

— Como estamos? — perguntou Arthur.

— Mal — disse Ford Prefect.

— Para onde estamos indo? — perguntou Trillian.

— Não sei — disse Zaphod Beeblebrox.

— Por que não? — inquiriu Arthur Dent.

— Cale a boca — sugeriram Zaphod Beeblebrox e Ford Prefect.

— Basicamente, o que vocês estão tentando dizer — disse Arthur Dent, ignorando a sugestão — é que estamos fora de controle.

A nave sacudia e balançava nauseantemente enquanto Ford e Zaphod tentavam tomar o controle do piloto automático. Os motores gemiam e choramingavam como crianças cansadas num supermercado.

— Ê esse sistema absurdo de cores que me incomoda

— disse Zaphod, cujo caso de amor com a nave não tinha durado mais do que três minutos depois de começar o vôo.

— Toda vez que você tenta operar um desses misteriosos controles pretos, rotulados em preto contra um fundo preto, acende uma luzinha preta para dizer o que você fez. O que que é isso? Alguma espécie de hipernave funerária galáctica?

As paredes da cabine sacolejante também eram pretas, os assentos — que eram rudimentares, uma vez que a única viagem importante para que essa nave fora projetada não seria tripulada — eram pretos, o painel de controle era preto, os instrumentos eram pretos, os parafusos que os prendiam eram pretos, o fino carpete de náilon que cobria o chão era preto, e quando eles levantaram uma ponta dele, descobriram que o forro por baixo também era preto.

— Talvez a pessoa que a desenhou tivesse olhos que respondessem a outros comprimentos de onda — propôs Trillian.

— Ou não tinha muita imaginação — murmurou Arthur.

— Talvez — disse Marvin — estivesse muito desanimada.

A verdade, embora eles não pudessem saber, era que a decoração tinha sido escolhida em homenagem à condição triste, lamentável e dedutível de imposto de seu proprietário.

A nave deu uma guinada particularmente nauseante.

— Vão com calma — implorou Arthur —, estou ficando enjoado com as ondas do espaço.