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Alguns importantes problemas têm ainda de ser resolvidos, incluindo os relacionados com o custo das baterias de hidrogénio e a delicada questão do armazenamento deste combustível, obstáculos que só podem ser ultrapassados com investimento na investigação. Os maiores contributos nesta área vieram do engenheiro americano Geoffrey Ballard, que demonstrou ser o hidrogénio uma solução potencial para os desafios que agora enfrentamos. A viabilidade desta hipótese foi, de resto, contundentemente demonstrada pelo programa espacial americano. As missões Apolo à Lua, por exemplo, recorreram a hidrogénio líquido para abastecer as naves espaciais de energia eléctrica, demonstrando assim a exequibilidade desta solução.

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Mas o hidrogénio, apesar de todas as suas potencialidades, é apenas um de vários futuros possíveis. Existem outras alternativas, como o metanol, um biocombustível feito a partir de matéria orgânica, e o etanol, um outro biocombustível criado a partir do milho ou da cana de açúcar. Há também a perspectiva de extrair a energia da força forte dos átomos, através da fusão nuclear controlada, mas essa possibilidade parece distante, uma vez que ainda não dispomos da tecnologia necessária para usar essa poderosa e inesgotável fonte energética — há quem calcule que serão precisos cem anos até chegarmos lá. No entretanto, o gás natural poderá constituir-se como uma energia de transição. Embora também contri-bua para o aquecimento global, o gás natural liberta menos carbono e é mais poderoso que o petróleo. Pode ser liquidificado e gerar gasolina ou até ser usado para produzir hidrogénio em estado puro.

Na verdade, não sabemos ainda para onde vamos mudar ao certo. Mas sabemos que vamos mudar. De algum modo, o

sétimo selo já foi quebrado e temos agora de nos preparar para enfrentar as mudanças que se anunciam no horizonte.

Conforme consta do "aviso" inicial, este romance é baseado em informações verdadeiras. Preciosas fontes sobre as alterações climáticas foram o relatório

"Climate Change 2007: The Physical Science Basis", divulgado em Paris pelo Intergovernmental Panei on Climate Change, um organismo criado pela ONU para avaliar as mudanças do clima; ainda os livros The Heat is On, de Ross Gelbspan; Six Degrees: Our Future on a Hotter Planet, de Mark Lynas; Field Notes from a Catastrophe: Man, Nature, and Climate Change, de Elizabeth Kolbert; A Vingança de Gaia, de James Lovelock; e A Agonia da Terra, de Hubert Reeves e Frédéric Lenoir. Uma perspectiva histórica da evolução climática é dada por The Long Summer, de Brian Fagan.

Para a informação sobre o fim do petróleo e o problema da sucessão energética foi sobretudo crucial o livro The End of OU, de Paul Roberts; mas também Beyond OU, de Kenneth Deffeyes; e A Face Oculta do Petróleo, de Éric Laurent. Os documentos técnicos da Aramco sobre os problemas da produção saudita são verdadeiros e foram analisados por Matthew Simmons em Twilight in the Desert. O devastador impacto económico da iminente crise petrolífera encontra-se exposto por Stephen Leeb e Glen Strathy em The Corning Economic Collapse

How You Can Thrive When OU Costs $200 a Barrei. Para uma perspectiva histórica do negócio do petróleo, a obra de referência é The Prize, de Daniel Yergin.

Por fim, para as questões relacionadas com a terceira idade, revelou-se precioso o livro La vie en maison de retraite, de Claudine Badey-Rodriguez.

Agradecimentos são devidos a várias pessoas que colaboraram em diferentes aspectos do livro, começando com um

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spassibo especial a Evgueni Mouravitch, pela ajuda nas coisas russas; às Quark Expeditions e à tripulação do Lyubov Orlova, pelo inesquecível périplo de pesquisa pela Antárctida; a José Jaime Costa, Manuel Costa, Paulo Farinha e Cláudia Carvalho, da Volta ao Mundo, que tornaram possíveis as viagens a locais da acção do romance; a Filipe Duarte Santos, professor de Física da Universidade de Lisboa e um dos revisores do relatório de 2007 do Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas, que verificou a informação deste romance relativa ao aquecimento global; a Nuno Ribeiro da Silva, o maior especialista português na área energética, responsável pela revisão científica de todos os dados relacionados com o petróleo; ao Guilherme Valente e a toda a equipa da Gradiva, cujo inabalável entusiasmo constituiu uma peça-chave na produção deste livro; e, sempre acima de tudo, à Florbela, a minha primeira e mais importante leitora.

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