Quando passava pela Hornsgatan, olhou para o Bar-Café e viu Mikael saindo dali acompanhado de Erika Berger. Ele disse alguma coisa, Erika riu, passou o braço pela cintura dele e beijou seu rosto. Eles desapareceram pela Brannkyrkagatan em direção à Bellmansgatan. A linguagem corporal dos dois não dava margem a falsas interpretações — era óbvio o que eles tinham em mente.
A dor foi tão instantânea e insuportável que Lisbeth se deteve imediatamente, incapaz de se mexer. Uma parte dela quis correr para alcançá-los. Ela queria usar a borda afiada do cartaz de metal para cortar a cabeça de Erika Berger. Não fez nada, enquanto os pensamentos se agitavam em sua cabeça. Análise das consequências. Acabou se acalmando.
Salander, que ridícula, que idiota você é!, disse a si mesma em voz alta.
Virou as costas e tomou o caminho de volta ao seu reluzente apartamento. Passava pelo hotel Zinkensdamm quando começou a nevar. Jogou o Elvis num coletor de lixo.