Выбрать главу

- Meu Deus! - exclamou Diane. - Nós...

- Agora não é altura para começar a rezar. Vamos mas é pirar-nos daqui para fora!

E Kelly puxou Diane até à curva onde Colin estava, junto da limusina. Ele abriu a porta e Kelly e Diane entraram de rompante para o banco traseiro.

- O que foi aquele barulho? - perguntou ele.

As duas mulheres estavam sentadas, atordoadas, incapazes de falar. Por fim, Kelly respondeu:

- Eeer... Deve ter sido um tubo de escape - e virou-se para Diane, que se tentava recompor. - Espero não estar a exagerar - comentou, sarcástica. - Eu deixo-a em casa. Onde mora?

Diane respirou fundo e deu a Colin a morada do apartamento.

As duas mulheres viajaram em gélido silêncio, abaladas por tudo o que acabara de se passar.

Assim que o carro parou em frente do prédio, Diane virou-se para Kelly:

- Importa-se de entrar? Ainda estou um pouco abalada e tenho a sensação de que ainda se vão passar mais coisas.

Kelly respondeu secamente:

- Também eu... Mas a mim não me vai acontecer mais nada.

Adeus, senhora Stevens.

Diane olhou por momentos para Kelly e ia começar a dizer qualquer coisa, mas desistiu, abanou a cabeça e saiu do carro.

Kelly ficou a olhar enquanto Diane passava pelo átrio do prédio! e entrava no seu apartamento no primeiro andar, e depois deu um suspiro de alívio.

Colin perguntou:

- E agora para onde, senhora Harris?

- De volta ao hotel, Colin, e...

Ouviu-se um grito que vinha do apartamento. Kelly hesitou um instante e em seguida abriu a porta do carro e correu para dentro do prédio. Diane deixara a porta do apartamento escancarada e estava no meio da sala a tremer.

- O que foi que aconteceu?

- Alguém... alguém entrou aqui. A pasta de Richard que estava sobre a mesa desapareceu. Estava cheia de papéis. E no seu lugar deixaram a aliança de casamento dele.

Kelly olhou em redor, nervosa.

- O melhor é chamar a polícia.

- Concordo.

E Diane lembrou-se do cartão que o detective Greenburg deixara em cima da mesa. Dirigiu-se à mesa, pegou no cartão e um minuto depois falava ao telefone:

- Queria falar com o detective Greenburg, por favor.

Momentos depois ouviu-se:

- Greenburg.

- Detective Greenburg, fala Diane Stevens. Aconteceu uma coisa cá em casa. Será que podia vir cá e... Muito obrigada.

Diane respirou fundo e virou-se para Kelly:

- Ele vem já. Se não se importar de esperar até ele...

- Claro que me importo. Este problema é seu. E eu não queo ter nada a ver com isto. E, já agora, pode dizer-lhe que houve alguém que a tentou matar. Eu, quanto a mim, vou partir para Paris. Adeus, senhora Stevens.

E Diane ficou a ver Kelly sair e entrar na limusina.

- Para onde? - perguntou Colin.

- Para o hotel, por favor.

Onde estaria a salvo.

 

CAPÍTULO 21

 Quando Kelly regressou ao seu quarto de hotel constatou que continuava perturbada com o que se passara. A sensação de ter estado tão perto de ser morta era terrível. A última coisa que eu agora preciso é de uma loura maluca a fazer com que me matem.

Deixou-se cair num sofá enquanto se tentava acalmar e fechou os olhos. Tentou meditar e concentrar-se num mantra, mas sem sucesso. Estava demasiado perturbada. Havia uma sensação de vazio, de solidão, enraizada dentro dela. Mark, sinto tanto a tua falta. As pessoas dizem que com o tempo passa, que me vou sentir melhor. Mas não é verdade, meu querido. Cada novo dia é pior do que o anterior.

O som de um carrinho com comida a ser empurrado pelo corredor fez com que Kelly se apercebesse de que não tinha comido nada durante todo o dia. Não sentia fome, mas sabia que tinha que manter as forças.

Telefonou para o serviço de quartos:

- Quero uma salada de camarão e chá quente, por favor.

- Com certeza. Estará aí dentro de vinte cinco a trinta minutos, senhora Harris.

- Óptimo.

E Kelly desligou. Deixou-se ficar sentada a rever mentalmente o seu encontro com Tanner Kingsley e sentiu-se como se tivesse sido acabada de lançar num tremendo pesadelo. O que diabo se passava? Porque é que o Mark nunca lhe falara de Olga? Seria uma relação de negócios ? Um romance? Mark, meu querido, quero que tu saibas que se tiveste um romance com alguém, eu te perdoo, porque eu amo-te e amar-te-ei sempre. Tu ensinaste-me o que era o amor. Eu era uma pessoa fria e tu foste capaz de me aquecer. Devolveste-me o meu orgulho, e fizeste com que eu me sentisse uma mulher.

Pensou em Diane. Aquela bisbilhoteira acabou por pôr a minha vida em risco. Ali está alguém a evitar. O que não vai ser difícil. Amanhã já estarei em Paris, com a Angel.

Os seus pensamentos foram interrompidos pelo som de alguém bater à porta: "Serviço de quartos".

- Um momento, por favor. - Kelly levantou-se e dirigiu-se para a porta, quando de repente estacou, perplexa. Acabara há uns minutos de encomendar. Tão rápido! - Só um momento - pediu.

- Com certeza.

Kelly pegou no telefone e ligou para o serviço de quartos.

- O meu pedido ainda não chegou.

- Estamos a terminá-lo, senhora Harris. Estará aí daqui a quinze ou vinte minutos.

Kelly desligou, com o coração a bater descompassado. Ligou para a telefonista.

- Tem... tem um homem a tentar entrar no meu quarto.

- Vou já mandar o segurança, senhora Harris.

Dois minutos depois ouviu de novo a baterem à porta. Kelly dirigiu-se receosa para a porta.

- Quem é?

- Segurança.

Kelly olhou para o relógio. Demasiado rápido.

- Já abro. - E correu para o telefone e ligou de novo para a telefonista.

- Eu liguei agora mesmo a pedir segurança e...

- Ele vai já a caminho, senhora Harris. Deve chegar aí dentro de um minuto ou dois.

- E como é que ele se chama? - A voz dela estava tensa de medo.

- Thomas.

Kelly ouvia murmúrios do lado de fora da porta. Comprimiu o ouvido contra a porta até que o som das vozes desapareceu. Ali ficou, aterrorizada.

Um minuto mais tarde bateram à porta.

- Quem é?

- Segurança.

- Bill? - perguntou Kelly, e susteve a respiração.

- Não, senhora Harris. O meu nome é Thomas.

Kelly abriu imediatamente a porta e deixou-o entrar.

Ele olhou por momentos para ela e perguntou:

- O que foi que aconteceu?

- Uns... uns homens tentaram entrar aqui no meu quarto.

-Conseguiu vê-los?

- Não. Só os ouvi. Importa-se de ir comigo para eu apanhar táxi?

- Com certeza, senhora Harris.

Kelly tentava obrigar-se a ficar calma. Demasiado estava a acontecer e demasiado depressa.

Thomas permaneceu junto dela enquanto entraram no elevador Quando chegaram ao átrio do hotel, Kelly olhou em volta, mas não conseguiu ver nada de suspeito. Caminharam até lá fora e, quando chegaram junto da paragem dos táxis, Kelly disse:

- Muito obrigada. Agradeço-lhe muito.

Kelly entrou para um táxi e, quanto olhou pelo retrovisor, viu dois homens a correr e a entrarem apresados para um limusina que estava parada ali perto.

- Para onde? - perguntou o motorista.

A limusina colocou-se mesmo atrás do táxi. Em frentes deles, um polícia dirigia o trânsito.

- Siga sempre em frente - pediu Kelly.

- Certo.

Quando se aproximaram da luz verde, Kelly disse ao homem, ansiosa:

- Quero que abrande e que espere que a luz mude para amarelo, e em seguida vire rapidamente para a esquerda.