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- Chega para lá - pediu baixinho.

Mark sentou-se, espantado.

- Mas tu... tu disseste que não me querias na tua cama e por isso eu...

Kelly olhou para ele e disse com suavidade:

- Mas eu não disse que não podia estar na tua cama. - Ficou a ver a cara dele enquanto despia a camisa de noite e se esgueirava para junto dele. - Faz amor comigo - pediu baixinho.

- Oh, Kelly! Sim!

Ele começou devagarinho e com toda a suavidade. Devagar de mais. Suave de mais. As torrentes abriram-se e Kelly sentiu nascer dentro de si uma enorme necessidade de o ter. Amou-o de forma violenta, e jamais sentira algo tão maravilhoso na vida.

Quando descansavam nos braços um do outro, Kelly disse:

- Aquela lista que me mostraste, sabes...?

- Sim.

- Podes deitá-la fora - disse suavemente.

Mark riu.

- Mas que parva que eu tenho sido - comentou Kelly. E apertou Mark nos seus braços e falaram e fizeram amor e voltaram a falar e a fazer amor até que ficaram exaustos.

- Vou apagar a luz - disse ele.

Ela ficou tensa e cerrou os olhos com força. Ia a dizer "Não", mas calou-se.

Quando ele voltou, depois de apagar a luz, Kelly abriu os olhos. Já não tinha mais medo do escuro. Ela...

- Kelly? Kelly?

Foi bruscamente chamada à realidade. Olhou em volta e estava de novo na joalharia da Quinta Avenida, em Nova Iorque, e Joseph Berry tinha um gordo envelope na mão para ela.

- Aqui tem. Vinte mil dólares em notas de cem, tal como pediu.

Kelly demorou um pouco a cair na realidade.

- Muito obrigada.

Kelly abriu o envelope, tirou dez mil dólares e deu-os a Diane. Esta olhou-a, espantada.

 . O que significa isto?

É a sua metade.

- A minha metade de quê? Mas eu não...

- Paga-me depois - disse Kelly, encolhendo os ombros. - Se ainda cá estivermos. Se não, também já não vou precisar deles. Bom, agora vamos ver se conseguimos sair daqui para fora.

 

CAPÍTULO 34

Na Lexington Avenue, Diane chamou um táxi.

- Para onde vamos?

- Para o aeroporto La Guardia

Kelly olhou para Diane, espantada.

- Não sabe que eles vão estar a vigiar todos os aeroportos?

- Espero bem que sim.

- Mas o que é que... - gemeu Kelly. - Tem um plano, não tem?

- Tenho - respondeu Diane, dando-lhe uma palmadinha no braço para a acalmar.

Em La Guardia, Kelly seguiu Diane até ao balcão da Alitália. O agente atrás do balcão cumprimentou:

- Bom dia. Posso ajudar?

- Sim. - Diane sorriu. - Queremos dois bilhetes em turística para Los Angeles.

- Quando pretendem partir?

- No primeiro vôo disponível. Os nossos nomes são Diane Stevens e Kelly Harris.

Kelly encolheu-se.

O funcionário consultou um horário.

- O próximo avião começa o embarque às duas e um quarto.

- Excelente. - Diane olhou para Kelly.

- Excelente - confirmou Kelly com um sorriso amarelo.

- Como vão pagar, dinheiro ou cartão de crédito?

- Dinheiro. - Diane pagou.

Kelly perguntou:

- Porque não pomos um anúncio sobre as nossas cabeças para avisar Kingsley de que estamos aqui?

- A Kelly preocupa-se demasiado - foi a resposta de Diane.

Quando passavam o balcão da American Airlines, Diane parou e dirigiu-se ao funcionário:

- Queríamos dois bilhetes em turística para Miami, no próximo vôo que tenha lugares.

- Com certeza. - Ele consultou o horário. - Esse vôo embarca daqui a três horas.

- Muito bem. Os nossos nomes são Diane Stevens e Kelly Harris.

Kelly fechou os olhos por momentos.

- Vão pagar a dinheiro ou por cartão de crédito?

- A dinheiro.

Diane pagou e ele deu-lhe os bilhetes. Quando se afastavam, Kelly comentou:

- É assim que nós vamos enganar os génios? Isto não engana nem um miúdo de dez anos.

Diane começou a caminhar em direcção à porta de saída do aeroporto.

- Onde é que vai? - perguntou Kelly, correndo atrás dela.

- Vamos...

- Não interessa. Acho que nem sequer quero saber.

Em frente ao aeroporto havia uma fila de táxis parados. Quando as duas saíram do terminal, um dos táxis saiu da fila e dirigiu-se à porta da frente. Kelly e Diane entraram no carro.

- Para onde?

- Aeroporto de Kennedy.

- Eu não faço idéia se eles ficarão baralhados, mas eu já estou - comentou Kelly. - Continuo a pensar que me sentiria mais confortável se tivéssemos uma arma para protecção.

- Não faço idéia onde podemos arranjar uma Howitzer.

O táxi começou a andar. Diane inclinou-se para examinar o cartão de identificação do condutor, "Mário Silva".

- Senhor Silva, acha que nos consegue levar ao Kennedy sem sermos seguidas?

O sorriso rasgado do homem era visível no retrovisor.

- Estão em boas mãos.

Acelerou e fez uma repentina inversão de marcha. Na esquina seguinte virou e, assim que estava a meio da rua, saiu para uma ruela.

As mulheres olharam pela janela traseira. Não havia qualquer carro atrás delas.

O sorriso de Mário Silva cresceu. - Assim está bem?

- Muito bem - respondeu Kelly.

Nos trinta minutos que se seguiram, Mário Silva continuou a fazer inesperadas inversões de marcha e a entrar em pequenas ruelas para se certificar de que ninguém os seguia. Por fim, o táxi chegou à porta principal do aeroporto de Kennedy.

- Ora cá estamos - anunciou com ar triunfante.

Diane tirou algumas notas da carteira.

- Tem aqui um bónus para si.

O motorista recebeu o dinheiro e sorriu:

- Muito obrigado, minha senhoras.

Ficou sentado no táxi a ver as suas passageiras a entrarem no terminal de Kennedy. Quando desapareceram de vista, pegou no celular.

- Tanner Kingsley, por favor.

No balcão da Delta Airlines, o funcionário olhou para o quadro:

- Sim, temos dois bilhetes para o vôo que pretendem. Sai às cinco e cinqüenta. Tem uma hora de paragem em Madrid e o avião chega a Barcelona às nove e vinte da manhã.

- Serve perfeitamente - disse Diane.

- Dinheiro ou cartão de crédito?

- Dinheiro.

Diane deu o dinheiro ao empregado e virou-se para Kelly:

- Vamos esperar na sala de embarque.

Trinta minutos mais tarde, Harry Flint estava a falar com Tanner no celular.

- Já tenho a informação que pediu. Vão apanhar um vôo da Delta para Madrid. O avião sai de Kennedy às cinco e cinqüenta e cinco desta tarde e tem uma paragem de uma hora em Madrid. Chegam a Barcelona às nove e vinte da manhã.

- Muito bem. Senhor Flint, leve o avião da empresa para Barcelona e esteja lá à espera delas quando chegarem. Estou a contar consigo para que lhes faça uma calorosa recepção.

Quando Tanner desligou, Andrew entrou. Tinha uma flor na lapela.

- Aqui tens os horários para...

- Que diabo é isso?

Andrew ficou com ar confuso.

- Tu pediste-me para eu te trazer...

- Não estou a falar disso. Estou a falar dessa estúpida flor que trazes aí.

O rosto de Andrew iluminou-se.

- Estou a usar isto para o teu casamento. Eu vou ser o teu padrinho.

Kingsley franziu o sobrolho.

- Mas de que raio estás tu a falar? - E de repente percebeu. - Mas isso foi há sete anos, seu cretino. E não houve casamento nenhum. Pira-te mas é daqui para fora!

Andrew ficou ali parado, sem saber o que fazer, tentando perceber o que se passava.

- Sai!

Kingsley ficou a olhar enquanto o irmão saía do gabinete. Tenho que o pôr em algum lado, pensou. Está na altura.