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Tanner ouvia com atenção.

- E se fôssemos almoçar? Está livre hoje?

- Lamento, mas não.

- E jantar?

Ela hesitou.

- Sim, suponho que isso seja possível.

- Onde quer encontrar-se comigo?

- Há um bom restaurante chamado Rockendorf. Podíamo-nos encontrar aí.

- Muito obrigada.

- Às oito e meia?

- Oito e meia.

E Diane desligou a sorrir. Tanner virou-se para Andrew:

- Decidi que vou fazer aquilo que já devia ter feito há muito tempo.

Vou ligar a Greg Holliday e pedir-lhe que trate disto para mim. Esse nunca me falhou. - E olhou para Andrew. - Tem um ego enorme. Custa couro e cabelo, mas... - sorriu - vale bem a pena.

 

CAPÍTULO 37

Quando Kelly se aproximava da porta do apartamento, hesitou.. Tocou à campainha. No momento em que a porta foi aberta e viu Sam Meadows, todos os seus temores passaram. Sentiu prazer e alivio ao ver o homem que fora tão próximo de Mark. Depois de um caloroso abraço, ele pegou-lhe na mão: - Entra.

Era um encantador apartamento de dois quartos num edifício que pertencera a um membro da nobreza francesa A sala era espaçosa e luxuosa, com mobília francesa muito bem escolhida e, numa pequena alcova, um bar.

-Quero te dizer o quanto lamento a morte de Mark - disse Sam, sem jeito.

- Eu sei - respondeu Kelly, fazendo-lhe uma festa no braço.

- É inacreditável.

- Ando a tentar perceber o que aconteceu - disse Kelly - É por isso que estou aqui. Espero que me possas ajudar E sentou-se num dos sofás, ansiosa por ouvir e, ao mesmo tempo apreensiva. O rosto de Sam ficou sombrio.

- Preciso conhecer toda a história.

- Mark estava trabalhar num projecto secreto. Aparentemente, colaborava com dois outros funcionários do KIG. Dizem que ele se suicidou.

- Não acredito nisso - retorquiu Kelly veementemente. Kelly olhava para ele sem perceber.

- Não estou a perceber...

- Como é que Mark alguma vez podia deixar uma pessoa tão encantadora como tu? Como é que alguém o poderia fazer? - Ele aproximava-se. - O que aconteceu foi uma enorme tragédia, Kelly. Mas a vida continua, não é? - E pousou a mão dele sobre a dela. - Todos nós precisamos de alguém, não é? Ele partiu, mas eu estou aqui. E o teu tipo de mulher precisa de um homem.

- O meu tipo de...?

- Mark contou-me como és apaixonada. Ele dizia que tu adoravas fazê-lo.

Kelly virou-se para ele, espantada. Mark nunca diria aquilo. Jamais comentaria com alguém como ela era. Sam colocou um braço em redor dos ombros dela.

- Sim. Mark dizia que tu precisavas mesmo disso. Costumava falar-me de como eras quente na cama.

De repente, Kelly entrou em pânico.

- E sabes, Kelly, se isso te pode ajudar em alguma coisa, Mark não sofreu - disse ele.

E ela olhou para os olhos dele e percebeu.

- Daqui a instantes, vamos jantar - continuou. – Por que não aproveitamos para abrir o apetite na cama?

Kelly, de repente, sentiu-se desfalecer. Conseguiu sorrir.

- Parece-me uma boa idéia.

Pensava furiosamente. Ele era demasiado grande para ela o conseguir vencer, e não tinha nada com que lutar. Ele começou a acariciá-la.

- Querida, sabias que tens um rabo maravilhoso? Eu gosto disso.

Kelly sorriu.

- Achas? - E cheirou o ar. - Estou cheia de fome. Há qualquer coisa que cheira muito bem.

- O nosso jantar.

Antes que ele a conseguisse impedir, ela levantou-se e dirigiu-se à cozinha. Quando passou pela mesa de jantar teve um choque. A mesa estava posta só para um.

Kelly virou-se. Na sala, Sam dirigira-se à porta e fechara-a à chave. Viu-o guardá-la na gaveta do armário.

Olhou em redor da cozinha à procura de uma arma. Não tinha forma de saber em qual das gavetas estavam as facas. Sobre o balcão estava uma caixa com massa cabelo de anjo. No fogão, havia um tacho com água a ferver e junto a ele outro pequeno tacho onde fervia um molho encarnado.

Sam entrou na cozinha e pôs os braços em redor de Kelly. Ela fingiu não lhe ligar. Olhou para o molho que estava a ferver.

- Aquilo está com um aspecto magnífico.

Ele acariciava o corpo dela.

- É verdade. O que é que gostas de fazer na cama, querida?

Kelly pensava rapidamente. Respondeu baixinho:

- Tudo. Havia uma coisa escaldante que eu costumava fazer que deixava Mark louco.

O rosto de Sam iluminou-se.

- E o que era?

- Costumava pegar num pano molhado e quente e... - Pegou um pano que estava sobre o lava louças. - Eu já te mostro. Baixa as calças.

Sam Meadows estava encantado.

- Claro.

Baixou as calças e deixou-as cair ao chão. Tinha umas boxers vestidas.

- Agora as boxers.

Ele baixou-as, e o seu órgão estava ingurgitado. Kelly disse num tom admirativo:

- Mmm... - Pegou no pano macio com a mão esquerda e moveu-o na direcção dele. Com a mão direita pegou no tacho cheio de água a ferver e despejou o conteúdo sobre os órgãos genitais dele.

Kelly continuava a ouvir os gritos dele enquanto tirava a chave de dentro da gaveta do armário, abria a porta e fugia.

 

CAPÍTULO 38

O Rockendorfs é um dos mais famosos restaurantes na Alemanha, com a sua decoração art nouveau há muito a servir como símbolo da prosperidade de Berlim.

Quando Diane entrou, foi recebida pelo maitre.

- Posso ajudar?

- Tenho uma reserva em nome de Stevens. Venho encontrar-me com a menina Fronk.

- Por aqui, por favor.

O maitre sentou-a a um canto. Diane olhou em redor com atenção. No restaurante havia mais umas quarenta pessoas, na sua maior parte homens de negócios. Na mesa à sua frente estava sentado um homem atraente muito bem vestido, que jantava sozinho.

Diane ali ficou sentada, a pensar na conversa que tivera com Heidi Fronk. Quanto saberia ela?

O criado deu-lhe a carta.

- Bitu.

- Muito obrigada.

Diane deu-lhe uma vista de olhos. Leberkãs, Haxen, Labskaus... Não fazia idéia do que eram aqueles pratos. Heidi Fronk ia ajudá-la. Diane olhou para o relógio. Heidi estava vinte minutos atrasada.

- Deseja encomendar alguma coisa, fràulein?

- Não. Espero pela minha convidada. Muito obrigada.

Os minutos passavam. Diane começava a interrogar-se se alguma coisa teria corrido mal.

Quinze minutos mais tarde, o criado aproximou-se de novo da sua mesa.

- Posso trazer-lhe alguma coisa?

- Não, muito obrigada. A minha convidada deve estar a chegar a qualquer momento.

Às nove horas, Heidi Fronk continuava sem aparecer. Com uma sensação de frustração Diane compreendeu que a outra não viria.

Quando olhou para cima, Diane apercebeu-se de dois homens que estavam sentados numa mesa perto da entrada. Estavam mal vestidos e tinham mau aspecto e a palavra que lhe ocorreu imediatamente foi "rufiões". Observou quando o criado se aproximou e eles o mandaram embora com rudeza. Não estavam interessados na comida. Viraram-se para olhar de frente para Diane e, com uma sensação de espanto, ela compreendeu que acabara de cair numa armadilha. Heidi Fronk tramara-a. Diane sentiu o sangue a subir- lhe à cabeça. Olhou em volta à procura de uma forma de poder escapar. Não havia nenhuma. Podia continuar ali sentada, mas chegaria uma altura em que teria que sair, e nessa altura eles caçavam-na. Pensou em usar o celular, mas não havia ninguém que a pudesse ajudar.

Diane pensava, desesperada.

Eu tenho de sair daqui, mas como?

Enquanto olhava em redor da sala, o seu olhar caiu sobre o atraente homem que se sentava sozinho na mesa em frente à sua. Estava a beber o café.

Diane sorriu e disse:

- Boa noite.

Ele olhou para cima com ar espantado e respondeu de forma simpática:

- Boa noite.

Diane sorriu-lhe, calorosa e convidativa.

- Vejo que estamos ambos sozinhos.