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— Olhe — murmurou — eu pensei que o piloto ainda estivesse na cabine do helicóptero.

Com os olhos arregalados, eles observaram Erikki se esgueirar pelas sombras e depois percorrer correndo o espaço até o outro lado do helicóptero.

— O que é que ele está carregando? Que pacote é aquele?

— Parece um tapete, um tapete enrolado — o outro cochichou. Ouviram o barulho da porta da cabine de comando sendo aberta.

— Mas por quê? Em nome de Deus, o que ele está fazendo?

Não havia quase nenhuma luz, mas a visão deles era boa e a audição também. Eles ouviram um carro se aproximando mas foram imediatamente distraídos pelo som da porta da cabine sendo aberta. Eles esperaram, mal respirando, e o viram descarregar dois pacotes semelhantes e depois passar por baixo do rabo do helicóptero e reaparecer do outro lado. Por um momento ele ficou lá, olhando na direção deles, mas sem os ver, depois abriu a porta da cabine de comando e entrou com o revólver. O tapete agora estava encostado no assento do lado.

Repentinamente os jatos foram ligados e os dois guardas deram um salto.

— Que Deus nos proteja, o que vamos fazer?

— Nada — disse Babak, nervosamente. — O khan nos disse exatamente: "Deixem o piloto em paz, não importa o que faça, ele é perigoso" — foi isto o que ele nos disse, não foi? "Quando o piloto pegar o carro perto do amanhecer, deixem-no partir." — Agora ele estava sendo obrigado a falar alto por causa do barulho. — Nós não vamos fazer nada.

— Mas ninguém nos disse que ele ia tornar a ligar os motores, o khan não disse isso, nem que ia se esgueirar com rolos de tapetes.

— Você tem razão. Seja como Deus quiser, mas você tem razão. — O nervosismo deles aumentou. Eles não tinham esquecido os guardas presos e açoitados pelo velho khan por causa de desobediência ou fracasso, nem daqueles que tinham sido banidos pelo novo khan. — Os motores estão funcionando bem agora, você não acha? — Os dois olharam para cima quando as luzes se acenderam no segundo andar, o andar do khan, então eles se viraram quando o carro da polícia chegou correndo e parou diante do portão. O sargento saltou, com uma lanterna na mão.

— O que está acontecendo, por Deus? — gritou o sargento. — Abra o portão! Onde estão os meus homens?

Babak correu até o portão lateral e tirou a tranca.

Na cabine de comando, as mãos de Erikki moviam-se o mais rápido possível, mas o ferimento do braço o atrapalhava. O suor escorria pelo seu rosto, misturado com um filete de sangue da orelha, cujo curativo saíra do lugar. Ele estava ofegante por causa da longa corrida desde a ala norte com Azadeh enrolada no tapete, drogada e indefesa, e xingava os mostradores para chegarem ao verde mais depressa. Ele tinha visto as luzes se acenderem no apartamento de Hakim e agora havia cabeças espiando para fora. Antes de sair do quarto, ele tinha deixado Mina inconsciente, torcendo para não tê-la machucado muito, para proteger tanto ela como a ele próprio — para que ela não pudesse dar o alarme ou ser acusada de cumplicidade — tinha enrolado Azadeh no tapete e colocara o kookri na cintura.

— Vamos — sibilou para os mostradores, depois viu dois homens no portão com uniformes da polícia. De repente, o helicóptero foi iluminado pela luz da lanterna e o seu estômago revirou. Sem pensar, ele agarrou a metralhadora, enfiou o cano pela janela do piloto e puxou o gatilho, mirando para cima.

Os quatro homens se espalharam para se proteger das balas que rico-chetearam no portão. No seu pânico, o sargento deixou cair a lanterna, mas antes pôde ver os dois corpos inertes do cabo e do outro policial esparramados no chão e presumiu que eles estivessem mortos. Quando os tiros pararam, o sargento se arrastou até o portão lateral em direção ao carro e ao seu Ml6.

— Atire, por Deus — gritou o motorista da polícia. Nervoso, Babak apertou o gatilho, atirando de qualquer jeito. Imprudentemente, o motorista tentou apanhar a lanterna. Outra rajada do helicóptero e ele deu um pulo para trás. — Filho de um cão... — Os três correram para se abrigar Outra rajada e a lanterna foi destruída.

Erikki viu seu plano de fuga arruinado, o 212 um alvo indefeso no chão. Não havia mais tempo. Por um segundo ele pensou em desligar os motores. Os ponteiros estavam muito baixos. Então ele despejou toda a munição da metralhadora no portão com um urro de guerra, acelerou ao máximo e deu outro grito selvagem que gelou a todos que o escutaram. Os jatos alcançaram a força máxima, gemeram com a tensão quando ele pôs o comando para frente e o helicóptero subiu alguns centímetros, com o rabo para cima, deu um salto, com os esquis se arrastando pelo pátio enquanto o aparelho sacudia e subia e descia e tornava a subir, balançando muito. No portão principal, o motorista arrancou a arma do guarda e foi para o pilar, procurou mirar o helicóptero que estava fugindo e puxou o gatilho.

No segundo andar do palácio, Hakim estava debruçado na janela do quarto, ainda tonto com o sono e com barulho. O seu guarda-costas, Margol, estava ao lado dele. Eles viram o 212 quase colidir com uma pequena cabana de madeira, seus esquis arrancando parte do telhado, depois tentar subir jogando muito. Fora dos muros do palácio, estava o carro da polícia, a figura do sargento delineada pela luz dos holofotes. Hakim o viu mirar e desejou que as balas não atingissem o aparelho.

Erikki ouviu as balas arrancando pedaços de metal, rezou para que elas não tivessem atingido nenhuma parte vital e se afastou perigosamente do muro em direção a algum espaço onde ele pudesse ficar sob a proteção do palácio. Ao fazer a manobra repentina, o tapete que continha Azadeh caiu sobre os controles. Por um momento, ele ficou perdido, então usou toda a sua força para empurrá-la. A ferida do seu braço tornou a abrir.

Ele foi para trás da ala norte, com o helicóptero a apenas um metro do chão e se dirigiu para o outro muro perto da cabana onde Ross e Gueng tinham ficado escondidos. Uma rajada de balas atingiu a porta e perfurou o painel, estilhaçando o vidro.

Quando o helicóptero desapareceu das vistas de Hakim, ele atravessou o imenso quarto e saiu para o corredor, para as janelas de lá.

— Você o está vendo? — perguntou, ofegante do esforço

— Sim, Alteza — disse Margol e apontou excitadamente. — Ali! O 212 era apenas uma sombra escura na escuridão, então os holofotes do muro foram acesos e Hakim o viu passar a poucos centímetros do muro e mergulhar atrás dele. Alguns segundos depois ele reapareceu, ganhando velocidade e altura. Neste momento Aysha veio correndo pelo corredor, gritando histericamente.

— Alteza, Alteza... Azadeh desapareceu, ela desapareceu., aquele demônio a raptou e Mina está inconsciente.

Foi difícil para Hakim concentrar-se por causa do remédio para dormir, suas pálpebras estavam pesadas

— O que é que você está dizendo?

— Azadeh sumiu, sua irmã sumiu, ele a enrolou num tapete e a raptou, levou-a com ele.— Ela parou, com medo, ao ver o olhar de Hakim, o seu rosto lívido, os olhos se fechando, sem saber que ele tinha tomado o remédio para dormir.

— Ele a raptou! Mas isto não é possível... não é poss...

— Oh, é sim, ela foi raptada, e Mina está inconsciente.

Hakim piscou os olhos e depois gaguejou:

— Faça soar o alarme, Aysha! Se ela foi raptada, por Deus, faça soar o alarme. Eu tomei comprimidos para dormir e... Eu vou lidar com aquele demônio amanhã de manhã. Agora eu não posso, mas mande alguém... a polícia... os Faixas Verdes... dê o alarme, diga que há um resgate oferecido pelo khan pela cabeça dele. Margol, ajude-me a voltar para o meu quarto.

Criados e guardas amedrontados estavam reunidos no final do corredor e Aysha correu, chorando, em direção a eles, contando o que tinha acontecido e o que o khan tinha ordenado.