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Ele era totalmente confiante, gaulês e charmoso e ela pensou, por que não? Beirute pode esperar. Eu esperei tanto tempo que um dia a mais não vai fazer diferença.

E ele estava pensando: Isto é perfeito! O fim-de-semana ia ser um desastre, mas agora, amor esta tarde e depois a sesta. Mais tarde eu vou escolher um jantar perfeito, depois vamos dançar um pouco e fazer amor ternamente e dormir profundamente, prontos para outro dia perfeito amanhã.

— Chérie, estou desolado, mas tenho que deixá-la por uma hora — disse com o toque perfeito de tristeza. — Nós vamos almoçar aqui. Você está hospedada neste hotel? Perfeito, eu também: 1623. Que tal à uma e meia, quinze para as duas? Não troque de roupa, você está linda. Cest bon? — Ele se inclinou e beijou-a e tocou-lhe nos seios, sentiu o seu tremor e ficou satisfeito.

NO HOSPITAL: 13:16H. — Bom dia, dr. Lanoire. O capitão McIver, foi muito grave? — perguntou Jean-Luc, falando em francês. O pai de Anton Lanoire tinha vindo de Cannes, sua mãe era de Bahrain, tinha estudado na Sourbonne e era filha de um pescador analfabeto que ainda pescava como sempre tinha pescado, ainda vivia numa cabana embora fosse multimilionário, dono de poços de petróleo.

— Foi médio.

— O que isto significa?

O doutor estalou os dedos. Ele era um homem de aparência distinta de cerca de quarenta anos, educado em Paris e Londres, trilíngüe, falava árabe, francês e inglês.

— Nós só saberemos com certeza dentro de alguns dias; ainda teremos que fazer vários exames. Só saberemos a extensão do ataque quando ele fizer um angiograma daqui a um mês, mas no momento o capitão McIver está reagindo ao tratamento e não está sentindo dor.

— Mas ele vai ficar bom?

— A angina é uma coisa bastante comum, geralmente. Pelo que a esposa dele disse, ele esteve sob grande tensão nos últimos meses, e ainda pior nos últimos dias com este Turbilhão de vocês, e não é para menos. Que coragem! Eu me congratulo com ele, com você e com todos os outros que participaram. Ao mesmo tempo, aconselho que todos os pilotos e membros da tripulação tenham dois ou três meses de licença.

Jean-Luc sorriu satisfeito.

— Posso ter isto por escrito, por favor? É claro que os três meses de licença de saúde deveriam ser pagos integralmente, mais uma bonificação.

— É claro. Que trabalho magnífico vocês todos fizeram pela companhia, arriscando suas vidas. Todos vocês mereciam um prêmio. Eu me pergunto como foi que não houve mais gente com ataques cardíacos. Os dois meses são para vocês se recuperarem, Jean-Luc, é essencial que vocês passem por um check-up antes de voltarem a pilotar.

Jean-Luc estava perplexo.

— Todos nós vamos sofrer um ataque cardíaco?

— Oh, não, não, de jeito nenhum. — Lanoire sorriu. — Mas seria muito aconselhável fazer um check-up, só como precaução. Você sabia que a angina é causada por um súbito bloqueio do sangue? Um derrame se dá quando isto acontece no cérebro. As artérias ficam entupidas e pronto. Insha'Allah, Isto pode acontecer a qualquer momento.

— Pode mesmo? — O desconforto de Jean-Luc aumentou. Merda! Era só o que faltava, eu sofrer um ataque cardíaco.

— Oh, sim — o médico continuou prestimosamente. — Eu conheci pacientes entre 30 e 40 anos, com a pressão perfeitamente normal, pouco colesterol e eletrocardiogramas normais que puf! — Ele fez um gesto expressivo com as mãos. — Em poucas horas, puf!

— Puf! Desse jeito? — Jean-Luc sentou-se nervosamente.

— Eu não sei pilotar mas imagino que pilotar causa uma grande tensão, especialmente em lugares como o mar do Norte. E a tensão é talvez a maior causa de angina, quando uma parte do coração morre e...

— Meu Deus, o coração do velho Mac morreu? — Jean-Luc estava chocado.

— Oh, não, só um pedaço. Toda vez que você tem um ataque de angina, por mais fraco que seja, um pedaço está perdido para sempre. Morto. — O dr. Lanoire sorriu. — É claro que você pode viver por muito tempo até o tecido acabar.

— Mon Dieu, Jean-Luc pensou apavorado. Não estou gostando nada disso. Mar do Norte? Merda, eu vou pedir uma transferência antes mesmo de chegar lá. — Quanto tempo o Mac vai ficar no hospital?

— Quatro ou cinco dias. Eu sugiro que você deixe para visitá-lo amanhã, mas não o canse. Ele precisa ter um mês de licença e depois fazer outros exames.

— Quais são as chances dele?

— Isto depende da vontade de Deus.

Lá em cima, na varanda, de um quarto agradável que dava para o mar, Genny estava cochilando numa cadeira, com o Times de Londres daquele dia, trazido pelo vôo da BA, aberto no colo. McIver estava deitado confortavelmente na cama. Uma brisa vinda do mar o acordou. O vento mudou, ele pensou. Voltou ao nordeste de sempre. Ótimo. Ele se virou para ver melhor o golfo. O ligeiro movimento a acordou imediatamente. Ela dobrou o jornal e se levantou.

— Como você está se sentindo, amor?

— Bem. Estou muito bem agora. Nenhuma dor. Só um pouco cansado. Eu ouvi vagamente você conversando com o médico. O que foi que ele disse?

— Parece estar tudo bem. O ataque não foi grave. Você vai ter que ficar de repouso por alguns dias, depois tirar um mês de licença e depois fazer mais alguns exames. Ele ficou muito satisfeito por você não fumar, você está sempre em forma. — Genny estava em pé contra a luz, mas ele podia ver-lhe o rosto e leu a verdade nele. — Você não pode mais voar, como piloto — ela disse e sorriu.

— Isto é uma droga — ele disse friamente. — Você já entrou em contato com Andy?

— Sim. Liguei para ele ontem à noite e hoje de manhã e vou tornar a ligar dentro de uma hora mais ou menos. Ainda não há nenhuma notícia de Marc Dubois nem de Fowler, mas todos os nossos pássaros estão a salvo em Al Shargaz e estão sendo desmontados para serem embarcados amanhã. Andy estava tão orgulhoso de você e de Scrag. Eu falei com Scrag hoje de manhã também.

A sombra de um sorriso.

— Vai ser bom ver o velho Scrag. Você está bem?

— Oh, sim. — Ela tocou-lhe o ombro. — Estou muito contente por você estar melhor. Você me deu um susto.

— Eu dei um susto em mim mesmo, Gen. — Ele sorriu e estendeu-lhe a mão e disse asperamente: — Obrigado, sra. McIver.

Ela encostou o rosto na mão dele e depois inclinou-se e beijou-o de leve nos lábios, confortada pela enorme afeição que havia no rosto dele.

— Você me deu um susto daqueles — ela repetiu. Ele notou o jornal.

— É de hoje, Gen?

— Sim, querido.

— Parece que há anos que não vejo um. O que há de novo?

— A mesma coisa de sempre. — Ela dobrou o jornal e o pôs de lado displicentemente, sem querer que ele visse o artigo que ela estava lendo, com medo de preocupá-lo. "Colapso da bolsa em Hong Kong." Isto vai certamente afetar a Struan's e aquele filho da mãe do Linbar, ela pensou, mas será que vai afetar a S-G e Andy? Não há nada que Duncan possa fazer, então deixa para lá. — Greves, Callaghan fazendo uma confusão ainda maior na pobre Inglaterra. Dizem que ele pode pedir uma eleição este ano e se o fizer, Maggie Thatcher terá uma boa chance. Isto não seria ótimo? Ter alguém sensato para variar?

— Porque ela é mulher? — Ele sorriu de lado. — Isto certamente seria uma revolução. Deus do céu, uma mulher primeiro-ministro! Não sei como ela conseguiu tirar a liderança das mãos de Heath... ela deve usar calças de ferro! Se ao menos os malditos liberais ficassem fora do caminho... — Ele se calou e ela o viu olhar para o mar, para alguns barcos que passavam.

Silenciosamente, ela se sentou e esperou, querendo deixá-lo voltar a dormir ou conversar um pouco, o que ele quisesse. Ele deve estar melhorando, já que está xingando os liberais, ela pensou, contente, deixando a mente vagar, olhando para o mar. O cabelo dela foi agitado pela brisa e cheirava a água salgada. Era gostoso ficar lá sentada, sabendo que ele estava melhor, "reagindo ao tratamento". "Não precisa se preocupar, sra. McIver." Fácil de dizer, difícil de fazer.