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— E as armas?

Mais uma vez, Erikki contou tudo, como fora forçado a pilotar para a KGB, sobre o xeque Bayazid, seu rapto e resgate e o ataque ao palácio, sendo obrigado a transportá-los e depois eles quebrando o juramento e então sendo obrigado a matá-los.

— Quantos homens?

— Não me lembro exatamente. Uma meia dúzia, talvez mais.

— O senhor gosta de matar, hein?

— Não, major, eu detesto. Mas, por favor, acredite, nós fomos capturados numa teia, contra a nossa vontade, tudo o que queremos é partir em paz, por favor, deixe-me ligar para a minha embaixada... eles podem se responsabilizar por nós... nós não somos uma ameaça para ninguém.

O major ficou olhando para ele.

— Eu não concordo, a sua história é muito inverossímil. Você está sendo procurado por rapto e tentativa de homicídio. Por favor, acompanhe o sargento — ele disse e repetiu em turco. Erikki não se mexeu, fechou os punhos e estava a ponto de explodir. Imediatamente, o sargento empunhou o revólver os dois policiais se aproximaram dele ameaçadoramente e o major disse duramente: — É uma ofensa muito séria desobedecer à polícia neste país. Vá com o sargento. Vá com ele.

Azadeh tentou dizer alguma coisa, mas não conseguiu. Erikki empurrou a mão do sargento, controlando a raiva e o medo, e tentou sorrir para dar-lhe coragem.

— Está tudo bem — murmurou e acompanhou o sargento.

Azadeh estava quase dominada pelo pânico. Suas mãos e seus joelhos estavam tremendo, mas ela queria mostrar altivez, sabendo que estava indefesa e que o major estava sentado à sua frente, vigiando-a, os dois a sós na sala. Insha'Allah, ela pensou e olhou para ele com ódio.

— A senhora não tem nada a temer — disse, olhando-a com curiosidade. Então estendeu a mão e apanhou o saco de jóias dela. — Por medida de segurança — e saiu da sala, afastando-se pelo corredor.

A cela ficava no fim do corredor e era pequena e suja, mais uma jaula do que um aposento, com uma cama, grades na janela, correntes presas numa ar-gola na parede, um balde fedorento num dos cantos. O sargento fechou a porta e trancou-a. Pela grade, o major disse:

— Lembre-se, o 'conforto' de lady Azadeh depende da sua docilidade. — E se afastou.

Agora, sozinho, Erikki começou a caminhar pela cela, analisando a porta, a fechadura, as grades, o teto, as paredes, as correntes, procurando uma forma de escapar.

AL SHARGAZ - NO AEROPORTO: 17:40H. A um quilômetro de distância, do outro lado do golfo, Gavallan estava no escritório, esperando ansiosamente ao lado do telefone, faltando ainda uma hora para o pôr-do-sol. Ele já tinha conseguido uma promessa de um 212 de uma companhia de Paris e de dois 206 de um amigo da Aerospatiale, a taxas razoáveis. Scot estava na sala ao lado, controlando o HF, com Pettikin tomando conta do telefone. Rudi, Willi Neuchtreiter e Scragger estavam no hotel, em outros telefones, tentando conseguir pessoal, providenciando possíveis estratégias em Bahrain. Nenhuma palavra ainda de Kasigi.

O telefone tocou. Gavallan agarrou o fone, com a esperança de que fossem notícias de Dubois e Fowler ou que fosse Kasigi.

— Alô?

— Andy, aqui é Rudi. Conseguimos três pilotos da Lufttransportgesells-haft e eles prometeram também dois mecânicos. Dez por cento de reajuste, um mês de trabalho, dois de descanso. Espere um instante... há uma ligação na outra linha, eu torno a ligar para você, até logo.

Gavallan fez uma anotação no seu bloco, a ansiedade causando-lhe azia, e isto o fez pensar em McIver. Mais cedo, ao falar com ele, não havia mencionado nenhum dos problemas de prazo, não querendo preocupá-lo ainda mais, prometendo-lhe que assim que os helicópteros estivessem em segurança ele tomaria o próximo avião para Bahrain.

— Não se preocupe, Mac, não tenho palavras para agradecer a você e a Genny pelo que fizeram.

Pela janela, podia ver o sol descendo no céu. O aeroporto estava movimentado. Viu um Jumbo da Alitalia aterrissando e isto o fez lembrar de Pettikin e Paula; ainda não tinha tido a oportunidade de perguntar a ele o que estava acontecendo. Perto do final da pista, na área de carga, os seus oito 212 pareciam caveiras sem os rotores e as colunas de rotor, com os mecânicos ainda desmontando alguns deles. Onde está Kasigi, pelo amor de Deus? Tentara ligar para ele várias vezes no hotel, mas ele não estava lá e ninguém sabia informar para onde tinha ido ou quando voltaria.

A porta se abriu.

— Papai — disse Scot. — Linbar Struan está no telefone.

— Mande-o à merda... espere! — Disse, Gavallan rapidamente. — Diga apenas que eu não estou, mas que ligarei para ele assim que voltar. — E resmungou um monte de palavrões em chinês. Scot saiu depressa. O telefone tornou a tocar.

— Gavallan.

— Andrew, aqui é Roger Newbury, como vai? Gavallan começou a suar.

— Olá, Roger, alguma novidade?

— O prazo está mantido. O iraniano insistiu em vir me buscar primeiro, e estou esperando. Nós vamos juntos para o aeroporto para nos encontrar com o xeque. Vamos chegar alguns minutos antes da hora e então nós três vamos para a área de carga.

— E quanto à recepção na embaixada japonesa?

— Está combinado que iremos todos depois da inspeção. Só Deus sabe o que vai acontecer até lá mas... bem, isso não é problema nosso. Sinto muito, mas nossas mãos estão atadas. Até breve.

Gavallan agradeceu, desligou e enxugou a testa. Outra vez o telefone. Kasigi? Ele atendeu.

— Alô?

— Andy? Ian — Ian Dunross.

— Meu Deus, Ian. — Gavallan esqueceu os problemas. — Estou muito contente por você ter ligado, tentei falar com você duas vezes mas não consegui.

— Sim, desculpe não ter podido ligar antes. Como vão as coisas? Gavallan contou resumidamente. E falou sobre Kasigi.

— Temos cerca de uma hora até o pôr-do-sol.

— Esta é uma das razões pelas quais estou ligando. Foi uma pena o que houve com Dubois, Fowler e McIver, vou ficar com os dedos cruzados. Lochart dá a impressão de ter pirado, mas quando o amor está envolvido... -Gavallan ouviu o suspiro dele e não soube interpretá-lo.

— Você se lembra do Hiro Toda, da Navegações Toda?

— É claro, Ian.

— Hiro falou-me de Kasigi e do problema que estão tendo na Irã-Toda. Eles estão numa encrenca danada, o que você puder fazer para ajudar, por favor, faça.

— Certo. Estou trabalhando nisso o dia inteiro. Toda contou-lhe sobre a idéia de Kasigi com relação ao embaixador japonês?

— Sim. Hiro telefonou pessoalmente. Ele disse que estão ansiosos em nos ajudar, mas que este é um problema iraniano e para ser honesto, eles não têm muita esperança, uma vez que os iranianos estão defendendo os seus direitos. — O rosto de Gavallan refletiu a sua decepção. — Dê-lhes toda a ajuda possível. Se a Irã-Toda for encampada... bem, aqui entre nós... — Dunross falou em dialeto de Xangai: — Toda a filosofia de uma companhia nobre seria mortalmente atingida. — Depois em inglês de novo: — Esqueça-se de que eu disse isto.

Embora Gavallan tivesse esquecido quase completamente o dialeto de Xangai, entendeu a mensagem e quase perdeu a fala. Ele não tinha a mínima idéia de que a Struan's estivesse envolvida nisso, Kasigi nunca tinha dado nenhuma pista.

— Kasigi vai conseguir os seus helicópteros e pilotos mesmo que apreendam os nossos aparelhos.

— Vamos esperar que isso não aconteça. Outra coisa, você leu nos jornais sobre a queda da bolsa de Hong Kong?

— Sim.

— Foi pior do que estão dizendo. Alguém está fazendo um jogo muito duro e Linbar está encrencado. Mesmo que você consiga retirar os 212 e possa continuar operando, vai ter que cancelar os X63.

A temperatura de Gavallan subiu.

— Mas Ian, com eles eu posso abalar o poder da Imperial, oferecendo aos clientes um serviço melhor e uma maior segurança e...